NBA Playoffs 2016: Thunder x Mavericks

The GOAT
thegoatbr
Published in
7 min readApr 16, 2016

Definido nos últimos dias da temporada regular, o confronto entre Oklahoma City Thunder e Dallas Mavericks reúne duas equipes de características completamente opostas nos playoffs. Enquanto o Thunder concentra suas forças em dois craques, Kevin Durant e Russell Westbrook, o Dallas Mavericks conta com a força de um elenco nivelado e o ótimo trabalho do técnico Rick Carlisle. Favoritos, o Thunder não deve ter tantos problemas para chegar à próxima fase.

Jogo 1: Thunder vs Mavericks — 16/04, 22h30 — ESPN
Jogo 2: Thunder vs Mavericks — 18/04, 21h — SporTV2
Jogo 3: Mavericks vs Thunder — 21/04, 20h
Jogo 4: Mavericks vs Thunder — 23/04, 21h — ESPN
Jogo 5: Thunder vs Mavericks — 25/04*
Jogo 6: Mavericks vs Thunder — 28/04*
Jogo 7: Thunder vs Mavericks — 30/04*

*se necessário (confira a programação completa aqui)

A temporada do Oklahoma City Thunder (3)

Campanha: 55 vitórias e 27 derrotas
Time base: Russell Westbrook, Andre Roberson, Kevin Durant, Serge Ibaka e Steven Adams
Principais reservas: Cameron Payne, Dion Waiters, Kyle Singler, Randy Foye, Nick Collison e Enes Kanter
Técnico: Billy Donovan
Líderes estatísticos
– Pontos: Kevin Durant, 28,2 por jogo
– Rebotes: Kevin Durant, 8,2 por jogo
– Assistências: Russell Westbrook, 10,8 por jogo

O Oklahoma City Thunder teve uma boa temporada, apesar de ficarem à sombra de Warriors e Spurs no Oeste. Um passo atrás dos rivais, OKC tentará retornar às Finais da NBA na base da vontade e talento de suas duas estrelas principais, Russell Westbrook e Kevin Durant. Talento ofensivo não faltará para isso. Mas a equipe terá de superar um grande inimigo íntimo: sua fraqueza nos quartos períodos. Uma síndrome esquisita aconteceu por toda a temporada com os comandados de Billy Donovan. O time apaga e entrega vantagens de até dois dígitos no último quarto. A equipe foi a que mais falhou (14) e levou pancadas estonteantes nos últimos períodos de suas partidas. Espera-se uma resposta nos playoffs.

Co-MVPs: Russell Westbrook e Kevin Durant

Escolher um jogador como o maior craque de OKC é impossível. Russell Westbrook ou Kevin Durant? É difícil colocar um acima do outro ou negligenciar, nem que seja um pouquinho, a importância de um deles para enaltecer o outro. Entenda essa divisão como o coração e a alma.

Westbrook é o coração desse time. Russell corre e dá tudo de si quando o time mais necessita, sem descansar em quadra. Sua sede acaba atrapalhando o jogador em alguns momentos, em que parece afobado ou sem controle no ataque. Russ foi uma máquina de triplos-duplos nessa temporada e o segundo melhor da liga em porcentagem de assistências. Além de ser um dos jogadores mais empolgantes de assistir, tem a vantagem de conseguir criar não só jogadas para si, mas para todos os seus companheiros. Sua explosão física é incomparável na liga e se torna um problema automático para os armadores adversários.

Já Kevin Durant é a alma do Thunder. Durant é uma arma ofensiva praticamente inalível, completo e quase indefensável. Com 28,2 pontos e 8,2 rebotes por jogo, Kevin voltou à sua melhor forma após uma temporada cheia de lesões Sua harmonia com Russ é fundamental para os planos grandes do Thunder e pode ser uma valiosa arma para quebrar um adversário cascudo como os Mavs. MVP em 2013–2014, KD já provou que pode ser o melhor jogador da NBA.

KD-RUSSELL-WESTBROOK-OKC-THUNDER

Billy Donovan, o novato

Em seu primeiro ano no cargo, Billy Donovan encara sua primeira viagem aos playoffs como técnico do Thunder. Essa participação completa o ciclo de estreia do treinador, que saiu do college para OKC no começo do ano. Nestes playoffs, o foco de Billy tem de ser em problemas remediáveis a curto prazo. Problemas crônicos não irão se resolver da noite para o dia, como a desorganização ofensiva da equipe, muito criticada já nos tempos de Scott Brooks e agora ampliada. Manter o time nos cascos nos últimos períodos já seria um bom sinal, por exemplo. Donovan precisa se provar, e não há hora melhor que os playoffs.

A importância do garrafão

Além dos dois craques do Thunder, os homens de garrafão do time podem ser extramente decisivos. Serge Ibaka terá um óbvio impacto por ser o principal encarregado de duelar com Dirk Nowitzki. E ele tem boas chances de fazer um grande trabalho. Se Nowitzki pode colocá-lo em cheque em praticamente qualquer posição da quadra, Ibaka pode afastar o alemão da cesta quando estiver defendendo e colocá-lo em situações delicadas. Enes Kanter é outro que será testado para valer agora. Para muitos, o suiço é o melhor sexto-homem da temporada. E é justo pensar nisso, já que seu impacto ofensivo é absurdo, principalmente por conta de seus rebotes ofensivos e uma boa conclusão em seguida. No entanto, suas falhas defensivas dificultam sua permanência em quadra. A missão será minimizar isso nos playoffs, onde cada falha é aproveitada ao máximo.

A temporada do Dallas Mavericks (6)

Campanha: 42 vitórias e 40 derrotas
Time base: Deron Williams, JJ Barea, Wesley Matthews, Dirk Nowitzki e Zaza Pachulia
Principais reservas: Raymond Felton, Devin Harris, Justin Anderson, David Lee e Salah Mejri
Técnico: Rick Carlisle
Líderes estatísticos
– Pontos: Dirk Nowitzki, 18,3 por jogo
– Rebotes: Zaza Pachulia, 9,8 por jogo
– Assistências: Deron Williams, 5,8 por jogo

Foram 82 jogos de redescobertas para a equipe de Rick Carlisle. Após as confusões antes da temporada e o ‘drible’ de DeAndre Jordan nos Mavs, eles conseguiram se reencontrar com grandes e ótimos esforços de jogadores como Wesley Matthews e Deron Williams. Sim, Deron! Não é segredo que Carlisle consegue montar times competitivos , independente do material humano dispnível. Mas não deixa de ser surpreendente que esse elenco de Dallas tenha conquistado 42 vitórias. Com um final de temporada em alta, o momento será importante em um duelo tão complicado e que, para muitos, pode ser a última grande oportunidade de ver Dirk Nowitzki nos playoffs.

O velho Dirk

Não tem jeito: a responsabilidade maior nos Mavs cai sobre os ombros do calejado Dirk Nowitzki. A pressão não é novidade para ele e o mesmo já se provou capaz de lidar com ela. Seu anel de campeão não nos deixa mentir. Agora, já na reta final de sua carreira, Dirk busca seu último canto do cisne. Com uma temporada ligeiramente melhor que a passada, assim com o time no geral, o alemão terá vira árdua para fazer suas bons números (18,3 pontos por jogo) contra um bom defensor como Serge Ibaka. Mas não duvide dos fadeaways e do arremesso certeiro do camisa número 41.

Rick Carlisle, o estrategista

Rick Carlisle é um dos melhores técnicos da liga. Ponto. Não há discussão. E ele é capaz de montar esquemas valiosos para derrubar adversários potencialmente melhores que as equipes que ele comanda. No seu ano campeão, muita gente desconsiderava os Mavs logo de cara, apesar de tudo apontar o quão bom aquele time era. Deu no que deu. Desde então, é difícil ignorar o que um time de Rick pode conquistar. Sua principal característica, além de conseguir fazer elencos coesos e bem equilibrados, é ajustar sua equipe às diferentes dificuldades que as séries de pós-temporada podem apresentar.

Wesley Matthews, o cão de guarda

Um dos ala-armadores mais subestimados da NBA, Wesley Matthews é um jogador intrigante desde os seus tempos em Portland. Ele não foi draftado, mas alcançou seu espaço na NBA se destacando por sua defesa incansável. Como se não fosse o suficiente, adicionou um bom arremesso de três (39% de aproveitamento) e se tornou uma peça chave em qualquer elenco. Apesar de uma queda de quase 3 pontos por jogo em relação ao seu último ano atuando pelos Blazers, é inegável a solidez que Wes garante ao seu time e sua importância será exposta completamente quando for necessário defender Westbrook. Para quem se recupera de uma delicada lesão, Matthews tem feito uma grande recuperação na liga.

wesley-matthews-dallas-mavericks

Experiência na armação

Os Mavs, novamente, terão que lidar com lesões nos playoffs. Chandler Parsons já está fora desta primeira série com uma lesão no joelho. David Lee deve perder pelo menos o Jogo 1. A tarefa de ajudar o time quando as coisas ficarem apertadas ficarão nas mãos dos experientes armadores do time. Machucado, JJ Barea deve jogar mesmo assim, e é importante peça para os Mavs. O porto-riquenho tem jogado em um ótimo nível, que lembra bastante o Barea campeão da NBA neste mesmo Dallas. Chegou a ter partidas de 29, 27 e 26 pontos no último mês. Ao lado dele, Deron Williams também recuperou um pouco de seu basquetebol nesta temporada. Nada no seu nível de Utah Jazz com Jerry Sloan, mas ele tem conseguido ser bem competitivo em quadra. Com bastante experiência e uma boa mão nos últimos quartos, essa dupla pode explorar bastante o calcanhar de aquiles do Thunder.

--

--