Design Trends

Trend pode não ser tão bom.

Pedro Marques
Thoughts in design and development
4 min readOct 2, 2013

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Me lembro quando me apaixonei, aula de história da arte, com o melhor professor do mundo, sobre minimalismo, automaticamente me apaixonei pelo estilo, percebi que todos aqueles bevels, drop shadows, outer glows, e outros itens não eram tão necessários. Depois disso tive vários outros contatos com coisas semelhantes como o Content Before Chrome do Windows8, que falarei mais profundamente nos próximos posts.

Ha algum tempo houve o lançamento do Google Maps para iOS, claro baixei o app, e vi que ele mantém o “Google Style” de interface, que é muito inspirado no minimalismo, onde as coisas são brancas ou tem tons bem claros de cinza, e a tipografia tem o famoso estilo “Swiss watch”

Perfil do usuário

Particularmente, gosto muito deste estilo, pois facilita bastante a usabilidade, ainda mais para o nosso mundo mobile.

Design Hoje

Vivemos esta tendência do design flat, muitos aplicativos, páginas da web, até pias, mas até onde estes design trends são legais?

Uma vez ouvi, “A forma segue a função” não ouvi do Louis Sullivan mas li num livro da Bauhaus então tá valendo, estamos vivendo uma distorção dessa ordem (não que isso seja uma regra mor), mas pare e pense: Uma cadeira foi feita para sentar, o formato dela vai fazer de tudo pra se adequar a esta funcionalidade.

O “Flat Design” começou muito bem, mostrando que “clear layer style” não é de todo mau, porém quando algo se torna um design trend, leia-se moda, ao mesmo ele caminha pra ser “over used” e tudo que você vê por aí carrega este estilo.

Antes de me aprofundar no “Flat Design” vamos na contrapartida.

Skeumorfismo

Belas telas não?

Pra começar, Skeumorfismo não é o que a Apple faz, ou fazia :(, nas suas interfaces, mas tem a ver.

O skeumorfismo é a abstração da função de um objeto representada pelo próprio objeto, uma metáfora visual.

Por exemplo:

O Disquete sendo usado como ícone Salvar, é um exemplo da abstração funcional de armazenar arquivos representada pelo ícone do objeto real.

O skeumorfismo vai além da mera interação homem máquina, ele está representado nos mais profundos níveis psicológicos da sociedade, como a gestalt.

No início da revolução industrial começaram a produzir fogões elétricos, mas a aceitação foi baixa pois as pessoas não acreditavam na funcionalidade daquele produto cheio de metal, pois estavam acostumados com o grande fogão a lenha. O que a indústria fez? Ela fez com que eles fossem parecidos com os fogões a lenha, aumentaram o tamanho, manteram as grades e outras coisas iconicas do design original. Assim ele passou a ser aceito, pois gerou um sentimento de confiança.

Isso tudo acaba refletindo na cultura pop, na cultura gerada pelas industrias e mídias.

Mas partindo dessa premissa social e psicológica do skeumorfismo vamos contra a maior premissa do design moderno que é “Forma segue função”. Se a forma deve seguir a função pra que deve se adaptar a forma para que ela se pareça com a função, abstraída na forma de algo que remeta a função no sentido mais básico?

Mas o usuário nem sempre está acostumado com essa mudança. Pois a função se assemelha, mas é melhorada.

Flat Design

Kit de interface baseado em Flat Design

Que palavra legal, não? Então ela é uma variação do movimento modernista, cultivado na escola de ulm, porém alguns, vários, designers estão levando este estilo ao máximo possível, a um nível de simplicidade no qual ela acaba se tornando simplória, o que não é o problema, porque nós designers chegaremos a um ponto onde realmente pensaremos Content Before Chrome,

A questão é: Tanto se fala em Flat Design X Skeumorfismo que se esquece que o item mais utilizado no flat design, os ícones, são representações baseadas na funcionalidade de algo.

O famoso ícone de CHECK, ao concluir uma tarefa, é uma representação gráfica do movimento de se marcar uma tarefa feita em uma folha com várias tarefas, uma metáfora visual, skeumorfismo.

Flat design funciona muito bem, pois estamos em uma era digital onde o ícone do disquete flop não faz tanto sentido, mas em contrapartida uma das melhores maneiras de mostrar ao usuário como operar sua ferramenta, aplicação, programa ou website é uma metáfora visual.

O ponto é, ambos são estilos visuais, trends virão, trends se perderão com o tempo, mas o velho design solucionador de problemas vai sempre ser o mesmo.

"Caguei" um bocado de regra por aqui, mas como já dizia Ezio Auditore:

Nada é verdade tudo é permitido

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Pedro Marques
Thoughts in design and development

I think fast, I talk fast, I solve problems. Director of Product Designat Booking.com