Será hora de entregar os Knicks para Kristaps Porzingis?

The GOAT
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3 min readNov 23, 2016
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O ciclo é antigo e se repete constantemente. Sempre que um jovem de qualidade aparece em um time que não disputa o título no momento, as vozes para trocar o veterano “dono” no time e deixar as rédeas na mão do jovem se multiplicam. A ideia seria “melhor começar a construir já em torno do jovem, o veterano faz seu desenvolvimento demorar mais”.

Acontece agora com o New York Knicks. Desde que Kristaps Porzingis provou que as vaias do torcedor que ouviu seu nome no draft de 2015 eram equivocadas, muitos pedem que o time seja dele. Torcedores imploram para que os Knicks troquem Carmelo Anthony que só estaria atrasando o progresso de KP. Mas, será que isso é verdade?

Se a opinião de quem receberia o comando do time importa, não. “Obviamente quero que ele continue aqui”, disse Porzingis ao New York Daily News em Março de 2016. “Precisamos dele, eu preciso. Preciso, em primeiro lugar, aprender dele. E vencer. Precisamos dele para vencer. Sem ele seria muito mais difícil. Mas, não me preocupo com isso… ele tem sido leal. Acho que ama Nova York. E isso é o mais importante”.

Após a ótima vitória sobre o Atlanta Hawks, Porzingis repetiu o quão importante Melo é para seu desenvolvimento. “Sem Melo, seria muito mais difícil para eu conseguir fazer 30 pontos, ou 28 pontos”, disse o letão. “As pessoas não entendem isso. Mas é assim que as coisas são. Ele chama muita atenção e é o foco principal do adversário. Isso abre muita coisa para mim”.

Vamos tirar a parte chata do caminho, os números. Quando Anthony está no banco, KP converte, apenas 24% dos chutes de 3 pontos e 46,2% dos chutes de quadra. Com Melo ao seu lado, Porzingis pula para impressionantes 46,2% de 3 — isso é mais do que Steph Curry converteu na temporada passada, mais do que qualquer temporada de Curry, na verdade — e 52,1% dos chutes de quadra.

Existem alguns motivos para essa diferença gritante. Acompanhado do #7, KP chute menos de ¼ de seus arremessos sem ser assistido por um companheiro. Sem Anthony, ele tenta levar seu marcador no 1 contra 1 em quase 40% de seus chutes. Além disso, Porzingis tende a chutar mais de curta e média distância com Melo, com mais bolas longas de 2 pontos e chutes de fora sem o ala ao seu lado.

Sem Carmelo Anthony

Defesas empurram Porzingis para fora da cesta com facilidade, ainda tem que preencher seus 2,21 m de altura. Quando ele passa por um, a ajuda chega rápido, sem pensar se devem ou não abandonar os jogadores que marcam, mesmo quando bons arremessadores, como Mindaugas Kuzminkas estão em quadra.

Com Carmelo Anthony

Mesmo em uma partida ofensivamente horrenda de Anthony, como a vitória sobre o Portland Trail Blazers, sua presença é providencial para Porzingis.

Os Knicks ainda irão até onde Melo conseguir levá-los. A diferença, neste ano, é que ele tem ajuda. Se o time encaixar — e as quatro vitórias em cinco jogos podem ser um bom presságio — e continuar saudável, pode incomodar.

É perigoso para seu desenvolvimento deixar Porzingis sozinho na quadra. Sem um arremesso de alta percentagem. Só alguns “você consegue daqui, só dar o melhor que você tem”. A vida é mais fácil quando vista do iate que é ter Carmelo Anthony ao seu lado. (valeu A Tribe Called Quest e André 3000).

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