NBA inicia período de contratos de 10 dias

The GOAT
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6 min readJan 5, 2016
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Quando o relógio bateu meia-noite no horário padrão do leste americano, 3 da manhã no horário de Brasília, no dia 5 de Janeiro, teve início o período de contratos de 10 dias da NBA. Como funciona um contrato de 10 dias? O que eles comem? Do que vivem? Vocês não precisam esperar o Globo Repórter para saber, é só seguir lendo.

Um contrato de 10 dias é um contrato que dura 10 dias (duh) ou três partidas, o que vier primeiro. Um time pode assinar com um atleta no máximo por dois contratos de 10 dias. Após o segundo contrato de 10 dias, o jogador só pode permanecer no time se receber um contrato até o final da temporada.

O contrato de 10 dias não pode ter uma duração maior que a última partida da temporada regular. Em outras palavras, se uma equipe estiver no 80º jogo, faltando dois para o final, ou 10 dias antes de seu último jogo na temporada regular, está impedido de contratar jogadores por 10 dias.

Um time não pode ter mais jogadores sob contratos de 10 dias do que atletas na lista de inativos. A exceção é quando uma equipe só tem 13 jogadores sob contrato, ou seja, nenhum atleta inativo.

Um jogador sob contrato de 10 dias recebe 1/170 do seu salário mínimo por dia, baseado no seu tempo na Liga. Como exemplo, o salário mínimo de um jogador que tem três anos de experiência nesta temporada é de US$981.348. Ele receberá, portanto, 1/170 de seu mínimo por dia de contrato. Um total em torno de US$57.726 no final dos 10 dias de contrato.

Não é algo fora do comum ver jogadores transformarem contratos de 10 dias em uma longa carreira na NBA. Os acordos são utilizados geralmente para testar jogadores ainda não consolidados na liga ou veteranos que precisam provar que ainda pertencem à NBA.

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Anthony Mason foi escolhido pelo Portland Trail Blazers no draft de 1988. Como ele não permaneceu na equipe, começou a passear pelo mundo. Turquia, Venezuela foram dois de seus destinos até receber nova chance na NBA. Em 1990–91 ele fechou um contrato de 10 dias com o Denver Nuggets. Apesar de jogar apenas três partidas, foi o suficiente para ser chamado pelo New York Knicks no início da temporada seguinte. Foram 11 temporadas na NBA após um início de carreira conturbado.

Junto com Patrick Ewing, Charles Oakley e John Starks, Mase foi um dos símbolos de um Knicks que metia medo nos adversários. Não era um garrafão agradável de se encarar.

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John Starks tem uma daquelas histórias que enchem o coração de esperança. Ele não foi escolhido no draft mas assinou um contrato com o Golden State Warriors logo depois. Cortado pelos Warriors, ele tentou carreira na CBA e na WBL. Em 1990, ele recebeu uma chance do New York Knicks. Determinado em impressionar, resolveu tentar enterrar na cabeça de Patrick Ewing em um treino. Ewing derrubou o ala-armador, ao cair no chão, Starks torceu o joelho.

Os Knicks planejavam cortar Starks, mas, agora, teriam que esperar até seu joelho se recuperar até Dezembro. Como a recuperação demorou um pouco mais, a franquia foi obrigada a honrar seu contrato. Eventualmente, ele recebeu uma chance e nunca mais olhou para o passado.

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Mais conhecido pelos óculos e bigodes, Kurt Rambis recebeu a primeira chance em um contrato de 10 dias com o New York Knicks. Apesar de não vingar com o time da Grande Maçã, Rambis chamou a atenção do Los Angeles Lakers. Em 1981, ele assinou como um agente livre com a equipe angelina. Em Los Angeles, Rambis fez fama como o jogador que fazia o trabalho sujo, defesa e rebotes, que alimentavam o Showtime.

O lendário Chick Hearn, vendo o visual de óculos com grossos aros negros, apelidou Rambis de Superman, lembrando Clark Kent, famoso por usar óculos para que ninguém o reconhecesse fora do uniforme de trabalho.

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Respirem fundo e vamos ler o começo da carreira de Howard Eisley juntos. Um, dois, três, partiu: Em 1994, ele foi escolhido pelo Minnesota Timberwolves como o primeiro jogador do 2º round do draft. Meses depois, foi cortado pelos Wolves. Treze dias após o corte, fechou um contrato de 10 dias com o San Antonio Spurs, que o levou a um acordo por toda a temporada com o time texano. Só para ser cortado menos de um mês depois. No início da próxima temporada foi contratado pelo Utah Jazz. Não, espera, Jazz cortou Eiley em menos de um mês. Só para trazer o ala-armador de volta. Ufa! Tudo isso entre Junho de 1994 e Outubro de 1995.

Em Utah ele finalmente vingou. Jogou seis temporadas no time de John Stockton e Karl Malone. O auge de sua carreira veio nas duas Finais consecutivas (1997 e 1998), em que participou com o Jazz. Quem sabe, não fosse enfrentar o Chicago Bulls de Michael Jordan, Scottie Pippen e Phil Jackson nas duas, além da bela carreira, Eisley teria um título para exibir.

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Gerald Green foi a 18ª escolha do draft de 2005. Então com o Boston Celtics, ele pulou entre a NBA e D-League até ser trocado para o Minnesota Timberwolves. Os Wolves não gostaram muito do que Green apresentou e, logo, trocaram o ala com o Houston Rockets. Na equipe texana, Green não recebeu chances, jogando apenas 4 minutos até ser cortado. Ele ainda recebeu uma chance do Dallas Mavericks, onde teve oportunidade de mostrar suas qualidades.

Foi o suficiente para chamar a atenção do New Jersey Nets. Ainda nos pântanos, os Nets deram um contrato de 10 dias para Green. Ninguém segurou Green depois dessa. Os Nets ficaram com ele até o final da temporada. Em 2012, GG foi para o Indiana Pacers. Quase um ano depois, os Pacers mandaram o ala, junto com Miles Plumlee e uma escolha de 1º round para o Phoenix Suns, em troca de Luis Scola. Em Phoenix, Green foi uma parte integral do sucesso da franquia. Atualmente, ele ajuda o Miami Heat.

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Após passagens pela França e CBA, a primeira chance de Bruce Bowen veio com um contrato de 10 dias com o Miami Heat. Ao final dos 10 dias, ele foi contratado pela temporada inteira. Foram passagens pelo Boston Celtics, Philadelphia 76ers, Chicago Bulls, um retorno para o Heat, até encontrar uma casa no San Antonio Spurs.

Em San Antonio, Bowen venceu três títulos (2003, 2005, 2007) sendo um jogador 3&D. Defender e converter chutes de 3 pontos quando Tim Duncan e David Robinson chamavam a atenção da defesa era seu feijão com arroz. Mas seu estilo duro de marcar recebeu críticas dos adversários. Vince Carter, entre outros, acusou Bowen de, propositalmente, colocar o pé no lugar que o arremessador cairia, para lesionar os adversários. O momento mais controverso veio quando Bowen, pego em uma finta, chutou o rosto de Wally Szczerbiak.

Por cinco vezes Bowen foi escolhido para o Primeiro Time de Defesa da NBA. Três vezes foi Segundo Time. Bowen também teve seu número 12 aposentado pelos Spurs.

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