NBA Playoffs 2016: Clippers x Blazers

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5 min readApr 18, 2016

Entre todas as série de primeira rodada da conferência Oeste, o duelo entre Los Angeles Clippers e Portland Trail Blazers promete ser o mais equilibrado. Quarto e quinto colocados, respectivamente, os dois times fizeram temporadas muito boas e devem fazer o único confronto que passará de cinco jogos de duração no Oeste. O duelo, inédito nos playoffs, bota dois dos grandes armadores da liga frente a frente. Saiba de tudo do confronto!

A temporada do Los Angeles Clippers (4)

O Los Angeles Clippers manteve o nível de qualidade apresentado já na última temporada. Liderada pelo armador Chris Paul, a franquia perdeu o ala-pivô Blake Griffin por 45 jogos por conta de um incidente com um profissional da comissão técnica. Paul, porém, pisou fundo e deixou os Clippers bem posicionados para a volta de Griffin. Eliminado na segunda rodada dos playoffs de 2015, LA ainda tentou reforçar seu elenco com a adição de alguns veteranos, como Josh Smith e Lance Stephenson, mas ambos fracassaram e já foram trocados.

clippers corrente

CP3, em busca das Finais de Conferência

Sai ano, entra ano, e a narrativa sobre Chris Paul e os playoffs da NBA nunca muda: o armador jamais conseguiu passar da segunda rodada. Ainda um dos elhores de sua posição na NBA, o armador tentará mais uma vez realizar esse feito inédito. Numa temporada sem Blake Griffin em mais da metade dos jogos, CP3 chamou a responsabilidade. Nas partidas sem o companheiro de time, acumulou médias de 21 pontos, 10,5 assistências e 4,7 rebotes.

Doc Rivers merece o crédito que tem?

Campeão da NBA em 2008, com o Boston Celtics, o técnico Doc Rivers chegou aos Clippers há dois anos para mudar o patamar de disputa da equipe. Sua missão era transformar um elenco talentoso em um time campeão. Até aqui, porém, a evolução da equipe não foi compatível com o acúmulo de poderes de Doc, treinador e presidente do time. Entre os principais pontos de Rivers estão sua construção de jogadas após pedidos de tempo e a facildade para se comunicar com os jogadores. O treinador, porém, pode ter trabalho ao lidar com escalações menores dos Blazers, já que respondeu a isso de maneira até teimosa durante a temporada regular, chegando a escalar Paul Pierce como ala-pivô.

A saúde de Blake Griffin

Fora da temporada por uma lesão na mão por dezenas de jogos, o ala-pivô Blake Griffin teve poucas partidas para entrar em ritmo de jogo antes dos playoffs. Ainda assim, Griffin terminou a temporada com números que justificam seu posto entre os melhores de sua posição na NBA: 21,4 pontos, 8,4 rebotes e 4,9 assistências por partida. Se Blake conseguir atuar de maneira solta e confiante nos playoffs, CP3 e cia. terão uma boa ajuda para chegar mais longe dessa vez. Mais do que suas enterradas e jogadas em contra-ataque, Griffin é um passador muito bom, tem melhorado seu arremesso de média e longa distância e pode ser uma peça-chave na transformação da rotação dos Clippers, se Doc ajudar.

JJ e seus amigos

Para que os Clippers funcionem na pós-temporada, será necessário que seus coadjuvantes funcionem como um todo. JJ Redick foi o segundo melhor chutador de 3 pontos da temporada (47,5% de conversão) e é uma arma sólida para o time. DeAndre Jordan, que terminou 2015–2016 como o segundo maior reboteiro de toda a NBA (13,8) por jogo, também teve o melhor aproveitamento dos arremessos de quadra. A produção de ambos deve permanecer confiável nos playoffs, mas é no banco que está o fiel da balança para os Clippers Jogadores como Jamal Crawford (Sexto Homem do Ano injustamente), Austin Rivers e Paul Pierce precisarão render muito bem para manter o ritmo dos Clippers nas partidas.

A temporada do Portland Trail Blazers

Em um claro processo de reconstrução, o Portland Trail Blazers iniciou a temporada com várias interrogações sobre o desempenho do time. Mas Damian Lillard e o surpreendente CJ McCollum foram os pilares de uma campanha que deixou muita gente de queixo caído: 44 vitórias e a quinta melhor colocação na conferência Oeste, mesma posição do ano anterior.

A franquia de Damian Lillard

No último verão, o armador Damian Lillard perdeu o seu principal companheiro de time, o ala-pivô LaMarcus Aldridge, para o San Antonio Spurs. O que deveria ser um baque na carreira de Dame, acabou se tornando um passe livre para o armador tomar as rédeas da franquia e brilhar cada vez mais. Em 75 jogos, teve médias de 25,1 pontos e 6,8 assistências por partida, as melhores marcas de sua carreira. É nele que os Blazers confiam para derrotar o jogo pensado e estratégico de CP3 e cia.

lillard lakers

Terry Stotts: técnico do ano?

Entre os principais candidatos a técnico do ano, está Terry Stots. Comandante dos Trail Blazers, o treinador transformou um elenco quase todo novo em um grupo entrosado e bastante competitivo. Seu trabalho repetiu a temporada de 2013–2014, quando Portland surpreendeu a liga e conseguiu chegar à segunda rodada dos playoffs. Em quatro temporadas com os Blazers, foram 182 vitórias e 146 derrotas.

A evolução de CJ McCollum

Após a saída de LaMarcus Aldridge, criou-se um vazio no elenco para o parceiro de Lillard na condução do time. O jovem CJ McCollum assumiu rapidamente esse papel. Aproveitando a saída de Wesley Matthews, CJ tornou-se titular no perímetro da equipe e explodiu para a melhor temporada de sua carreira. Não foi à toa que isso rendeu a ele o prêmio de Jogador que Mais Evoluiu no Ano. O armador mais do que triplicou sua média de pontos, que chegou a 20,8 por jogo em 2015–2016.

Role players em todo canto

Além de McCollum e Lillard, os Trail Blazers reúnem alguns dos mais úteis “role players” da NBA. Role players são aqueles atletas que desempenham um papel específico no elenco. Ed Davis, por exemplo, é um sólido pivô que protege o aro, pega rebotes e ataca a cesta sem a bola no pick and roll. Henderson é um ala dinâmico que pode dar uma vantagem atlética dos dois lados da quadra para Portland. Se estiver com a mão quente, o nigeriano Al-Farou Aminu é um típico “3 and D”, isto é, aquele ala que defende bem e mata bolas de 3. Para que os Blazers tenham chances reais de vitória, esses jogadores deverão compensar a diferença de talento entre as duas equipes com muita competência.

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