“Eu conheci Ultron” — “Tiago Bezerra” — Imagem: reprodução Google/Imagens

EU CONHECI ULTRON

Tiago Bezerra
Tiago Bezerra

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É com enorme pesar que começo este texto. Stan Lee foi um dos criadores de conteúdo mais relevantes que o mundo já viu. Talvez o mais, não sei. Difícil dizer.

Tirei essa última semana para homenagear a passagem dessa mente brilhante. Vi todos os filmes da Marvel® disponíveis na Netflix®. Quando estava na metade de Homem de Ferro 2, lembrei que tinha visto num blog a ordem linear dos filmes. Mas já era tarde.

Vi o Homem de Ferro 3, Homem Formiga, Thor, Vingadores e Vingadores a Era de Ultron. Não vi Capitão América — Guerra Civil, porque detestei o filme. E, ao contrário de muitos amigos, gosto bem da Era de Ultron. Gosto porque tem muitos detalhes no roteiro que me fazem pensar em comunicação.

Quando Ultron se percebe como inteligência independente, ele destrói o Jarvis e toma posse de todos os dados existentes nos arquivos da Torre Stark. Tem uma hora que a Viúva Negra diz que Ultron, “provavelmente, sabe mais de nós do que sabemos um do outro”.

Mais pra frente, em uma conversa com os gêmeos, Ultron mostra realmente que conhece os dados. Diz que entende o motivo dos dois, porque leu os arquivos. Mas logo é repreendido por um dos gêmeos que diz que os arquivos não dizem tudo.

Essa é a grande fraqueza de Ultron. Ele vê os dados em vez de interpretar, entender. É uma grande bobagem achar que não precisa de empatia para lidar com números.

Eu conheci Ultron. Sempre à espreita pelas agências de publicidade e departamentos de comunicação e marketing das empresas.

Ultron vê likes, vê impressões, vê leads, vê Big Data. Mas Ultron não vê pessoas, não vê ideia, não vê bom gosto, não vê critério. Ultron não vê empatia, propósito, relevância, propaganda, comunicação.

Ultron não vê nem a mensagem deste texto. Eu conheci Ultron, mas ele não me conhece.

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