Caio: Não Passa Nada

- Caio, vamos fazer uma experiência?
- O que é “experiência”, mãe? Que palavra chique….

- Limite!
- Eu tenho limite, filho. Eu sou grandona e tenho muito limite. Você que tem pouquinho limite.
- Não. Eu tenho muito, porque eu sou grande. Eu cresci lá na parede do meu quarto.

- Pai, descobri um ponto fraco. Quando eu murcho minha barriga assim, a Diva não consegue olhar, ela fala “Pára, caio!”.
Ela tem medo de osso.

- Caio, vamos pegar uma piscina hoje?
- Por que pegar? Ela já não tá lá?

Pai, essa lâmpada do abajur é branca, né? Não é amarela.
- ‎É um pouco amarela né?
- ‎A lâmpada é amarela, mas essa casca aqui é branca, então a lâmpada reflete nisso e a luz fica branca. Eu sei que você gosta de amarelo, né pai? E não da branca.
- ‎Eu gosto mais da amarela mesmo, como você sabe isso?
- ‎É que você fala isso toda hora e a mamãe sempre compra a errada e você reclama. Eu ouvo.

Tava conversando com o Caio, quando contei uma coisa e ele falou para mim:
“Ahn?”.
Eu repeti.
Ele falou de novo “Ahn?”.
Repeti mais alto. Aí ele disse:
“Mãe, eu já entendi o que você falou, todas as vezes. Só achei estranho, por isso que eu falei “Ahn”.

Eu vou ser jogador de futebol ou espião quando eu crescer.
Os dois são difícil, mas são legal. É que eu sou bom de futebol e de espião também.
Às vezes eu planejo umas coisas erradas, mas eu sou bom.

- Mãe, vamos fazer água de coco?
- Vamos, filho. Só que pra isso a gente precisa de um coco.
- ‎Ah vai mãe. O papai já me contou que não precisa de granola pra fazer granola.

- Pai, que mágica que é a descarga né? É só uma aguinha e ela empurra o cocô.
O cocô é pesado! Deve ter algum segredo. Ou força. Se não tem nenhum segredo tem força, né pai?

- Mãe, nenhum filme existe de verdade né? Só o dos irmãos Kratz.
- Não filho, o do irmãos Kratz não existe também.
- ‎Ah mãe. Então você não entende nada de filme.

- Mãe por que minha voz tá assim?
- Você tá rouco.
- Como faz pra desrocar?

- Pai, eu sei de uma coisa: vc é mais bom de lutar que de dirigir. Você é muito ruim de dirigir. Você sempre precisa de “lapa” (mapa).

- O Leo descobriu a mão né? Mas antes disso ele descobriu o pé. E antes do pé foi a orelha. E antes da orelha foi o colar. E antes, ele descobriu que tudo isso era ele.

- Pai, quero dormir na rede. Você me balança?
- Claro, filho. Deita aí.
- Mas hoje não quero que você me balança forte.
- Tá bom.
- Mas também não quero devagar. Tem que balançar ótimo.

- Eu achei minha espada laranja!
- Onde estava?
- Tava aqui debaixo do meu armário de pôr roupa no Leo.