Prévias das Finais de Conferência

Na NFC, o duelo entre dois quarterbacks da “velha guarda”; na AFC, o futuro da liga nos próximos anos

Jonatan Mombach
Toco e Tackle
6 min readJan 23, 2021

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Chegamos às finais de conferência. De um lado, a velha guarda, do outro, o futuro da liga. Na NFC, temos o duelo entre dois quarterbacks lendários, ambos hall of famers quando se aposentarem, um confronto histórico entre Tom Brady e Aaron Rodgers. Na AFC, um embate nada menos promissor entre dois jovens que já são as estrelas de seus times, e tem tudo para serem os nomes da NFL nos próximos anos, Patrick Mahomes e Josh Allen (Mahomes já é, na verdade). Mas os jogos deste fim de semana vão muito além de ótimos quarterbacks.

Diferentemente dos últimos anos, nessa temporada não temos nenhum time com ataque baseado no jogo terrestre chegando às finais, nem com uma defesa tremendamente sólida, que carregou o time até a reta final. Os quatro times tem no ataque seu ponto forte, mais precisamente, no ataque aéreo. As unidades defensivas não são ruins, longe disso, mas apresentam pontos fracos escancarados. Contudo, podem fazer a diferença na hora H. Vamos à análise de cada confronto!

O duelo que todo mundo quer ver: Rodgers vs Brady

NFC: 17h05 — #1 Green Bay Packers x #5 Tampa Bay Buccaneers

Os dois times já se enfrentaram nesta temporada, na semana 6, quando Brady levou os Buccaneers a uma vitória dominante por 38–10 sobre os Packers em Tampa Bay, TB12 passou para 166 jardas e dois touchdowns. Quem decidiu aquela partida foi a defesa dos Bucs, que interceptou Aaron Rodgers duas vezes, além de limitar o ataque a apenas 160 jardas.

Pela primeira vez desde a temporada de 2007, os Packers disputarão a final de conferência da NFC no Lambeau Field. Green Bay chegou a outras quatro finais desde então, todas como visitante. Venceu a primeira sobre o rival Bears, e perdeu para Seahawks, Falcons e mais recentemente, para os Niners. Também será um jogo simbólico para Tampa Bay, que está tentando se tornar o primeiro time na história da liga a jogar um Super Bowl em seu estádio, vale lembrar que o SB LV será disputado no Raymond James Park, no dia 7 de fevereiro.

Essa também será a primeira vez que os dois quarterbacks se enfrentarão nos playoffs, e todos os holofotes estarão sobre eles. Mas há muito mais o que se observar nesse duelo. Green Bay tem o melhor ataque em pontos por jogo, com média de 31.8, e terminou a temporada ranqueado entre os 10 melhores ataques aéreos e terrestres da liga, 9º e 8º, respectivamente. Já Tampa Bay, tem o terceiro ataque que mais pontua, anotando 30,8 pontos por partida, e o segundo melhor passando a bola, com 289 jardas por jogo.

Para os Bucs conquistarem a vitória terão que pressionar Aaron Rodgers, assim como fizeram na temporada regular. Tampa é um dos times que mais manda blitz na NFL, foram 17 naquele jogo, resultando em cinco sacks e duas interceptações. A defesa, que é a melhor da liga contra o jogo corrido, reduziu Aaron Jones a 15 jardas em 10 tentativas. Se a defesa tiver outra atuação em alto nível, o triunfo fica mais próximo.

Mas agora as coisas devem ser diferentes, os Packers estão embalados com Rodgers em modo MVP, o jogo será no Lambeau Field e há possibilidade de neve na hora do jogo. Green Bay permitiu apenas 21 sacks durante toda a temporada e nenhum na semana passada contra o Los Angeles Rams, que teve 53 sacks durante a temporada regular. A linha ofensiva é uma das melhores da liga e terá papel fundamental na partida, enfrentando os bons pass rushers de Tampa Bay, Devin White (9 sacks), Shaquille Barrett (8 sacks) e Jason Pierre-Paul (9.5 sacks).

Se o jogo corrido funcionar e tirar um pouco do foco de Aaron Rodgers, e ele conseguir explorar seus recebedores em profundidade (fique de olho em Lazard e Tonyan), o ataque dos Packers vai sobrar. Rodgers precisa cuidar da bola — duas das cinco interceptações na temporada foram contra os Bucs — evitando que a defesa pontue. Tampa Bay marcou 27 pontos em cinco turnovers forçados em dois jogos nos playoffs. A defesa também precisa pressionar Tom Brady e não deixar espaços no meio de campo, permitindo big plays, como aconteceu em certas situações durante a temporada. Dois quarterbacks geniais, dois ataques explosivos, um jogaço. Os Packers são favoritos, mas tudo pode acontecer.

AFC: 20h40–1# Kansas City Chiefs X #2 Buffalo Bills

Allen x Mahomes, um confronto que pode se repetir nos próximos anos

Assim como no duelo da NFC, os finalistas da Liga Americana também se enfrentaram durante a temporada regular, na semana 6, quando os Chiefs venceram por 26–17. Muita coisa mudou de lá para cá, mas Kansas segue sendo o favorito. Mahomes ainda é dúvida para o jogo, após ter sofrido uma concussão no jogo contra os Browns no divisional, mas deve ir a campo. Ele participou de forma limitada dos treinos durante a semana e mostrou estar bem, e convenhamos, é difícil imaginar que o MVP da temporada 2018 vá ficar fora do jogo mais importante da temporada.

Ambas as equipes chegam em situações bem diferentes para o jogo de domingo. Os Chiefs jogarão sua terceira final de conferência consecutiva (em casa), perderam na primeira ocasião para os Patriots e venceram os Texans na temporada passada. Enquanto que os Bills estão fazendo sua primeira aparição no AFC Championship Game desde a temporada de 1993. Curiosamente, o adversário era o mesmo deste domingo. Vinte e sete anos atrás, Buffalo bateu Kansas City por 30 a 13, chegando ao quarto Super Bowl seguido, quando perdeu para os Cowboys de Troy Aikman e Emmitt Smith.

Allen e Mahomes comandam ataques com alta octanagem, capazes de colocar muitos pontos no placar. Os Bills tem o segundo ataque em pontos marcados da liga, anotando 31,3 pontos por partida, enquanto que os Chiefs tem a sexta melhor marca, com 29,6. Kansas City, por outro lado, tem o melhor ataque em jardas aéreas na temporada, com 303 por partida, mas Buffalo não fica muito atrás, se classificando na terceira posição na estatística, com 288 jardas. Os Chiefs também levam vantagem no jogo corrido, caso seja preciso utilizá-lo, ainda mais com Edwards-Helaire estando disponível, depois de se recuperar de uma lesão no tornozelo.

Os Bills não são um time que fica muito tempo com a bola, por usar muito mais passes, as campanhas costumam ser rápidas. Como vimos em oportunidades anteriores, para derrotar Mahomes e os Chiefs, os times adversários precisam correr bem com a bola e controlar o relógio. Buffalo não faz nenhuma das duas. Mas calma, que os Bills ainda têm chances de vencer. Para isso, precisam ser efetivos, marcando muitos pontos e terão que evitar que os Chiefs também os anotem. Os Bills só permitiram que os Ravens anotassem 3 pontos no jogo passado, e restringiram sete de seus últimos oito oponentes a 25 pontos ou menos.

O caminho das pedras para Buffalo é a secundária reduzir o volume de produção dos recebedores de Kansas City. Tyreek Hill e Travis Kelce combinaram para mais de 2600 jardas recebidas em 2020, a dupla mais dinâmica da liga. Mesmo que a secundária tenha caído de rendimento em relação à temporada passada, ainda tem bons nomes (Tre’Davious White, Micah Hyde, Levi Wallace…) capazes de importunar o ataque dos Chiefs. No ataque, a linha ofensiva terá que dar tempo e proteção para Josh Allen, que precisa ter mais uma grande atuação para os Bills saírem com a vitória do Arrowhead.

Para os Chiefs, a missão será mais “fácil”. Além de pontuar como de costume, o time precisa pressionar Allen e deixá-lo fora de campo o maior tempo possível. Mahomes é sempre um fator a parte, capaz de conduzir campanhas sensacionais e decidir as partidas, porém, ele não estará em sua melhor condição física, então é melhor não o expor muito. Kansas vem tendo dificuldades em finalizar os jogos, desta vez, é melhor resolver a parada logo, antes que os Bills comecem a gostar da dinâmica da partida. A batalha dos turnovers pode ser a chave do confronto, quem for capaz de forçar mais erros adversários, vence e carimba a passagem para Tampa em fevereiro.

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