Os 30 mistérios da temporada da NBA: de OKC a Washington

The GOAT
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10 min readOct 24, 2016

É amanhã! A temporada da NBA bate à porta e o Bode traz os últimos 10 mistérios que serão desvendados nos próximos meses! Agora é hora de viajar desde Oklahoma City, de onde Kevin Durant saiu, até a capital Washington. Sem mais enrolação, vamos aos fatos. Ou quase isso.

Confira os outros 20 mistérios da NBA: de Atlanta a Golden State e de Houston a NY

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Russ será pior ou melhor sem KD?

Rubens Borges: A saída de Kevin Durant é uma faca de dois legumes para Russell “Let Westbrook be” Westbrook. Por um lado, ele terá o time todo em suas mãos. Sem KD, Russell é o alfa e o ômega do sistema ofensivo do Thunder. Ele é a primeira e última opção, e só deve passar a bola se não conseguir um arremesso livre. Por outro lado, Russ não terá a companhia de KD para atrair defensores. Ele será o único foco quando OKC tentar pontuar. Certamente terá menos espaços do que encontrou no passado. Então, melhor? Pior? Não acredito que exista uma resposta certa além de “diferente”.

Matheus Meyohas: Assistir Westbrook jogar será quase uma obrigação nessa temporada. Vê-lo com as chaves da franquia será fascinante. Seus números vão explodir, ele vai fazer grandes partidas, mas… será tão eficiente quanto antes? Sem uma ameaça do nível de Kevin Durant na quadra, Russell pode ter problemas explorando as defesas adversárias. Principalmente porque ele e boa parte do elenco do Thunder não vão bem nos chutes de fora. Se OKC conseguir criar um jogo com ameaças constantes ao adversário do perímetro, além do próprio Westbrook, talvez haja caminho para que Russell não melhore somente os seus números. Há muita curiosidade para ver como ele jogará sem Kevin Durant definitivamente. Se fosse para apostar, chutaria: mais pontos, rebotes, assistências e turnovers; menos vitórias e eficiência.

Pedro H. Teixeira: Russ é uma besta indomável. É um jogador em constante evolução, que toda temporada parece surpreender ainda mais. Russ encontrará novos desafios nessa temporada. O principal deles, obviamente, é lidar com a ausência de KD. Isso aconteceu nas últimas temporadas em determinados momentos e ele foi muito bem. Mas o time não obteve muito sucesso, falhando em conseguir uma derradeira vaga nos playoffs. Porém, pelo lado positivo, o elenco do Thunder é muito mais cascudo que anteriormente. Russ e Oladipo podem formar uma dupla interessante. No fim do dia, é o Westbrook e ninguém sabe como ele vai te surpreender.

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O futuro do Magic ainda é promissor?

RB: Desculpe PH, mas não gostei muito das trocas que o Orlando Magic fez. Pelo menos não para agora. O que torna o Magic interessante é o futuro do time. Após a temporada 2016–17, o time tem bastante espaço no cap e mantém Vucevic, Hezonja, Gordon e Payton sob contrato. Apesar da estranheza em perder Oladipo por Ibaka, o time segue no caminho parecido com o que tinha antes.

MM: Sim. Elfrid, Gordon e Hezonja ainda são jogadores talentosos o suficiente para animar o torcedor do Magic. Mas a diretoria da franquia precisa abrir o olho e parar de jogar talento fora por nada. As saídas de Oladipo e Tobias Harris até agora ficaram meio estranhas para mim. Mas a contratação de Frank Vogel foi um grande acerto e deve recolocar a franquia nos trilhos.

PH: Oladipo é um jogador querido por todo torcedor do Magic. Perdê-lo doeu mais emocionalmente do que racionalmente. A verdade é que Dipo nunca se tornou o que se esperava dele e o futuro acabou caindo mais no colo de Aaron Gordon. Frank Vogel chega e tem uma base defensiva forte para trabalhar, que é o que ele gosta de fazer. Ibaka, Biyombo e Vucevic é um garrafão que vem com diversas possiblidades. Vai rolar um pouco de “Grit n’ Grind” em Orlando. Essa temporada é essencial para firmar a identidade da franquia de vez. Eu confio em Vogel para tornar o futuro do Magic reluzente.

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O Processo finalmente dará suas primeiras respostas?

RB: Eu quero dizer que sim, realmente quero. Mas Ben Simmons sofreu uma lesão, fora o papo de que seu agente o mantém longe dos Sixers. O Processo não é uma má ideia por si só. O maior problema é apostar que o time consiguirá um Shaquille O’Neal ou LeBron James e iniciar uma cultura de derrotas enquanto busca esse talento especial.

MM: Sim. Só não sei de que forma. Pode ser por uma grande temporada de Joel Embiid ou Jahlil Okafor, pelo que os Sixers podem conseguir em troca de alguns de seus jovens, enfim. Philadelphia abandonou aquela escassez de esperança.

PH: SIM! Joel Embiid finalmente jogará, Jahlil Okafor tem futuro, Nerlens Noel tem sua qualidade e pode ser uma moeda de troca interessante. Ben Simmons é uma grande esperança, mas se machucou e pode perder a temporada inteira. Mas, pela primeira vez, teremos ao menos duas peças importantes em ação. Philly agora vai mostrar sinais de vida.

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Booker está pronto para liderar os Suns?

RB: Devin tem futuro nesse time. Mas, confiando em alguns rumores de que os Suns pensaram em trocar o jogador, ainda é cedo para entregar o time para ele.

MM: É cedo para falar isso. Mas entre todos os jogadores dos Suns, Booker é o que dá mais pinta de que será um grande jogador. Por enquanto, Eric Bledsoe e Brandon Knight têm decepcionado em assumir a franquia.

PH: Sim. Eu aposto todas minhas fichas em Devin Booker nesse time. O garoto é muito talentoso e muito jovem. Vai nessa, Suns.

por

Os Blazers realmente melhoraram na offseason?

RB: O time de Damimimian Lillard. Poucas vezes vi um dos melhores da posição se ofender com tudo que não ganha. Ele ama culpar “eles”. Não foi escolhido All-Star? Culpa deles. Não foi para Rio 2016? Eles. Se o time melhorou? Em uma palavra: não. Gastou os tubos — meu avô sorriu com o uso dessa expressão antiga — para manter Allen Crabbe e não muito mais. E ano passado os Blazers tiveram o luxo de surpreender a NBA. Não mais. Todos entrarão de olho na dupla de armadores.

MM: Pela offseason puramente, não. Portland gastou rios de dinheiro com jogadores comuns, como Evan Turner e Allan Crabbe, e sua real esperança para melhorar está no crescimento de Lillard e McCollum. O que, de fato, pode acontecer.

PH: Dame é uma estrela. CJ McCollum é um demônio. A melhor backcourt da NBA (ignorando o Warriors) precisava de um pouco mais de esforço para melhorar o plantel na offseason. Eu sou otimista com Allan Crabbe, mas Evan Turner é uma incógnita do tamanho do universo. A sorte é que Terry Stotts é um cara que consegue extrair muito de seus jogadores. Se esse cara fez esse elenco desacreditado fazer o que fez temporada passada, não duvido que faça o time continuar a evoluir.

sac

Qual é a solução para a loucura de Sacramento?

RB: Contração! Seria um time candidato à sumir caso NBA aceitasse meu plano. Não vai acontecer. Os Kings deveriam acreditar em DeMarcus Cousins e, realmente, apoiar o pivô seja o que for. Desde Mitch Richmond eles não tinham uma presença que comandasse, sozinho, tamanha atenção. Confiem no cara. Apoiem o cara.

MM: Obedecer Cousins. Deixá-lo opinar, fazer com que ele se sinta querido pela franquia. Evitar movimentos que criem mais confusão e não favoreçam seu principal jogador. Nunca se sabe quando Sacramento voltará a ter um talento do tamanho de DMC em suas mãos. É bom fazer de tudo para mantê-lo.

PH: Eu acho que os Kings começaram bem nessa off-season para corrigir essa loucura. Dave Joerger é um bom técnico, trouxe peças experientes e interessantes na agência livre e parece que finalmente vai respeitar os pensamentos de DeMarcus Cousins. Essa temporada é vital.

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Como ficará a defesa dos Spurs sem Duncan?

RB: Oooooh, eu gostei dessa. Tim Duncan é a cara do San Antonio Spurs que é a cara de San Antonio. Uma cidade fincada nos valores tradicionais, substância sobre estilo. O treinador Gregg Popovich chamava Duncan de “o centro do universo” do time. Sem Duncan por momentos na última temporada, o campo gravitacional da defesa dos Spurs se perdeu. De uma maneira menos Neil DeGrasse Tyson de se falar, o time sofreu. Até Kawhi Leonard teve problemas. Afinal, não podia pressionar tanto sem a presença confortante de Tim Duncan Robot™ protegendo o aro. Pau Gasol e LaMarcus Aldridge terão trabalho para suprir a falta do maior ala-pivô da história. A defesa pode até ser tão efetiva quanto, eventualmente, mas não será a mesma sem Duncan.

MM: A defesa dos Spurs foi historicamente boa em praticamente todas as temporadas com Duncan. A adaptação sem ele será pior ainda pela sua substituição: um envelhecido Pau Gasol. O espanhol terá que se mostrar capaz de proteger o aro e, ao lado de LaMarcus Aldridge, pode ser um ponto vulnerável para os adversários explorarem. Sua defesa de pick and roll com Tony Parker promete ser um pesadelo para os Spurs. Não sei como isso vai funcionar, e Pop é talentoso, mas a defesa de San Antonio deve ficar pior sem Duncan.

PH: Timmy, o grande fundamento. Assistir NBA sem a presença dele vai ser bem esquisito. Principalmente se você torce para os Spurs. Ele era uma referência e sua defesa um martelo que julgava os ataques adversários sem piedade, mesmo que no último ano a idade tenha limitado sua capacidade. Sem ele, a proteção de aro titular do time será feita por Pau Gasol e LaMarcus Aldridge, que são dois jogadores muito mais conhecidos por seus feitos ofensivos. A defesa não será tão boa, times com garrafões fortes irão explorar isso e pode ser um problema para os Spurs. Mas Pop dará um jeito, mesmo que o time compense defensivamente em outros setores.

tor

Os Raptors têm chance de chegar à sua primeira final?

RB: Desculpe, torcida dos Dinos, mas eu não acho que o time melhorou o suficiente nem para chegar às finais de sua conferência.

MM: Não. Precisariam de um jogador que mudasse o nível da equipe nessa offseason (estou olhando para você, Paul Millsap). Sem isso, não devem conseguir bater os Cavs.

PH: Hoje em dia eu vejo os Celtics mais próximos de bater os Cavs do que os Dinos. A não ser que DeRozan e Lowry se tornem supernovas, acho difícil isso acontecer nessa temporada.

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O Jazz vai aos playoffs pela primeira vez desde a saída de Deron?

RB: Não só o time tem tudo para ir aos playoffs, como apostaria sem medo em uma quinta ou quarta posição no disputado Oeste. Caso a saúde permita, é um elenco feito para a NBA “moderna” — *tosse*soft*tosse*.

MM: Chegou a hora do Jazz. O elenco está mais maduro, o time tem uma das melhores defesas da NBA, e ainda ganhou com a chegada do armador George Hill. Seus jovens devem continuar evoluindo e o time pode ser um duelo temido por muitos adversários nos playoffs (ei Warriors).

PH: Com certeza. Finalmente veremos esse time florescendo de verdade. Gordon Hayward e Derrick Favors é uma das minhas duplas favoritas na liga. Adicione na equação jogadores intrigantes e BANG! JAZZ! Capaz de alterar de muitas formas seu estilo de jogo e com caras muito inteligentes no elenco, as expectativas são gigantescas.

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Wizards conseguirão traduzir as atuações de John Wall em vitórias?

RB: Como alguém que observa desde a NCAA a carreira de Carmelo Anthony, vejo alguns paralelos entre o futuro membro do Hall da Fama e John Wall. Ambos jogadores têm um talento assustador, e sofrem nas narrativas por nunca terem equipes que correspondessem ao seu talento. Enquanto os Steph Currys e LeBron James da vida se beneficiam de times excepcionais, alguns não têm a mesma sorte. Wall parece ser um armador ótimo que está destinado a não ter um time bom o suficiente ao seu redor. E isso machucará como as pessoas verão sua carreira no futuro. Infelizmente.

MM: Mais do que ano passado, certamente. Mas o número de vitórias dos Wizards não dirá o quão bom Wall é. Muito mal acompanhado, o armador precisará de uma recuperação inesperada de Bradley Beal, ou do crescimento de jovens como Otto Porter e Kelly Oubre Jr. Vida dura.

PH: Scott Brooks lida bem com seus armadores. Russ cresceu com ele. Wall pode crescer bem também. O problema é que isso não depende só dele. Beal, seu principal aliado, não se mantém saudável. O time vai depender novamente do crescimento substancial de jovens jogadores. Se as coisas voltarem a não andar pra frente, talvez seja o começo de um desgaste complicado de Wall em Washington.

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