Quanto menos a gente tem, mais a gente faz #039

Thiago Loreto
2 min readApr 14, 2016

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Quando eu tinha uns 12 anos, sempre quis ter muitos brinquedos diferentes e fazer atividades diferentes, uma quantidade imaginária de coisas que não cabia nas 24 horas do meu dia. Um dia, minha avó, figura que eu sempre tive sorte de conviver todos os dias, me disse: a gente precisa ser muito criativo em relação às coisas que a gente têm.

Como criança na puberdade, aquela frase não tinha muito efeito. Como Professora, minha avó foi extremamente lúdica e ilustrativa comigo: pensa comigo, você tem todos esses brinquedos, vai fazer uma viagem pra Foz do Iguaçu muito legal e ainda quer mais uma infinidade de coisas. E mais legal ainda é sua família ter condições de fazer isso por você, mas nem todas têm. E aí? Como as crianças que não têm as mesmas condições brincam? Elas pegam pedrinhas e fazem um bonequinho. Elas pegam uma caixinha de leite e fazem uma nave espacial. Esses brinquedos duram por muito tempo porque são os únicos que elas têm. Elas precisam ser criativas pra brincarem e se divertirem com as coisas que têm ao alcance delas. E mais, eles valorizam e cuidam do que têm.

Sabe aquela sensação de que um caminhão passou na sua cara e você realiza que é um completo idiota e tem muito o que aprender na vida? Foi o que eu senti aquela hora. 14 anos depois, eu me peguei pensando nisso junto com os perrengues que São Paulo traz. Fico ruminando os diversos comportamentos ao longo do caminho de não valorizar ou até mesmo agradecer os vários acontecimentos da vida. Toma!

Obrigado, Dona Heloísa! A senhora é dona e fonte principal de inspirações dessas sinapses aqui.

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Thiago Loreto

verbalizador do universo de dentro, criador de conteúdo e de humor muito peculiar, você não entenderia | thi.loreto@gmail.com