NBA Playoffs 2016: Heat x Hornets

The GOAT
thegoatbr
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6 min readApr 17, 2016

É sempre divertido quando dois times promissores se enfrentam nos playoffs. Acontecerá isto nesta série. Um Miami Heat que não se abateu mesmo após mais um problema de saúde de Chris Bosh e um Charlotte Hornets que, após o fiasco da temporada passada, deu uma baita volta por cima e fez uma segunda metade de temporada fantástica. O interessante é ver que duas equipes em alta irão se bater e não há muito espaço para favoritismo.

Jogo 1: Heat vs Hornets — 17/04, 18h30
Jogo 2: Heat vs Hornets — 20/04, 20h
Jogo 3: Hornets vs Heat — 23/04, 18h30 — SporTV2
Jogo 4: Hornets vs Heat — 25/04, TBD
Jogo 5: Heat vs Hornets — 27/04*
Jogo 6: Hornets vs Heat — 29/04*
Jogo 7: Heat vs Hornets — 01/05*

*se necessário (confira a programação completa aqui)

A temporada do Miami Heat (3)

Campanha: 48 vitórias e 34 derrotas
Time base: Goran Dragic, Dwyane Wade, Joe Johnson, Luol Deng e Amar’e Stoudemire
Principais reservas: Hassan Whiteside, Justise Wislow, Josh Richardson e Gerald Green
Técnico: Erik Spoelstra
Líderes estatísticos:
- Pontos: Dwyane Wade, 19,0 por jogo
- Rebotes: Hassan Whiteside, 11,8 por jogo
- Assistências: Goran Dragic, 5,8 por jogo

Apesar da volta do problema de coágulo de Chris Bosh, agora na perna, o Miami Heat não se abateu sem seu principal jogador. Um esforço conjunto fez a equipe ficar muito mais próxima e uma boa estratégia de jogo montada por Erik Spoelstra tornou o time competitivo novamente. A temporada foi muito positiva e a terceira colocação no Leste veio de bom grado, já que a competição neste lado do continente, neste ano, teve um nível bem mais elevado.

Dwyane Wade, liderança e experiência

Impossível falar de Miami Heat e não falar de Dwyane Wade. Ícone da franquia e detentor de três anéis de campeão, Wade tem carta branca para trabalhar em Miami. O lado bom disso é que ele sempre escolhe as coisas certas para fazer dentro e fora de quadra, o que deixa o torcedor muito aliviado. Porém, Wade não é mais um garoto e precisa ser utilizado de forma precisa nas partidas para não dar colher de chá para seus problemas de lesão. Spoelstra vem fazem um bom trabalho nisso. Espere uma acionada maior do jogador nesses playoffs.

Erik Spoelstra, o maestro subestimado

Spo é um dos técnicos mais subestimados da liga inteira. Bicampeão com o Big 3 de Miami e agora remontando a equipe para uma temporada de grande sucesso, até mesmo a torcida do Heat resolve jogar contra seu técnico. Esquecem que gerenciar três grandes jogadores, por mais que os egos não sejam tão grandes, é complicado, além de cuidar bem de todos os jogadores ao seu redor. Após a saída de LeBron e os problemas de Bosh, Spo encarou terra devastada, mas conseguiu reerguer bem sua fundação. Agora, liderando uma equipe que resolveu usar a seu favor um small ball formado por jogadores experientes com alguns novatos, consegue encontrar seu lugar ao sol e promete atrapalhar bastante nestes playoffs.

Co-MVP: Hassan Whiteside

Whiteside pode ser reserva no papel, mas na prática passa longe disso. Com minutos de jogador titular, Whiteside é uma máquina embaixo do garrafão, tão bom que mascara até as suas deficiências. Rei dos tocos, com 3,7 por jogo, além de 14,2 pontos e 11,8 rebotes por jogo, Whiteside é uma arma letal para Miami. Seu funcionamento na partida será fundamental tanto contra os pivôs mais lentos dos Hornets, como Al Jefferson, como contra os mais velozes e que saem para arremesso.

A unção da juventude com a idade

Uma das boas características do Miami Heat é em como funciona todo o seu elenco, com uma fusão de jogadores mais experientes como Luol Deng, Joe Johnson e até Goran Dragic, com jogadores mais jovens, como Justise Wislow e Josh Richardson. O grande mérito de Spoelstra é fazer um time lotado de armadores e alas funcionar tão bem, mesmo com a falta de mais jogadores altos. A rotação encaixa tão bem que chegou a incomodar qualquer time da liga, vencendo Cavaliers e dando trabalho para os Warriors, por exemplo.

A temporada do Charlotte Hornets (6)

Campanha: 48 vitórias e 34 derrotas
Time base: Kemba Walker, Courtney Lee, Nicolas Batum, Marvin Williams e Al Jefferson
Principais reservas: Jeremy Lin, Spencer Hawes, Cody Zeller, Frank Kaminsky e Troy Daniels.
Técnico: Steve Clifford
Líderes estatísticos
- Pontos: Kemba Walker, 20,9 por jogo
- Rebotes: Al Jefferson, 6,4 por jogo
- Assistências: Nicolas Batum, 5,8 por jogo

Após uma temporada de 2014–15 desastrosa, o Charlotte Hornets soube corrigir seus erros, trazer boas peças e fechar um grupo forte. Porém, não parecia que daria uma liga realmente forte durante a primeira metade da temporada, com um bom basquete, mas nada que chamasse muita atenção. A loucura começou com Kemba Walker, que começou a explodir ofensivamente e liderar a equipe para uma segunda metade de temporada poderosa. Jeremy Lin parece ter encontrado seu basquete de bom nível novamente e Nicolas Batum é realmente uma das coisas mais incríveis que existem na NBA.

Kemba Walker, o piromaníaco

Kemba parece que finalmente teve o seu ano para provar o ponto de que ele tem potencial real para ser uma estrela. Com uma capacidade impressionante de pegar fogo com uma variada gama de arremessos, Kemba é uma ameaça constante à defesa adversária. Além disso, consegue armar o time de forma eficiente e decente, sem comprometer, mesmo que não seja o líder de assistências da equipe. Kemba deve dar trabalho para a cobertura defensiva de Miami e o duelo contra Dragic será interessante.

Steve Clifford corrigindo erros

Clifford teve que lidar com muitos problemas na temporada passada. A chegada de Lance Stephenson foi um desastre e o time desmontou daí pra frente. Após a saída de Lance, a chegada de Batum e uma boa reorganização, a equipe voltou ao bom caminho. A lesão do promissor Michael Kidd-Gilchrist parecia ser um soco no estômago, mas Clifford conseguiu gerenciar de forma brilhante e manter o time em alto nível mesmo assim. Revivendo jogadores como Marvin Williams e Jeremy Lin e conseguindo extrair muito de Batum, Clifford montou uma equipe forte e preparada.

Nicolas Batum, o faz-tudo

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Nicolas Batum é um jogador magnífico nos dois lados da quadra. Um raro jogador completo no basquete, que consegue se manter regular em quadra o tempo inteiro, sendo uma ameaça no ataque, e um defensor de ótimo calibre contra adversários complicados. Outro ponto interessante é o quão ele é subestimado na liga, o que faz seu casamento com o subestimado Charlotte perfeito. Batum terá que assumir responsabilidades nessa série para o time avançar, assim como fez em seus tempos de Blazers.

O equilíbrio de um elenco

Os Hornets tem um elenco muito equilibrado. O homem de garrafão? Al Jefferson. O ala-armador pontuador? Courtney Lee. O sexto-homem? Jeremy Lin. O homem grande habilidoso? Frank Kaminsky. É com esse equilíbrio de posições que pode criar diversos cenários que são capazes de bater de frente com diferentes estilos de jogo que Clifford pode montar um time intrigante nestes playoffs. Assim como eles encararão dificuldades contra o small ball do Heat, eles podem criar dificuldades com seu próprio small ball, usando bastante Lin com Kemba, ou podem apostar num estilo mais convencional, já que o time não foge muito disso com Marvin Williams, lembrado por seus arremessos de 3, jogando na posição 4. Diversidade é a chave.

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