O segredo está nos detalhes: como os grandes pivôs dos anos 90 pontuavam

The GOAT
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3 min readDec 22, 2016

Um grande sábio disse, certa vez, “o segredo está nos detalhes”. No meio de um esporte tão dinâmico quanto o basquetebol, muitas vezes, estes pequenos detalhes ficam perdidos. Como dizem os americanos, não vemos a floresta pelas árvores.
A partir de hoje, mas sem dia certo para novos post, vou voltar a atenção para esses detalhes. Talvez sejam coisas óbvias, talvez não. Mas venham nessa jornada comigo.

Em um mundo sem jogo de costas para a cesta, nada melhor do que os quatro grandes pivôs dos anos 90, Hakeem Olajuwon, Shaquille O’Neal, Patrick Ewing e David Robinson, para começarmos nossa jornada.

Power Hop

A arma mais básica de um pivô é o hop step. Aquele salto com a bola nas mãos, necessariamente, caindo com os dois pés ao mesmo tempo.

Cair com os dois pés ao mesmo tempo permite que o pivô reaja mais facilmente à defesa adversária. A possibilidade de usar tanto o pé esquerdo como direito para girar, abre um leque imenso de opções. Mas não são só os pés que entram na dança; Hakeem era mestre em usar o cotovelo para selar o adversário no lugar. Colocando seu cotovelo no braço adversário, sem forçar, ele impedia qualquer movimento do defensor sem um imenso risco dele cometer uma falta e mandar Olajuwon para o lance-livre.

Motor Diesel: força e velocidade

Uma das principais vantagens de um motor diesel é a capacidade de aceleração forte, por isso, é a escolha para veículos grandes. Não por menos, Shaq Diesel é um dos apelidos de O’Neal. Como poucos, o Superman original uniu força e velocidade em um estilo de jogo que desfiou tanto seus marcadores quanto árbitros.

udo começa com sua força. Shaq fez uma carreira em deslocar o marcador, abrindo espaço para suas enterradas. Nem um dos melhores defensores da história resistiu.

Toda essa agressividade obrigava uma resposta similar dos marcadores. O que nos leva ao Black Tornado🌪.

OK, verdade que a versão Cavalier do Shaq não é a melhor para mostrar sua velocidade. Mas esse lance é perfeito para explicar o Black Tornado🌪. Marcando Shaq, a reação óbvia é colocar seu peso todo contra ele para evitar que O’Neal cave uma posição muito perto da cesta.

Quase como um judoca, Shaq usa isso contra o defensor, girando rapidamente, fazendo com que seu marcador perca o equilíbrio. Uma enterrada fácil.

The Dream

O melhor pivô da história da NBA usava mais sua agilidade e velocidade do que força. Vindo do soccer, ele tinha um trabalho de pés fora do comum. Com o hop step, Hakeem adorava atacar o fundo da quadra rapidamente, pegando seu marcador de surpresa.

Além de conseguir alguns pontos fáceis, esse ataque rápido já preparava o marcador para as reações ao movimento defensivo. Caso tentasse tirar o fundo, Olajuwon girava para o meio do garrafão. De novo, pontos fáceis.

No entanto, nada foi mais divertido do que ver Hakeem levar o pivô para um passeio. David Robinson que o diga.

Quem Hakeem não enlouqueceu com esse drible? Não se fazem mais pivôs como antigamente.

A vizinhança do Sr. Robinson

David Robinson tinha um estilo mais simples, mas nem por isso, menos perigoso.

Seu movimento preferido, a finta batendo a bola para o meio, era um prato cheio para bandejas, enterradas, ganchos ou um jab step seguido de um arremesso dali mesmo.

Ewing, o protetor do Garden

Mais simples ainda era o ataque favorito de Patrick Ewing. O pivô gostava de receber a bola e girar para o fundo da quadra e arremessar por cima dos defensores.

E, como todo bom ataque, é importante ter uma reação ao que a defesa faz para parar esse ataque. E Ewing tinha, mantendo a simplicidade, como aparece no vídeo.

Esses pequenos detalhes ajudaram no sucesso desses quatro pivôs. E, certamente, existem muitos outros para serem desvendados nos próximos meses.

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