Uma série em um quarto

The GOAT
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3 min readMay 15, 2015
dwight rockets clippers

Teremos jogo 7 entre Houston Rockets e Los Angeles Clippers. Sim, Houston conseguiu converter uma liderança de 3 a 1 dos Clippers e empatou a série em 3 a 3. A vitória por 119 a 107 no jogo 6 foi uma espécie de analogia em miniatura do que aconteceu no confronto. Após chegar a estar perdendo por 89 a 70 na reta final do terceiro quarto, os Rockets conseguiram uma incrível reação para fechar o jogo e continuarem vivos na temporada.

Os Clippers abriram essa vantagem folgada graças ao excelente jogo de seus dois principais jogadores. Chris Paul e Blake Griffin comandaram o time com 50 pontos, 12 rebotes e 11 assistências juntos. Blake aproveitou-se muito bem do garrafão dos Rockets e do nervosismo do pivô Dwight Howard. Com sua mobilidade e explosão próximo ao aro, acertou 12 de seus 15 primeiros arremessos de quadra na partida.

A diferença no placar foi realmente construída no início do segundo tempo. Os Clippers aplicaram uma corrida de 25 a 8 em pouco menos de 10 minutos. O destaque da equipe nesse trecho do jogo foi CP3, que contribuiu com 12 pontos, 3 assistências e 2 rebotes, além de um aproveitamento perfeito em seus 4 chutes de quadra. Boa parte disso se deve à atuação fraca de James Harden, que, mesmo tentando bastante, errou demais no ataque, e foi mal na defesa, geralmente perdido na marcação sem a bola, gerando quebras na marcação dos Rockets.

Quase entregue na partida, o Houston Rockets então encontrou uma rotação que, aos poucos, foi diminuindo a vantagem dos Clippers. A escalação com Dwight Howard, Josh Smith, Trevor Ariza, Corey Brewer e Jason Terry foi fatal para Los Angeles. Enquanto Dwight foi dominante na defesa e nos rebotes de ataque, ainda que sem pontuar, o trio formado por Smith, Ariza e Brewer foi nitroglicerina pura. Os alas usaram de sua versatilidade para alternar entre o garrafão e a linha de 3 pontos, confundindo a defesa dos Clippers.

E foi exatamente com os chutes de 3 que Houston cresceu na partida. Foram 8 bolas certeiras de 13 tentadas. O principal responsável pelo número foi Smith, um chutar bastante irregular da posição, que esteve confiante o suficiente para converter 3 dos 4 arremessos que fez. No último período, vencido por 40 a 15, foram somente 8 pontos da área pintada, e 29 em arremessos de 3. Smith e Brewer combinaram para 29 dos 49 pontos anotados pelos Rockets na sequência que reverteu uma vantagem de 19 pontos para uma outra de 12.

Se no ataque o perímetro judiou dos Clippers de todas as formas, Howard foi quem congelou o sistema ofensivo de Los Angeles, que só anotou 18 pontos nos últimos 14 minutos de jogo. Tanto Griffin quanto DeAndre Jordan passaram o restante da partida zerados, com direito a 2 turnovers de Blake e apenas 4 rebotes somados. Dwight, por sua vez, acumulou 5 pontos em lances livres, além de 7 rebotes (3 ofensivos) e 1 assistência.

O técnico Kevin McHale foi corajoso o suficiente para confiar no bom momento da equipe, e Harden só voltou à quadra com a partida praticamente definida, para ser uma opção nos lances livres. Nada que vá incomodar muito o ala-armador, que viu a eliminação de perto em quadra. Nos minutos finais da partida, já totalmente abatidos pelo que acontecia, os Clippers mal conseguiram executar jogadas simples. Howard terminou o jogo com 20 pontos e 21 rebotes.

Após um baque desse tamanho, dá para questionar com qual mentalidade Los Angeles vai para o jogo 7, em Houston, no próximo sábado. Vitórias fora de casa na partida final de uma série dificilmente acontecem, mas quem esperava que tudo isso fosse acontecer? A série continua aberta, e será tão imprevisível como essa vitória dos Rockets.

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