[NBA Playoffs 2015] Rockets x Clippers, mais uma grande série no Oeste

The GOAT
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7 min readMay 3, 2015

Os playoffs da conferência Oeste estão pegando fogo! Duas das equipes mais poderosas e divertidas de se assistir em toda a NBA se enfrentarão numa das séries de semi-final. O Houston Rockets, capitaneado pelo candidato a MVP, James Harden, terá de enfrentar o confiante Los Angeles Clippers, com estrelas como Chris Paul e Blake Griffin.

Durante a temporada regular, os times se enfrentaram quatro vezes, com duas vitórias para cada lado. Uma das vitórias conquistadas pelos Rockets foi na casa dos Clippers, que também conseguiram um triunfo fora de casa. Esse recorde nos confrontos entre as duas equipes ao longo do ano, porém, não pode ser analisado sem considerar a ausência de Dwight Howard, que voltou aos Rockets e tem feito grandes playoffs. A série também marca o encontro entre duas das melhores temporadas individuais na liga: Chris Paul e James Harden, que são os principais responsáveis por seus times estarem se enfrentando.

Houston Rockets

Jason Terry, James Harden, Trevor Ariza, Terrence Jones, Dwight Howard. Técnico: Kevin McHale

harden clutch

O Houston Rockets fez uma temporada regular forte, chegando ao segundo lugar na Conferência Oeste graças ao seu grande esforço na reta final. Foram 56 vitórias e 26 derrotas, com 13 triunfos nos últimos 17 jogos. Nos playoffs, derrotou os rivais regionais do Dallas Mavericks por 4 a 1 na primeira rodada, com certa facilidade. Com um estilo de jogo bem equilibrado, devido às características de seus principais jogadores, os Rockets podem fazer estrago tanto no perímetro quanto no garrafão. A equipe conta com um trio poderoso, formado por James Harden, Dwight Howard e Josh Smith.

O destaque da equipe é o ala-armador James Harden. Ele fez a melhor temporada regular de sua carreira e explodiu para médias de 27,4 pontos, 5,7 rebotes e 7 assistências por jogo, com um aproveitamento de 44% nos arremessos de quadra. A facilidade que Harden possui para criar oportunidades é sua principal característica, além de conseguir pontuar bastante em pequenos intervalos de tempo eventualmente. Ele é o tipo de jogador que pode não fazer nada por três quartos e no último assumir o jogo para si, com mais de 20 pontos. E é complicado pará-lo quando ele começa botar a mão na massa.

Por outro lado, Patrick Beverley é um desfalque importante nessa equipe de Houston. Ele contribuiu com uma pontuação segura (10,1 pontos por jogo) e uma defesa muito forte na temporada regular. Sua presença foi um pouco sentida na série contra Dallas, com muita liberdade de jogo para JJ Barea. Isso não foi decisivo, já que quem realmente causaria riscos para os Rockets, Rajon Rondo, optou pelo chilique. Daqui para frente, Houston só terá ótimos armadores pelo caminho. Fora isso, a equipe está bem e vive uma crescente, com ótima participação de Josh Smith nos playoffs e com um jogo dominante de Dwight Howard em alguns jogos. Com o trio bem, os outros jogadores conseguem encontrar bem mais espaço para desenvolver seu jogo. As chances dos Rockets passam completamente por esse entendimento.

Los Angeles Clippers

Chris Paul, JJ Redick, Matt Barnes, Blake Griffin e DeAndre Jordan. Técnico: Doc Rivers.

clippers corrente

O Los Angeles Clippers nem parece mais a equipe que, há um ano, disputava os playoffs aparentemente a contragosto, em meio às revelações de declarações racistas de seu ex-dono, Donald Sterling. Em um ano, os Clippers foram comprados por Steve Ballmer, o time teve mais sucesso e tudo mudou. A equipe acumulou 56 vitórias e terminou a temporada regular na terceira posição, mas foi além disso. Nos playoffs, passou pelo San Antonio Spurs, atuais campeões da NBA, em uma histórica série de sete jogos.

Chris Paul é, sem dúvida, o ponto central de todo o jogo dos Clippers. Por ele passa todo o ataque, organizado com maestria pelo armador. É nele que se inicia a defesa do time também, com sua excelente marcação nos armadores adversários. Contra os Spurs, CP3 foi ainda mais fundo e contribuiu para a classificação com atuações antológicas. Paul teve 22 pontos, 8,2 assistências, 5 rebotes, 2 roubos e apenas 2,5 turnovers por partida contra San Antonio, sendo marcado pelo Defensor do Ano, Kawhi Leonard, por uma quantidade considerável de tempo. Nas últimas três partidas da série, somou 31 assistências e apenas 2 turnovers. A preocupação fica por conta da lesão sofrida na coxa de Paul durante o jogo 7. Os Clippers ainda não divulgaram uma previsão para a recuperação do armador, mas CP3 demonstrou uma mobilidade limitada em quadra.

Apesar de toda a importância de Paul, não dá para ignorar o quão dominante Blake Griffin tem sido nesses playoffs. Contra um mestre defensivo como Tim Duncan, Griffin anotou médias de 24,2 pontos, 13,2 rebotes e 7 assistências, coisa que nenhum outro jogador conseguiu na história da pós-temporada da NBA. Enquanto Chris Paul é a genialidade do time, Griffin é a locomotiva. Ele é a presença certa no garrafão para pegar o rebote, é dele o último esforço, o sacrifício do corpo para manter uma posse. Se os Clippers hoje são um time muito mais aguerrido, boa parte disso se deve a Griffin, o coração da equipe.

Os duelos da série

clippers rockets

Tanto os Rockets quanto os Clippers são times com o talento mais concentrado nas suas duas principais estrelas. E, nessa rodada, elas têm duelos individuais mais desnivelados. Sem um armador de origem que marque bem (Jason Terry está jogando improvisado na posição), os Rockets podem colocar o ala Trevor Ariza para marcar Chris Paul, passando Jason Terry para acompanhar JJ Redick sem a bola e Harden com Matt Barnes. Beverley não jogou em dois dos quatro confrontos. No mais recente, com o elenco dos Rockets mais próximo do que é hoje, CP3 despejou uma atuação de 22 pontos e 14 assistências. Por outro lado, embora os Clippers tenham apresentado para marcar jogadores de perímetro, eles conseguiram impor bastante dificuldade a James Harden durante a temporada, o que pode ser responsabilidade de JJ Redick. Foram 20 pontos por partida em média, convertendo apenas 36% de seus arremesos, números bem piores dos que obteve no ano. Harden, por sua vez, precisará se manter atento na marcação sem bola para não deixar o ala sozinho da linha de 3.

A disputa fica um pouco mais intensa dentro do garrafão. Blake Griffin tem vantagens naturais contra Terrence Jones. O ala-pivô dos Clippers é mais forte, mais rápido, mais técnico e mais alto que o dos Rockets. Se, jogando contra Tim Duncan, Griffin conseguiu números incríveis na primeira rodada, Jones terá um grande trabalho para impedir que ele consiga dominar o jogo mais uma vez. Ainda no garrafão, a presença de Dwight Howard é uma novidade no confronto entre as equipes na temporada. O pivô não atuou em nenhuma das quatro partidas e viu, do banco, DeAndre Jordan abusar da área pintada dos Rockets. Jordan anotou 14,5 pontos e pegou 18 rebotes por partida contra Houston. A tarefa de Dwight Howard não será apenas equilibrar esse domínio, como inverter seu sentido, como fez contra Tyson Chandler na série contra o Dallas Mavericks. Além disso, a presença de Howard traz uma ameaça constante para a defesa de aro dos Clippers, que não poderá atacar as infiltrações de Harden com tanta segurança.

Fator chave

Não é nenhuma novidade dizer que os Clippers possuem um dos piores reservas da NBA. O banco da equipe possui jogadores como Hedo Turkoglu e Dahntay Jones, que mal conseguem acompanhar o ritmo de competições de alto nível na NBA. A segunda unidade dos Clippers contribuiu com 22 pontos por partida contra os Spurs, sendo que 11,7 deles vieram das mãos de Jamal Crawford. Os reservas dos Rockets, por outro lado, anotaram cerca de 40 pontos por noite contra os Mavericks. Muito disso se deve à presença de jogadores talentosos saindo do banco, como Josh Smith e Corey Brewer. Cada um deles foi muito bem em pelo menos uma partida na série diante dos Mavs, e o rendimento da segunda unidade tem tudo para ser uma diferença nesse confronto, principalmente se os problemas físicos de CP3 não forem tão simples.

Mesmo que sejam, os titulares dos Clippers somaram 1.286 minutos em quadra na série contra os Spurs. Já o quinteto titular dos Rockets somou apenas 777 ao longo da série contra os Mavericks. Mesmo em só cinco partidas, oito jogadores de Houston estiveram em quadra por mais de 100 minutos. Nos Clippers, a marca só foi superada pelos titulares e pelo sexto homem, Jamal Crawford, que também teve um uso pesado de seus minutos (181 em toda a série). Pode ser que falte perna o time de Los Angeles, e o banco terá que compensar isso.

Calendário — (2) Houston Rockets vs. (3) Los Angeles Clippers

Jogo 1–04/05, Rockets vs Clippers, às 22h30
Jogo 2–06/05, Rockets vs Clippers, às 22h30
Jogo 3–08/05, Clippers vs Rockets, às 23h30
Jogo 4–10/05, Clippers vs Rockets, às 21h30
Jogo 5–12/05, Rockets vs Clippers, sem horário definido*
Jogo 6–14/05, Clippers vs Rockets, sem horário definido *
Jogo 7–17/05, Rockets vs Clippers, sem horário definido *

*se necessário

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