Transformação Digital no setor público
O investimento de órgãos públicos em transformação digital já está trazendo ganhos como modelos de trabalhos mais transparentes , rápidos e integrados
A transformação digital já é realidade em nosso cotidiano. Não é de hoje que a expressão rotineiramente chega aos nossos ouvidos. Mais do que isso, exemplos de empresas privadas investindo tempo e dinheiro nessa evolução cada vez mais necessária aparecem aos montes e a todo momento.
Mas, e o setor público? Como ele está sendo afetado por isso e como a população pode ser beneficiada? Quais são as principais tendências desse processo? Quem já está surfando nessa onda?
Para falarmos de transformação digital no setor público ou em qualquer lugar, é importante ressaltar que sua essência não muda. Continua sendo uma mudança de mindset e cultural que acessa as ferramentas tecnológicas como facilitadores desse processo, jamais o inverso.
Nos órgãos públicos não é difícil identificar uma infinidade de oportunidades de otimização de processos que hoje são extremamente manuais, burocráticos e com jornadas que parecem dar voltas em torno de si mesmas.
Em contrapartida, já é possível enxergar avanços com digitalização de alguns processos. Na mesma conjuntura, podemos notar a forte tendência de novos fluxos de processos que já nasceram com mindset digital, priorizando a jornada mais otimizada e desburocratizada possível, focada no cliente final e trazendo mais eficiência para o poder público.
E quando falamos em eficiência para o setor público, estamos falando de economia e de gestão do dinheiro público otimizada. Isso traz retornos positivos à população por meio de serviços que entregam cada vez mais valor, melhorando aspectos sociais e qualidade de vida de forma contínua.
Grande parte dos governos já se atentaram para os benefícios que uma transformação digital bem aplicada pode trazer. O assunto é pauta constante e figura praticamente em todos os planos de governos atualmente. São diversas as mudanças e tendências que teremos nos próximos anos com esse processo evolutivo da administração pública. O principal deles é, sem dúvida, o empoderamento do cidadão.
Cada vez mais estará nas nossas mãos o poder de executar serviços que hoje ainda são realizados exclusivamente pelos órgãos públicos. Apenas esse ponto já irá trazer inúmeros benefícios. Outros destacam-se também como tendências que veremos em breve:
- Processo de transição de uma administração pública para o cidadão para uma administração pública pelo cidadão;
- Fluxo de processos nascendo cada vez mais digitais e fim de diversos processos manuais;
- Gestões orientadas por dados estruturados;
- Investimentos robustos em tecnologia e capacitação dos servidores públicos para sua utilização;
- Inovação em processos;
- Pro atividade da gestão pública, antevendo ações de desenvolvimento;
- Avanço da inteligência artificial e internet das coisas;
- Comunicação aberta entre empresa, cidadãos e o governo;
- Construção participativa de políticas públicas;
- Comprometimento com dados abertos;
- Uso de identidade digital padronizada e segura;
- Transações e operações entre órgãos públicos e cidadãos e empresas cada vez mais em real time.
O investimento público em transformação digital trará, sem dúvidas, modelos de trabalhos bem mais transparentes e integrados e, claro, muito mais rápidos. Na verdade, esses resultados já são visíveis em vários cases espalhados pelo mundo. Países que já estão nesse movimento digital há anos estão colhendo frutos atualmente.
Um deles, por exemplo, é a Estônia. Esse país europeu à beira do Mar Báltico é referência em administração pública digital já há alguns anos. Para se ter uma ideia, mais de 98% de sua população possui RG digital com chip que garante acesso a mais de 500 serviços do governo.
Na prática, apenas três serviços exigem hoje presença física de um cidadão da Estônia: casamento, divórcio e transferência de imóvel. Todo o restante é feito online, sem nenhum deslocamento, utilizando apenas a assinatura digital e com muita agilidade. Não podemos deixar de destacar: inclui-se também as eleições nacionais. Sim! Na Estônia as votações nas eleições presidenciais são feitas digitalmente.
Os resultados? Em um evento em São Paulo em 2018, o presidente da Estônia entre 2006 e 2016, Toomas Hendrik Ilves, disse que a população de seu país estava muito mais feliz diante da brusca redução de burocracia alcançada. E mais: segundo ele, graças a digitalização, foi possível economizar 2% do PIB. Ou seja, otimização de processos, reduzindo esforço por parte dos servidores e dos cidadãos, trazendo uma nova jornada muito mais eficiente para ambos e, ainda, poupando dinheiro público.
Avançando em outros exemplos da Estônia, outro destaque é que a abertura de uma empresa no país é concretizada em apenas 15 minutos. O extraordinário disso tudo além da obviedade dos ganhos é uma nova cultura que vai sendo criada que naturalmente irá combater qualquer novo processo que seja minimamente burocrático. Imaginem se em um país onde se leva 15 minutos para se abrir uma empresa alguém irá propor ou construir algum serviço que não seja eficiente e rápido. A população dificilmente permitiria ou, no mínimo, não se engajaria.
Não restam dúvidas sobre a efetividade e a necessidade da transformação digital. Desde que respeitada a forma correta de se fazer, os resultados saltam aos olhos e viabilizam facilmente os processos outrora burocráticos.
Por aqui no Brasil também estamos avançando nesse sentido e temos diversos exemplos de ganhos e otimização nesse sentido. Mas, temos que acelerar! Não é aceitável nem razoável mais diversas burocracias que enfrentamos diariamente. É preciso avançarmos, cada vez mais, nesse processo evolutivo!
*por Henrique Lima — Co-founder e Head of Strategy da Wblio
A Wblio é uma empresa de mentoria estratégica focada em gestão customizada. Levamos a transformação digital a sério, fazendo um diagnóstico preciso de cada negócio antes de partir para a ação.
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