Do inferno ao céu, Lamar Jackson se consagra em virada

Juan Grings
Toco e Tackle
Published in
3 min readJan 12, 2021

Passou um filme na cabeça do jovem quarterback quando os Titans saíram na frente e, na campanha posterior, ele lançou uma interceptação bisonha. “De novo?”. Se ontem escrevi que Drew Brees, ao eliminar os Bears, espantava parte da chacota de “pipoqueiro em playoff”, o que dizer do caminhão que Lamar tirou das costas nesse final de semana?

Ser um QB é traiçoeiro. Você pode ser MVP da liga, atingir marcas impressionantes e mesmo assim ser o vilão de uma eliminação. Jackson sabe bem disso. Um ano depois, o mesmo adversário, uma fase anterior e agora na casa dele. Provavelmente o jogo da vida de Lamar Jackson, que poderia se vingar e virar essa página da sua carreira ou afundar de vez e ter que encarar de novo, talvez até com maior intensidade, as críticas de torcedores e imprensa.

Bom para ele que tudo não passou de um susto. Ainda no primeiro quarto, na última ação ofensiva, conectou um difícil passe na lateral direita, sob pressão que garantiu o difícil first down. Pareceu que naquele momento o jogo virou. Lamar ganhou mais confiança no passe e, consequentemente, o jogo corrido começou a fluir. Ao final, o QB ficou com 179 jardas aéreas e 136 corridas, contando uma espetacular. Em uma 3ª para 9, fugiu do sack e correu 48 jardas para levar sua equipe ao empate em 10x10.

Os derrotados

Não era segredo para ninguém que os Titans sofrem muito defensivamente. Foi a quinta equipe que mais cedeu jardas na temporada regular. No entanto, não passou totalmente pela defesa a derrota do final de semana. Foram cinco sacks (dois de Harold Landry, um de DaQuan Jones e um de Brooks Reed). Além do mais, a secundária, como já falei, conseguiu uma interceptação. Um bom trabalho para quem poderia ser o grande calcanhar de Aquiles no confronto.

O ponto negativo MESMO foi a ineficiência de Derrick Henry. O running back que passou de absurdas 2 mil jardas na temporada não apareceu para o jogo. 18 tentativas de corrida para 40 jardas. Sem o grande gatilho do jogo corrido, Ryan Tannehill que lutasse. Menos mal que as conexões AJ Brown funcionaram bem (83 jardas e um TD) e os Titans se mantiveram no jogo até o último suspiro (ou a derradeira interceptação de Marcus Peters).

E agora?

Os Titans têm um caminho. Henry e Tannehill foram dois pilares muito bons no ataque da equipe. Nesse nível, é possível prever ainda muitas pós-temporadas no futuro. O que não está legal é a defesa. A quinta que menos pressiona o QB adversário precisa melhorar para Tennessee voltar à uma final de conferência.

Os Ravens agora enfrentam os Bills, que para alguns é o melhor time da AFC. Buffalo ficou no meio da tabela no quesito defender jogo corrido, o que é um indicativo de que Lamar Jackson pode fazer seus estragos, mas não é o suficiente para colocar Baltimore como favorito no duelo. Josh Allen, em temporada de candidato a MVP, vai ser duríssimo.

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