#NoUniAds: Adam Silver insiste que propaganda em uniformes são destino manifesto

The GOAT
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3 min readMar 24, 2016
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Mais uma vez o comissário Adam Silver falou sobre a inevitabilidade das propagandas em uniformes. E, sim, mais uma vez lembro que são propagandas, não patrocínios. A NBA não depende desta ajuda monetária para sobreviver, é apenas mais uma maneira dos donos ganharem dinheiro. Pelo menos, ele não comparou com futebol desta vez.

Em uma entrevista com Rachel Nichols, da ESPN, Silver falou um pouco sobre as propagandas.

Destino manifesto, Silver? Para quem nunca leu sobre, explico: Destino manifesto é uma doutrina que acredita que o povo nascido nos Estados Unidos tem o direito Divino de popular o continente americano. Ou seja, o imperialismo e expansionismo dos EUA é a vontade de Deus. O destino manifesto levou à guerra entre EUA e México e a quase exterminação dos nativo-americanos.

Desde 1850 o destino manifesto “caiu”, ainda sendo usado, mas com cada vez menos efetividade. Ninguém mais pensa em destino manifesto como algo bom. A não ser Mitt Romney e Adam Silver, pelo jeito. Espero que nenhum executivo americano use também, a não ser Mitt Romney e Adam Silver, de maneira positiva.

Usar o destino manifesto como justificativa para colocar propagandas em uniformes é nojento. Claramente, diz que é um direito Divino da NBA de ter propagandas nas camisetas e, quem é contra, está indo na direção contrária do que é certo e direito. “Os fãs que se explodam, é nosso direito colocar uniformes com propagandas, satisfazendo nossa ganância, e ninguém está em uma lugar importante o suficiente para dizer que não”.

Nichols lembra que a NBA acabou de assinar um contrato televisivo de US$ 24 BILHÕES, sim com um b, já temos paradas constantes para comerciais, propagandas nas tabelas, mesa, na frente dos bancos de reservas. A liga não precisa de mais uma fonte de renda.

Para Silver, a ganância é um estado natural do ser humano. Sendo assim, ele não tem como evitar que a NBA queira mais dinheiro, comprometendo o produto em quadra. Sim, o comissário insiste que o produto em si não será afetado, mas muito do fascínio pelo esporte é estético. Colocar propagandas na cara dos espectadores durante partidas compromete o lado estético e tira a atenção do público.

Toda equipe esportiva não deixa de prestar um serviço cívico. Times unem a população, trazem melhorias para regiões. Eles são um motivo de orgulho para a população. Uma maneira de tirar onda com os vizinhos. Diluir esta marca com propagandas chega a ser desrespeitoso.

Uma solução, talvez, seja a marca do fabricante no lugar da propaganda. A NBA é a única das grandes ligas americanas sem a marca do fabricante no uniforme. Não deixa de ser uma propaganda, mas é menor, mais delicada e pode se adequar às cores da equipe. E, pelo menos, o fabricante faz algo pelos times além do bom e velho “toma essa grana e coloquem minha marca na camiseta para que todos virem encartes publicitários ambulantes”.

Times já geram dinheiro com venda de ingressos, uniformes sem propaganda, produtos, naming rights das arenas, planos de marketing. A NBA já tem o envolvimento das marcas com O “insira o nome aqui” oficial da NBA, licenças para transmissões em diversos países, e tantas outras coisas. Não precisa de mais uma fonte de dinheiro, só pelo bem da ganância.

Pense nisso, Sr. Silver. #NoUniAds. Pelo bem do fã da NBA. Imagine momentos históricos da NBA manchados por propagandas. Dá tempo de desistir.

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