Uso medicinal de substâncias psicodélicas
Heeey pessoal! Tudo bem com vocês?
Olha que viagem…
As substâncias psicodélicas vêm sendo usadas há milhares de anos pelos povos indígenas em rituais de cura e cerimônias espirituais em todo o mundo. Durante os anos 60, o movimento hippie e de contracultura também bebeu em peso dessa fonte. Foi a partir do início dos anos 70, quando Nixon declarou a Guerra às Drogas, que as pesquisas sobre o assunto foram suspensas e seu uso criminalizado.
Papo de doidão ou não, uma coisa é fato: estudos recentes acerca do efeito dos psicodélicos no cérebro estão revelando resultados surpreendentes e que podem mudar a forma como a nossa sociedade lida com essas drogas.
Em uma reportagem publicada pelo “The Economist”, Chad Kuske, ex-oficial da Marinha dos EUA, conta que passou por um tratamento para a depressão e abuso de substâncias químicas nada convencional: com psilocibina.
Chad já havia tentado vários outros tratamentos, mas todos haviam falhado. Segundo ele, o tratamento mudou sua vida: “Percebi que estive vivendo no meu próprio inferno pessoal e eu estava me mantendo lá por escolhas minhas e eu tinha o poder de mudar isso.”.
Um artigo publicado no “New England Journal of Medicine” mostrou que a psilocibina possui ação semelhante à de um antidepressivo clássico, o escitalopram, sendo que ambos apresentaram uma redução similar no quadro de depressão.
Os psicodélicos atuam junto aos receptores de serotonina, o hormônio do bem-estar e da felicidade. Além disso, estimulam o crescimento de novas conexões neurais e ajudam a quebrar padrões de pensamento disfuncionais, podendo auxiliar no tratamento de depressão, estresse pós-traumático e outras doenças psiquiátricas.
Em 2020, a FDA (America’s Food and Drug Administration), concedeu à psilocibina, o principal princípio ativo dos cogumelos alucinógenos, a designação de “terapia inovadora” para a depressão grave.
Em janeiro desse ano o Canadá aprovou o uso medicinal de cogumelos e MDMA. Nos EUA, alguns estados, como Oregon, já permitem que centros de tratamento disponibilizem a terapia supervisionada com psilocibina.
Os pesquisadores Stevens Rehen e Dráulio Araújo, afirmam que estamos vivendo um momento de revolução dos tratamentos psiquiátricos com substâncias psicodélicas, mas será?
Nos últimos cinco anos, a busca pelo termo psilocibina mais que dobrou no Brasil e no mundo, sendo o Canadá, os EUA e a Nova Zelândia os países com maior fluxo de pesquisas. (Fonte: Google Trends)
Segundo a empresa de consultoria WGSN, a descriminalização de produtos naturais e o respeito pelas sabedorias ancestrais estão crescendo e com isso, o interesse pelas substâncias psicodélicas aumentam naturalmente.
Viagens para retiros psicodélicos estão ganhando o interesse do público mais jovem, principalmente daqueles que estão em busca de equilíbrio, depois de todo o estresse de quase dois anos de isolamento social.
Os destinos mais procurados são Amsterdam e Jamaica, por serem países com políticas mais liberais acerca dos psicoativos. Essas experiências prometem uma abordagem holística para a cura, combinando a experiência psicodélica e terapias tradicionais para o bem-estar.
É claro que o caminho ainda é longo e muitos testes precisam ser feitos para que sejam identificados os possíveis efeitos colaterais e contraindicações dessas substâncias, mas enquanto isso a gente problematiza…
Para você, cogumelo é “coisa de doidão” ou de consultório? Você acredita no poder de cura das substâncias psicodélicas? Conta pra gente nos comentários!
💡 Quer aprofundar no assunto? Assista:
- A Maior Viagem — Uma Aventura Psicodélica
- O primeiro episódio da série “Goop Lab — com Gwyneth Paltrow”
Fontes:
DANTAS, Carolina. Substâncias psicodélicas: estudos mostram avanços no tratamento contra depressão e outras doenças psiquiátricas. G1. 25 de maio de 2021. Disponível em: <https://g1.globo.com/bemestar/saude-mental/noticia/2021/05/25/substancias-psicodelicas-estudos-mostram-avancos-no-tratamento-contra-a-depressao-e-outras-doencas-psiquiatricas.ghtml>. Acesso em: 08 de fevereiro de 2022.
IRISER, Irina.Let’s take a trip: the boom in psychdelic tourism. WGSN Insider, 14 de janeiro de 2022. Disponível em: <https://www.wgsn.com/en/blogs/lets-take-trip-boom-psychedelic-tourism>. Acesso em 08 de fevereiro de 2022.
Sensible policy on psychedelic drugs is growing mor common. The Economist, 29 de janeiro de 202. Disponível em: <https://www.economist.com/united-states/2022/01/29/sensible-policy-on-psychedelic-drugs-is-growing-more-common>. Acesso em: 08 de fevereiro de 2022.