3 motivos para você nunca recusar uma entrevista

Thiago Barradas
thiagobarradas
Published in
4 min readDec 24, 2018

Muitas vezes acreditamos que temos o emprego dos sonhos, que fazemos exatamente o que queremos, que temos a “estabilidade” que buscamos e que tudo vai muito bem.

Pode até ser verdade no momento, mas ter essa certa para todo o seu futuro é praticamente impossível, afinal, essa certeza pode ser alterada a longo prazo por diversos motivos, seja pelas mudanças no seu dia-a-dia no trabalho, na adaptação da cultura da sua empresa, das pessoas que trabalham com você, pelas mudanças no mercado que podem impactar o desempenho da sua companhia ou até mesmo nas mudanças que vão ocorrem na sua maneira de pensar, na definição do que você quer fazer e da onde você quer chegar.

Abaixo citarei os 3 principais motivos pelo qual você nunca deve dizer não para uma entrevista de emprego:

1) Experiência

Experiência é fundamental em todos aspectos da nossa vida. Basicamente, quanto mais fazemos algo, melhores somos em fazer essa tal “coisa”. Em uma entrevista não é diferente. Quanto mais entrevistas você fizer, mais preparado você estará para quando realmente precisar.

Com o tempo aprendemos, para cada área específica, quais são os truques e o que os recrutadores/entrevistadores querem ouvir (não estou falando em mentir em uma entrevista e sim na maneira de se expressar). Assim, ficamos mais preparados para conquistar uma possível futura vaga, quando decidirmos que é o momento.

2) Networking

Fazer uma entrevista envolve muito mais do que um simples bate-papo com o intuito de contratar ou de ser contratado. Durante uma entrevista provavelmente você irá interagir com diversas pessoas, como o recrutador, pessoas do RH, gerente de uma ou mais áreas, outros empregados da companhia com capacidade de te avaliar, etc. Além dessa interação, existe a possibilidade de interagir com outros participantes, já que alguns processos seletivos envolvem dinâmicas ou papos em grupo. Aproveite sempre esse momento para expor ao máximo quem você é e os pontos que você domina.

Não esqueça de usar toda interação como um motivo para aumentar o seu networking. Hoje podemos considerar que o LinkedIn é a maior rede profissional que existe. Não deixe-o desatualizado e faça questão de adicionar todos seus contatos profissionais, mantendo a porta aberta para oportunidades futuras.

3) Análise de Mercado

Talvez esse seja o ponto mais importante entre os 3, a compreensão do que o mercado quer e do que o mercado oferece.

Quando estamos em um emprego que é agradável (a ponto de recusar entrevistas) ficamos reféns de compreender o mercado através de outros olhos, de um amigo ou da internet. Com isso, perdemos nossa capacidade analítica da verdadeira necessidade que o mercado tem e do quanto nosso conhecimento pode valer.

Passar por diversos processos seletivos e entrevistas nos proporciona o entendimento de como estamos perante ao mercado. Podemos perceber que estamos experientes o suficiente para ocupar um cargo superior em uma outra empresa ou que na verdade estamos abaixo e precisamos correr atrás para não perder nossa atual posição.

Conseguimos entender quais ferramentas, metodologias, tecnologias e skills estão em alta e o quanto as empresas estão dispostas a pagar por profissionais com essa qualificação. Isso vai te ajudar bastante em definir o que estudar, que caminho seguir na vida profissional de acordo com as coisas que você gosta e que realmente são necessárias e aplicáveis.

Estar atualizado no quesito mercado - demanda e oferta - é imprescindível para profissionais de alto desempenho e que buscam um crescimento exponencial em suas carreiras.

Considerações

Após falar sobre esses pontos importantíssimos, é necessário fazer três observações para que esse assunto seja tratado de forma profissional e cautelosa:

  • Devo aceitar literalmente todas as entrevistas? Não necessariamente. Se o cargo não tiver nenhuma conexão com a sua visão de futuro ou a empresa não possuir um objetivo que faça sentido para você, não “gaste” o seu tempo e o tempo da empresa. Um bom exemplo disso seria uma oferta para trabalhar como Comercial sendo que sou um profissional de TI e pra mim isso não é interessante. Ou, uma proposta de trabalho na minha área mas em uma industria de cigarros, que, ao meu ver, não possui um objetivo que mude a vida das pessoas para algo positivo.
  • Como dizer não após o participar de todo processo seletivo e ser aprovado? Deixe claro quais motivos te fazem não querer o novo trabalho. Existem diversas razões para isso e você só precisa parar de frente para o espelho e se perguntar: Por quê não quero trabalhar lá? Remuneração é baixa? Não me adequaria a cultura da empresa? Não é o ambiente de trabalho que espero? Faltam de desafios? O objetivo da empresa não me motiva? — Ah, não esqueça de deixar claro todos os pontos positivos que você percebeu ao longo das conversas e, se fizer sentido, mantenha a porta aberta para oportunidades futuras.
  • Como me comportar perante a minha empresa? Evite falar (leia: não fale) sobre as entrevistas e sobre as outras empresas no seu trabalho atual ou com as pessoas de lá. Trate tudo normalmente. Afinal, estar em uma empresa e ir em uma entrevista não faz de você um traidor ou uma pessoa ruim, nem te faz gostar mais ou menos dela. Lembre-se, sua vida profissional diz respeito somente a você em sua individualidade.

Ás vezes só percebemos que podemos ser mais felizes e realizados profissionalmente se dermos uma chance para que as empresas falem um pouco mais sobre elas. E num desses papos você pode perceber que o mercado é muito maior e até mesmo se sentir muito interessado no novo desafio, encontrando um novo emprego dos sonhos (mas não pare com as entrevistas, ok? 😅).

E no final das contas, se nenhuma entrevista for agradável e não te conquistar, você reforça a ideia que tem o emprego dos sonhos e isso servirá como fator motivacional no seu trabalho atual.

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Thiago Barradas
thiagobarradas

Microsoft MVP, Elastic Contributor. Entusiasta de novas tecnologias e arquiteto de software na Stone. Cultuador do hábito de formar cabeças pensantes.