O jogo 4 da série entre Memphis Grizzlies e Golden State Warriors pareceu com o primeiro duelo do confronto. Mais uma vez, os Warriors explodiram em um segundo quarto decisivo e, depois disso, só precisaram administrar o jogo contra um bagunçado Memphis, sacramentando a vitória por 101 a 84 e empatando a série em 2 a 2.
O técnico de Golden State, Steve Kerr fez grandes ajustes para esta partida. Os Warriors iniciaram forçando os Grizzlies a arremessar com Tony Allen em cronômetro acabando, fechando o espaço de Zach Randolph depois dos pick n rolls e fechando mais os espaços de Mike Conley, usando a marcação de Klay Thompson nele o máximo possível. Tudo deu certo e os Grizzlies não encontraram respostas para alguns destes questionamentos. Não bastasse tudo isso, o técnico de Memphis, David Joerger, fez escolhas complicadas que culminou em um segundo quarto horroroso.
Apesar da vitória dos Warriors por 28 a 20 no primeiro quarto, o jogo era completamente equilibrado. O resultado havia esticado em uma corrida no finalzinho do período. A rotação escolhida por Joerger cedeu dois rebotes ofensivos que se tornaram 5 pontos dos Warriors. O único reboteiro da equipe na formação era Zach Randolph. Então o segundo quarto veio e os Grizzlies não conseguiram aproveitar sua primeira metade, sem Stephen Curry, e cortar bem a diferença do jogo, que ficou flutuando entre 8 e 12 pontos.
Com a entrada do MVP, a liderança esticou e Memphis sentiu bastante. O time se enfraqueceu, Joerger ficou sem reação e a arena ficou mais quieta. Curry fechou o primeiro tempo com 21 pontos — ele tinha feito 21 pontos durante o jogo 3 inteiro. O segundo tempo continuou com os Grizzlies muito relapsos no ataque, mas com a defesa bem equilibrada. Mesmo nivelando as ações, o time não conseguiu quebrar a grande liderança dos Warriors, que agora venceram todos os 51 jogos nesta temporada em que lideraram por 15 pontos em algum momento.
Draymond Green fez um primeiro quarto incrível, desafogando muito bem ofensivamente os Warriors, que passavam por dificuldades. Seu desempenho ainda caiu bastante, com 7 turnovers ao fim da partida. Andre Iguodala também foi importantíssimo na manutenção da liderança na primeira metade do segundo período. Mas o destaque mesmo foi o MVP Stephen Curry e seus 33 pontos, 8 rebotes e 5 assistências.
Joerger tem que pensar bem no que vai fazer no jogo 5. A série estar empatada não é nenhum fim de mundo. Porém os ajustes precisam ser certeiros. A equipe não pode ficar imobilizada em dois pontos cruciais: quando recebe dobras, principalmente no garrafão, ou quando não consegue isolar de forma eficiente Zach Randolph. Este precisa estar sempre ativo no jogo, já que é a arma ofensiva mais confiável e ainda possui a habilidade de cavar faltas e buracos no garrafão adversário. O jogo 4 teve que fluir quase que inteiramente por Gasol nas jogadas de garrafão. Não é o ideal. Exemplo disso foi um aproveitamento de 39,4% de arremessos no garrafão, pior marca na temporada da equipe.
Além disso, é necessário equilibrar melhor as rotações. Não é razoável que um veterano como Vince Carter atue por 10 minutos seguidos em um quarto. Ele e Beno Udrih ao mesmo tempo ferem bastante as defesas da equipe e, se não estiverem produzindo ofensivamente de forma sólida, acabam se tornando uma âncora na equipe. Joerger vinha atentando a isto nos dois jogos anteriores, mas falhou neste.
Apagões longos não podem ocorrer contra equipes do gabarito de Golden State. Os Warriors se aproveitam disso. O jogo 5 ocorre na Oracle Arena na quarta. Tudo igual novamente. Memphis espera recuperar a mentalidade defensiva dos jogos 2 e 3. Não é um situação inédita para a equipe perder um jogo 4 com a chance de fazer 3–1. Já os Warriors querem continuar fortes e frustrando o máximo possível as válvulas primárias dos Grizzlies. E, claro, manter o MVP acordado.
