Durante a Faculdade de Medicina (Prelúdio)

Antes de começar a narrar um pouco as histórias que só acontecem durante os 6 anos de Faculdade de Medicina, melhor é fazer uma introdução.

Andre Saijo

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"Dez semanas…", pensei enquanto percebi que o fim das férias em Janeiro tinha chegado, "Dez semanas de uma matéria só na faculdade? Como será que vai ser esse curso de Clínica Médica? Ainda não sei se é muito ou pouco. Talvez seja pouco, mas dizem que é um dos cursos mais difíceis da faculdade, então deve ser muito. Não sei, mas é melhor estudar mais dessa vez, só pra garantir…"

E assim começou o meu quarto ano na Faculdade de Medicina da USP, faculdade esta que me orgulho tanto e sou muito feliz de ser aluno desde 2009. Os mais atentos devem ter percebido que se eu comecei o curso de Medicina em 2009, deveria então estar agora no quinto ano, o famoso (ou nem tanto) Internato. Não, não reprovei nenhum ano, mas fiquei fora da faculdade durante o ano passado todo em um projeto de intercâmbio na cidade de Boston, nos Estados Unidos.

Busto e Faculdade

Minha faculdade comemorou no ano passado o Centenário de sua existência. Jovem comparada a nossas irmãs da Bahia e do Rio de Janeiro, a FMUSP obteve diversas conquistas desde que foi fundada pelo tão querido, e nome de ruas e avenidas, Doutor Arnaldo (Augusto Vieira de Carvalho). Dedicado a ele, há um Busto em frente à Faculdade, também conhecida como Pinheiros, e que imponentemente faz uma eterna vigília de cobre pela faculdade que idealizou e construiu.

Decidi escrever aqui apenas histórias, de preferência as que eu não seja o protagonista, já que para isso tenho o meu blog que mantenho desde o início de 2009. Mas o que realmente me atraiu foi a capacidade de interação e colaboratividade dessa interface, então escreverei também reflexões e discussões (em geral que tive previamente comigo mesmo e com outros seres vivos presencialmente), e espero que surjam coisas interessantes daqui.

No entanto não me decidi completamente se continuo escrevendo em português ou me rendo e go to the English. Obviously the English is not my first language and this can be a problem to share some ideas and points of views. But the English goes further than português e essa bipolaridade idiomática vai ficar pendente for a while.

Por fim, vai ser a maior terapia para mim, tão acostumado à eloquência digital exagerada. Serão histórias curtas, mas que de alguma forma não foram curtas o bastante para serem esquecidas durante esses anos todos.

E como dizia Doutor William Osler:

“The practice of medicine is an art, not a trade; a calling, not a business; a calling in which your heart will be exercised equally with your head. Often the best part of your work will have nothing to do with potions and powders, but with the exercise of an influence of the strong upon the weak, of the righteous upon the wicked, of the wise upon the foolish.”

Que venham mais histórias!

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Andre Saijo

Brazilian, physician, underdog (YC), psycho-ish, nerd @decoyc