Resumão AFC Leste

Jonas Faria
Toco e Tackle
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5 min readApr 26, 2021

Primeiras impressões dos times da AFC Leste e necessidades para o Draft.

Uma divisão diferente daquela que estávamos acostumados. Os Bills agora querem dominar, os Dolphins correm para brigar no topo da Conferência, os Patriots gastaram muito e os Jets visam um recomeço.

AFC LESTE

Buffalo Bills: valeu a pena esperar

Parafraseando uma canção brasileira: “Olha aonde nós chegou. Valeu a pena esperar”. Isso porque a diretoria foi paciente com Josh Allen e ainda o cercou de peças consistentes e realmente está valendo a pena, depois de muito tempo sem alguém para chamar de QB da franquia. Depois de um ano quase perfeito (13–3), algumas prioridades surgiram: manter o máximo de jogadores, incrementar o jogo corrido e fortalecer o pass rush urgentemente! O S Micah Hyde recebeu uma extensão de dois anos, o RT Daryl Williams, LB Matt Milano e o LG Jon Feliciano. Segundo o The Athletic: dos 23 jogadores que estiveram pelo menos em 500 snaps (início de jogadas) na temporada passada, 21 estão de volta.

E também vieram o QB ex-Bears, Mitchell Trubisky e o WR veterano Emanuel Sanders. O clima de organização criado pelo GM Brandon Beane parece tão bom que nem Trubisky poderia estragar e nem o dilema em decidir pelas opções de quinto ano nos contratos de Josh Allen e do LB Tremaine Edmunds que se aproximam.

Necessidade para o Draft: EDGE, RB, CB, IDL

GERAL: Mais torcedores quebrando mesas! Os Bills são candidatos para uma temporada forte. A evolução considerável de Allen e a química absurda da última temporada com Stefon Diggs tendem a melhorar. Mas o jogo corrido precisa de renovação e pass rushers de primeiro escalão para atormentar os adversários diretos na Conferência Americana.

Stefon Diggs após a derrota na Final de Conferência para os Chiefs (38x24). Foto por James P. McCoy / Buffalo News

Miami Dolphins: chega de ‘café com leite’

Talvez esta expressão não lhe seja familiar, mas em linhas gerais: chega de ser tratado como criança. Bom, confesso que ainda sou fã de café com leite, mas chega uma hora que é preciso tomar o café puro, e às vezes amargo. Especificamente, para Tua Tagovailoa, significa: jogar uma temporada inteira, sem o benefício de ser um calouro e provar que é o QB da franquia de Miami. Ele bem sabe, pois nas últimas movimentações, a equipe acumulou cinco escolhas de primeira rodada nos próximos três anos.

A defesa foi a sexta que menos permitiu pontuações (21,1 pts por jogo) e tende a melhorar, embora tenha achado a troca do DE Shaq Lawson (4 sacks) para os Texans e o LB Kyle Van Noy (6 sacks) para os Patriots, dois movimentos ousados.

Necessidades para o Draft: WR, EDGE, RB, iOL

GERAL: A meta sem dúvidas é competir com Chiefs e Bills no topo. A grande jogada dos Dolphins é ter espaço de manobra para continuar construindo o time via draft. Tua terá uma temporada para ser testado verdadeiramente. Enquanto isso, a organização precisa fornecer mais peças para seu passador.

Tua Tagovailoa e Brian Flores. (Foto por: AP Photo/Lynne Sladky)

New England Patriots: ressaca pós-Tom Brady

Ok, vimos o que New England é capaz de fazer — e de não fazer — sem seu ex-quarterback. A aposentadoria de Julian Edelman é simbólica, pois encerra o que foi este ataque potencializado pelo seu passador. E por isso Bill Belichick resolveu abrir os cofres e reestruturar seu ataque com o RT Trent Brown, TE Hunter Henry, TE Jonnu Smith e WR Kendrick Bourne. Bem ousada a abordagem de New England, que víamos tantos anos gastando pouco e neste ano sendo o time que mais gastou na free agency. O sólido offensive lineman Joe Thuney será uma perda sentida nas trincheiras.

A defesa contará com a volta do LB Dont’a Hightower (option-out) e outros nomes trazidos nesta free agency também: os EDGES Matt Judon e Kyle Van Noy. Os Patriots correm para solidificar sua defesa principalmente contra o jogo corrido e podem suprir ainda mais essa necessidade via draft.

Necessidades para o Draft: WR, QB, LB e CB.

GERAL: Gastaram muito, deram a Cam Newton mais uma chance e a #15 escolha no draft ainda pode ser endereçada para esta mesma posição. É temerário duvidar de Belichick e de suas escolhas, mas fato é que os Patriots estão bem desconfortáveis e neste ano, buscarão mais uma vez o respeito na divisão.

Em Abril Bill Belichick completou 69 anos, o 3º maior técnico de todos os tempos em vitórias totais (311)

New York Jets: no papel, as coisas melhoraram

Quem acompanhou minhas prévias mais elaboradas do ano passado, sabe que eu gosto de olhar e dizer que o copo está meio cheio. Mas o 2–14 mostrou que o copo estava bem vazio. Vi um post recente no @NFLBrasil, que traçava alguns paralelos entre Jets e Dolphins quando se trata de reconstrução. Primeiro, demitir o head-coach Adam Gase (!), contratar um head-coach com uma mente defensiva — Brian Flores (MIA) e Robert Saleh (NYJ), trocar o quarterback titular por escolhas no draft, trocar o safety por escolhas de primeira rodada e draftar um quarterback no top 5 (Tua no caso de Miami e provavelmente Zach Wilson no dia 29).

Ou seja, o GM Joe Douglas, desde 2019, tem preparado o time para um reconstrução e neste ano poderemos finalmente ter um gostinho se as coisas mudarão para melhor. No mais, a tag foi aplicada no safety Marcus Maye, uma das poucas certezas no elenco e que de fato participou de toda a temporada passada. Há que se destacar a chegada do EDGE Carl Lawson, CB Lamarcus Joyner e WR Corey Davis.

Necessidades para o Draft: QB (óbvio), RB, WR, EDGE

GERAL: é de se esperar que a segunda pior campanha do ano passado tenha muitas questões a serem resolvidas. Portanto, não ficaram parados nessa free agency. E quem sabe um clima novo no vestiário, um quarterback chegando em condições mais ideais de organização, as coisas fluem melhor para esta franquia que tanto sofre na AFC Leste.

Zach Wilson quarterback de BYU deve ser primeira escolha dos Jets na quinta-feira. (Foto por: Getty Images)

Minha classificação:

Buffalo Bills
Miami Dolphins
New England Patriots
New York Jets

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Jonas Faria
Toco e Tackle

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