San Antonio Spurs e Memphis Grizzlies tinha tudo para ser uma clássica série old school. Com dois times trabalhando o garrafão, de dentro para fora, como as coisas deveriam ser. Como os deuses do basquetebol pretendiam. Enfim, os deuses são caprichosos. Viram por certo tirar Mike Conley e Marc Gasol da temporada. Infelizmente. Ou será um plano deles para descansar o time que joga certo até a hora de enfrentar a nova guarda? O caminho ficou aberto para os Spurs.
Jogo 1: Spurs vs Grizzlies — 17/04, 21h — SporTV2
Jogo 2: Spurs vs Grizzlies — 19/04, 22h30 — SporTV2
Jogo 3: Grizzlies vs Spurs — 22/04, 22h30 — ESPN
Jogo 4: Grizzlies vs Spurs — 24/04, 14h
Jogo 5: Spurs vs Grizzlies — 26/04*
Jogo 6: Grizzlies vs Spurs — 28/04*
Jogo 7: Spurs vs Grizzlies — 30/04*
*se necessário (confira a programação completa aqui)
A temporada do San Antonio Spurs (2)
Campanha: 67 vitórias e 15 derrotas
Time base: Tony Parker, Danny Green, Kawhi Leonard, LaMarcus Aldridge e Tim Duncan
Principais reservas: Manu Ginobili, Patty Mills, David West, Boris Diaw e Boban Marjanovic
Técnico: Gregg Popovich
Líderes estatísticos:
– Pontos: Kawhi Leonard, 21,2 por jogo
– Rebotes: LaMarcus Aldridge, 8,5 por jogo
– Assistências: Tony Parker, 5,3 por jogo
Sempre fora dos olhos da grande mídia, que preferiu o Golden State Warriors, os Spurs também fizeram história. Perdendo apenas uma partida em casa, o time segue como um dos favoritos da temporada. “Esse ano SPurs caem de produção” é algo que se fala desde os anos 90. Já é hora de termos aprendido a lição.
Kawhi Leonard, eficiência sem alardes
Leonard já foi MVP das Finais, acabou de ganhar seu segundo DPOY consecutivo — o primeiro jogador de fora do garrafão a fazer isso desde Sidney Moncrief — lidera os Spurs em pontos por jogo e, mesmo assim, muitas vezes é esquecido. Leonard é, discutivelmente, o melhor jogador two way da NBA hoje em dia. Defende e ataca como poucos. Ele é a cabeça pensante do time em quadra.
Gregg Popovich, o militar
Pop tem histórico com o exército americano, e isso aparece no seu jeito de ser. Carrancudo, de poucas palavras e sorrisos, ele ainda pode ser afável quando não tenta vender a ideia de que não é. Comandando os Spurs, Pop beira a genialidade. O lema de Popovich para os Spurs é a cara do time. As palavras de Jacob Riis soam como feitas para a filosofia do time pensante da NBA. “Quando nada parece dar certo, vou ver o cortador de pedras martelando sua rocha talvez 100 vezes, sem que uma única rachadura apareça. Mas na centésima primeira martelada a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela que conseguiu isso, mas todas as que vieram antes”.
Boris Diaw, a arma secreta
Gordinho, com cara de sono, aquele jeito francês de ser, ninguém espera que Boris Diaw, o Diaw Breaker, seja o Fator X dos Spurs. Em uma série na qual os adversários perderam o garrafão, Diaw terá chances de mostrar o que sabe. Arremessos girando, ganchos, visão de quadra incrível, sua calma e sabedoria — sem esquecer da máquina de café no seu armário, para ter energia — Diaw Breaker dá mais uma liderança veterana sempre que necessário.
Um último título para o Robô
Tim Duncan Robot™ está no final de sua carreira. Talvez seja a última, talvez jogue mais uma, mas o que se sabe é que, logo, o robô será desativado. A NBA perderá sua constância. Acima de tudo, seus companheiros sabem disso. Gregg Popovich também deve se aposentar logo. Certamente, os Spurs buscarão mais um título para eles, antes que cavalguem para o pôr do sol. Para isso, eles contam com a melhor defesa, liderada por Duncan e Kawhi Leonard, e com LaMarcus Aldridge encaixando melhor do que previsto no time, apenas os atuais campeões parecem ficar entre os Spurs e o Troféu Larry O’Brien.
A temporada do Memphis Grizzlies (7)
Campanha: 42 vitórias e 40 derrotas
Time base: Jordan Farmar, Vince Carter, Matt Barnes, Zach Randolph e Chris Andersen
Principais reservas: Lance Stephenson e Tony Allen
Técnico: David Joeger
Líderes estatísticos:
– Pontos: Marc Gasol, 16,6 por jogo
– Rebotes: Marc Gasol, 7 por jogo
– Assistências: Mike Conley, 6,1 por jogo
Os Grizzlies perderam dois de seus principais jogadores com as lesões de Marc Gasol e Mike Conley. Sendo assim, será difícil competir com os Spurs. Conley e Wendigo eram boa parte do time. Sem eles a série é apenas uma formalidade. Mas não esperem que o time deite sem luta.
Zach Randolph, velha guarda
A responsabilidade de criar oportunidades recai sobre os largos e fofinhos ombros de Z-Bo. O ala-pivô terá a oportunidade de engolir o ataque dos Grizzlies, deixando o time se alimentar de suas sobras. Randolph é um dos últimos de uma raça em extinção. O jogador de garrafão que, realmente, tem jogo de costas para a cesta. Seria melhor se o time tivesse arremessadores que pudessem se alimentar das dobrar que Z-Bo exige. Seria…
David Joerger, o inspirador
Deem crédito ao treinador dos Grizzlies. Mesmo sem seus dois melhores jogadores, ele manteve o time competitivo. Em um ponto da temporada, Memphis até ameaçou conseguir 50 vitórias. Mas as constantes calamidades pesaram, eventualmente. Mas os Grizzlies seguiram lutando e quase venceram os atuais campeões — não fosse uma falta não marcada nos últimos segundos.
Lance Stephenson, a surpresa
Apesar de maluco, Stephenson tem qualidade. É um dos poucos Ursos que conseguem criar seu arremesso. Pelo menos dos que sobraram. Se conseguir desenvolver seu jogo, ele pode incomodar os Spurs. Não será suficiente para vencer a série, mas, quem sabe, uma partida?
Último capítulo
Os Grizzlies jogam como a velha guarda. Mas, este ano, perderam os arremessadores para desafogar o garrafão. Gasol, Conley e Z-Bo não estão ficando mais jovens. Este pode ser o último rodeio antes do time mudar de cara.
