2018
Acredito que meu maior ato de resistência ainda é fazer tudo que estiver ao meu alcance para que eu e todos os seres do planeta possamos experimentar mais prazer que dor, mais alegria que tristeza. É agir com coragem e autenticidade e me sentir íntegra e sincera. Cultivar tudo que é leve, bom e bonito. Assumir meus não saberes e minhas contradições, olhar pra elas com carinho e responsabilidade. Começar toda e qualquer cura por mim. Fazer frente a tudo que está vivo, não negar nenhum sentimento, nenhuma emoção, nenhum desejo. Acolher meus medos com sabedoria, afeto e fé. Usar meus privilégios pra realizar no mundo as transformações que acho necessárias, me guiar pelos meus sonhos e incentivar os de quem estiver ao meu redor. Viver a vida que acredito e promover as realidades que quero experimentar. Contemplar o mistério com humildade e graça e colocar na conta da minha condição humana aquilo que não compreendo. Aceitar isso. Acolher o espanto. Utilizar o susto a meu favor. Ressignificar a raiva como combustível pra construir uma vida cheia de significado. Explorar de forma consciente, livre e amorosa a potência da minha energia sexual. Ser autêntica e corajosa nas minhas relações. Demonstrar todo meu amor. Falar eu te amo muitas vezes. Cultivar meus afetos e cuidar bastante de mim e dos meus. Perdoar pai, mãe e a mim mesma. Conversar com Deus diariamente e muito. Deixar chorar sempre que o corpo assim quiser. Elogiar as pessoas. Dançar bastante. Escutar toda discografia do Caetano repetidas vezes. Ouvir muita música. Fazer muita arte. Ler muitos livros e escrever muitos textos. Escutar as pessoas com atenção, conversar olhando nos olhos, praticar a empatia, trocar julgamento por curiosidade e me sentir coerente em fala, pensamento e ação. Jamais duvidar de tudo que ressoa como verdade em meu coração e me sentir profundamente merecedora de tudo que eu honestamente desejo. Ser curiosa, interessada, intuitiva e muito autêntica. Estar inteira em tudo que faço e usar os ânimos à flor da pele pra deixar os olhos brilhando um pouquinho mais. Ver beleza no caos, sentir sincera gratidão por estar viva aqui nesse momento, nessa época da história da humanidade, nesse solo fértil, nessa terra quente, em meio a essa gente contraditória, confusa e emocionada. E, apesar dos pesares, do susto, do espanto, do nó na garganta, do momento tão específico, da crise, da transição planetária, da transformaçao que ainda não aconteceu e que ainda confunde, mexe e dói, apesar de e por tudo isso: ser profunda e imensamente feliz. Diariamente.