Os 30 mistérios da temporada da NBA: de Houston a NY

The GOAT
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9 min readOct 23, 2016
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Depois de abrir a série com as questões de Atlanta até Golden State, os mistérios voltaram. Conheça mais 10 dúvidas que serão respondidas na próxima temporada da NBA, e a opinião de cada integrante do The GOAT sobre elas. A bola sobe para a temporada 2016–2017 da NBA na próxima terça-feira (25), e você acompanha a liga por aqui.

Confira os outros 20 mistérios da NBA: de Atlanta a Golden State e OKC a Washington

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D’Antoni finalmente fará um bom trabalho pós-Phoenix?

Rubens Borges: Não. Nem vou me aprofundar. Só o fato de ver os “entendidos” resolverem que Mike D’Antoni sabe tudo e é o futuro do basquete e que Phil Jackson só dependeu de estrelas me dá um embrulho no estômago.

Matheus Meyohas: Depende. Levar um time para os playoffs com uma grande temporada individual de um jogador é fazer um bom trabalho? Se sim, sim. Se for preciso mais do que isso, não.

Pedro H. Teixeira: Eu queria dizer não, mas decidi ser ponderado. O grande lance é que o ‘Run n’ Gun’ pode ser perfeito para a estrela do time. E se ele vai potencializar o que Harden é capaz de fazer, então já é um trabalho de alguma forma positivo. Mas não espere muito…

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Paul George será candidato a MVP?

RB: Sim. Calma, calma, deixem eu completar. Ele será candidato a MVP nos dois primeiros meses. Depois, como sempre, deve cair de produção.

MM: Não, mas não será por seu desempenho individual. Um dos melhores jogadores dos dois lados da quadra da NBA, George pode até ter números de MVP. Mas a campanha nem tão boa dos Pacers o afastará da briga pelo troféu.

PH: Depende totalmente dos Pacers como um todo. Se os jogadores auxiliarem bem PG, ele tem sua chance. Mas pra isso ele precisa que Myles Turner vingue, Jeff Teague encaixe bem e outras variáveis.

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Essa é a última temporada de Chris Paul e Blake Griffin pelos Clippers?

RB: Antes da equivocada renovação com DeAndre Jordan, diria que não. Mas, agora, não duvido Chris Paul se encher de um time que parece estagnado e buscar outros ares.

MM: Sim. Doc Rivers estacionou o crescimento dos Clippers e se Chris Paul quiser aproveitar mesmo seus últimos anos no auge da carreira, terá de procurar novos ares. Blake deve considerar a ideia de deixar os Clippers também, ainda mais com o time de sua cidade natal à procura de uma nova estrela para parear com Russell Westbrook. É claro que é muito difícil prever o que vai acontecer daqui a nove meses mas talvez uma mudança na direção dos Clippers (leia-se Doc Rivers) pode motivar CP3 e Blake a ficar mais um pouco.

PH: É o famoso “ou vai ou racha” para os Clippers. Caso o sucesso não venha (e vale lembrar que eles poderiam ter chegado muito longe duas temporadas atrás), é difícil não imaginar um desmanche. CP3, JJ Redick, Blake… com times jovens crescendo, mercados interessantes estarão surgindo. Vai ser difícil segurar.

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Qual é a estrela em que os Lakers devem confiar no futuro?

RB: Não acho que os Lakers devam confiar em UM jovem apenas. Ingram e Russell devem fazer uma dupla de futuro. Quase um OJ — oi NBA 2K17 — real. Potencial para carregar o time eles têm. Basta mantê-los e construir algo em torno. Hora de parar de correr atrás de nomes e ver que a franquia tem uma boa base. Êta time chato que sempre cai de pé.

MM: D’Angelo Russell. O armador está cada vez mais maduro e pronto para a NBA. É possível que, no fim do dia, Brandon Ingram se torne ainda melhor do que D’Angelo. Mas Russell já tem assumido o papel de líder ofensivo dos Lakers e terá papel fundamental na ressurreição da franquia. Ingram pode até vir a ser o melhor jogador entre os dois, mas Russell mostrou a mentalidade de liderança necessária para o retorno.

PH: D’Angelo Russell é a resposta óbvia. E nessa temporada veremos do que Ingram é feito. Luke Walton tem boas peças para montar uma equipe competitiva em alguns anos. D’Lo é a chave.

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ZBo saindo do banco será melhor ou pior para os Grizzlies?

RB: ZBo foi inteligente. Viu de perto Vince Carter administrar a parte final de sua carreira e parece tomar o mesmo caminho. No banco, Randolph poderá abusar de segundas unidades dos adversários como se ainda fosse aquele jovem, gordinho, que não sai do chão mas encontra poeticamente espaços para arremessar. Foi uma boa sacada do time.

MM: Será melhor. Z-Bo no segundo time permite que o ala-pivô carregue o ataque reserva, puna os adversários e ainda libera os Grizzlies para uma adaptação a um basquete mais rápido com o quinteto titular.

PH: É ótimo. ZBo não é mais um garoto. E ele é uma peça antiga em uma NBA moderna muito rápida e de alcance longo. Mas não diminui sua qualidade ofensiva. ZBo vai demolir muitas second units por aí e os Grizzlies terão um quinteto titular mais equilibrado para os novos desafios, com JaMychal Green em seu lugar.

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Sem Bosh e Wade, que caminho Miami deve seguir?

RB: Confesso que me preocupo um pouco com o Heat. Por hora, o time caiu de pé. Mas não consigo ver, ainda, Hassan Whiteside como a coluna que sustenta uma franquia. Não uma que planeja tomar conta da NBA. O futuro do Heat pode mudar logo, times querem Whiteside, apesar dos problemas pessoais, Justise Winslow existe. Mas a equipe se encontra em uma encruzilhada para o momento atual. O que fazer?

MM: Reconstrução! Hassan Whiteside não é um jogador bom o suficiente para carregar o Heat sozinho, mas pode fazer parte do projeto para o futuro. Por outro lado, Dragic ainda tem valor em um mercado que procura armadores sólidos. É hora do Heat se desfazer dele (talvez de Whiteside também) e pensar a longo prazo, desenvolvendo seus jovens (leia-se Justise Winslow).

PH: Eu bato nessa tecla desde que o Bosh voltou a não poder jogar: o Heat deveria encarar a realidade e iniciar a reconstrução de uma vez. O time já tem alguns jovens interessantes para trabalhar, que poderão se comprometer com essa mentalidade de vencer agora. Com o que eles tem em mãos, mesmo se o Wade tivesse renovado, vencer é uma probabilidade bem pequena. Whiteside é o líder dessa franquia e, por melhor que ele seja, o perfil dele não é pra isso. Spoelstra vai saber montar um time jovem. Dê as ferramentas para ele, Riley.

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O experimento Giannis de armador dará certo?

RB: Giannis precisa mostrar bastante evolução esse ano para passar de promessa para algo real. Armar o time deve esconder sua deficiência nos chutes. Qualquer evolução dos Bucks passam por Giannis. Se ele não for o que o time espera que ele seja, hora de recomeçar tudo de novo.

MM: Sim. Giannis é uma aberração da natureza e sua habilidade combina com o que a liga tem pedido para a posição. Não ter um arremesso confiável será um problema, mas todas as outras qualidades devem contornar a situação para o grego, que busca se firmar como estrela na NBA.

PH: Sim. E não me surpreenderia se ele virasse All-Star nesta temporada. Os Bucks vem com vida nova, mesmo com a triste lesão de Khris Middleton. Giannis tem as ferramentas para fazer qualquer coisa que derem para ele tentar fazer funcionar.

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Qual é o limite de Karl-Anthony Towns?

RB: KAT — esse cara precisa de um apelido melhor — é o pivô para a NBA atual. Já na primeira temporada mostrou ter todas as armas para uma carreira histórica. Continuando assim, deve ir longe.

MM: O céu. Dá toda a pinta de ser um grande jogador, e em sua primeira temporada já mostrou que é um dos melhores do mundo em sua posição. Tem um futuro brilhante pela frente.

PH: Limites não existem para esse cara. KAT é a esperança de um mundo melhor em uma franquia tão marretada por fracassos. KAT é a salvador de universos que irá retirar a NBA das mãos de Currys e LeBrons no futuro.

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Alvin Gentry é o técnico certo para o futuro dos Pelicans?

RB: Um treinador muito bom. Não vejo melhores opções no mercado. Até ter problemas com Anthony Davis, não vejo porque tirá-lo de lá.

MM: É preciso dar tempo a Gentry. Mas quanto mais machucado Anthony Davis fica, menores as possibilidades de avaliar o trabalho dele a sério. O treinador tem bons conceitos de basquete e tem sido prejudicado pelas constantes ausências de Davis e Jrue Holiday — este que está ajudando sua mulher no tratamento na luta contra um câncer.

PH: Sim. Temporada passada não pode servir de parâmetro para nada. Lesões demais destruíram qualquer planejamento de Gentry. Deixa o homem trabalhar.

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Quantas partidas Noah e Rose jogarão esse ano?

RB: O contrato de Joakim Noah, um dos poucos erros de Phil Jackson no comando do New York Knicks até aqui. Noah pode ser uma opção boa para ensinar os atalhos do garrafão para Kristaps Porzingis. Mas não por esse preço. O problema maior são os playoffs. Noah até participa dos jogos de pós-temporada, mas há 5 anos com alguma lesão que diminui em muito sua efetividade. Claro que nada disso responde a pergunta e estou apenas enrolando para pensar em um número. Estivesse eu em Las Vegas, apostando, colocaria o over/under do número de partidas que Noah vai jogar em 65. E apostaria no under. Ou seja, menos que 65 partidas.

Rose participa da mesma narrativa de sempre desde que começou seu calvário de lesões, “Rose nunca esteve tão saudável, sua explosão voltou, etc”. A diferença é o elenco dos Knicks. Com Carmelo Anthony, Porzingis, Courtney Lee, Brandon Jennings, Rose não prescisará forçar tanto seu jogo. Caso se adapte, diminua seus loucos ataques ao aro, ele pode ter sua maior temporada — em número de jogos — desde 2010–11, não ficaria surpreso se jogasse umas 70 partidas. Por sinal, só para registrar, eu colocaria Rose no banco, começando com Jennings.

MM: Eu chutaria algo entre 40 e 60 jogos. Mas o problema dos dois nos Knicks passa além das constantes ausências nas últimas temporadas. Tanto Noah quanto Rose apareceram para a NBA como jogadores que usavam muito os atributos físicos que tinham. Rose era explosivo como poucos na história, sua mudança de velocidade na infiltração e equilíbrio eram fora de série. Noah era um pivô incansável, que cobria todos os espaços na defesa, corria a quadra e jogava com muito coração. O problema é que foram tantas lesões, e tanto desgaste sob Tom Thibodeau, que hoje, mesmo em quadra, eles só conseguem ser uma sombra do que foram um dia.

PH: Sou um pouco mais otimista com ambos. Claro que os problemas de lesões deles em Chicago é o que mais chama atenção e é muito urgente, mas é justo comentar o desgaste. Noah e Rose participaram de um Bulls que muito prometeu e nada entregou. A torcida já não aguentava a expectativa sobre a saúde de Rose. Noah não caiu nas graças de Fred Hoiberg. A mudança de ares fará bem a ambos. Rose poderá reimaginar por completo o que ele é, sem ter um fantasma seu o perseguindo naquela franquia. Noah ainda pode dar minutos de qualidade e, no mínimo, será uma influência interessante para Kristaps Porzingis. No cenário ideal, creio que Rose e Noah estejam presentes em cerca de 60 jogos na temporada.

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