UX Weekend: um fim de semana para abrir a caixa de ferramentas do UX Designer

Nicoly Dandara
Todas as Letras
Published in
5 min readJul 26, 2021

Nos dias 19 e 20 de junho tive a oportunidade de participar do 8º UX Weekend da Mergo por meio de uma bolsa da ONG Todas as Letras. O curso de UX Weekend funciona como uma introdução ao mundo de UX Design, desmitificando o processo de UX em um fim de semana.

Atualmente, atuo como desenvolvedora front-end e flerto com conteúdos de User Experience há algum tempo, mas sem nunca concretizar a prática de UX em algum projeto. Apesar de muito pesquisar e ler, ainda restava algumas dúvidas, sendo as mais importantes as da ordem do como. Como trabalha um UX Designer? Quais são os processos? Quais são as ferramentas do UX Designer?

Essa, e outras perguntas, foram respondidas por Bianca Brancaleone, mentora dessa edição do UX Weekend. Nesse artigo, conto um pouco sobre como isso aconteceu e me impactou.

Os primeiros passos

O conteúdo do curso começou na semana anterior ao dia 19. Recebemos da Mergo um material em vídeo com uma apresentação do conteúdo que seria ministrado por Bianca no curso em si.

Essa estratégia de fornecer um conteúdo mais aprofundado em adiantado permitiu estabelecer um plano comum de conhecimento entre quem já tinha alguma experiência com o campo e quem nunca havia ouvido falar, poupando valiosos minutos no dia do curso.

Além disso, alimentou a animação de todo mundo, uma vez que nos vídeos gravados já era visível a didática e devoção da Bianca.

Com esse preparo, ao chegar no Zoom, todo mundo já estava suficientemente familiarizado com o assunto para aprender ainda mais e deu-se início a jornada.

Contamos com uma apresentação rápida de cada integrante da turma. Antes de começar, estava levemente preocupada por ser a mais jovem da turma — eu tenho 19 anos — , mas não poderia ter sido melhor recebida. E é importante destacar a pluralidade da turma. Ver tantas pessoas como eu ou tão diferentes quanto eu, foi de um enorme apoio e com certeza deixou o ambiente bem mais propício ao aprendizado.

Contexto. Prática. Feedback.

Logo após as apresentações, partimos para a introdução ao UX. Com referências interessantes e exemplos ilustrativos, Bianca esclareceu de vez a diferença entre UX e outras áreas dentro do processo de desenvolvimento.

Em seguida, fomos apresentados ao conceito de Duplo Diamante, workflow adotado pela Bianca para esse curso.

Esquema de duplo diamante representado por dois quadrados inclinados onde o primeiro se divida em Empatizar e Definir e o segundo em Idear, Prototipar e Testar.
Visualização do processo de Duplo Diamante da Universidade de Stanford (Fonte: autoral)

De acordo com as limitações de tempo e vias de comunicações dessa edição do curso, certas metodologias foram escolhidas para cada etapa em detrimento de outras:

Visualização do processo de Duplo Diamante com as ferramentas utilizadas em cada etapa (Fonte: autoral)

Nesse momento tive uma parte da minha dúvida inicial respondida. Já tinha em mente algumas das muitas ferramentas de um UX Designer.

Ouvir. Praticar. Discutir.

Com a explicação do processo, uma pitada de explicação sobre Design Thinking e respostas às dúvidas iniciais levantadas, nós fomos magicamente divididos em grupos e em um flash já estávamos colocando a mão na massa. O primeiro desafio: definir o problema que iríamos abordar.

O grupo em que estive era bem diverso quanto a localização e idades e isso rendeu uma discussão muito rica quanto ao nosso assunto (tratamos da vacinação de COVID no nosso aplicativo).

Após o grupo definir o tema e registrar no Miro, retornamos para a sala principal e discutimos as abordagens realizadas por todos os grupos com inputs da Bianca e demais participantes. Para todas as atividades seguintes, o sistema foi o mesmo.

  1. Proveitosos minutos de apresentação do que seria feito, contextualizando a etapa em que estávamos e o que utilizaríamos como ferramenta;
  2. Colocar a mão na massa com dicas e respostas ocasionais da Bianca;
  3. Retorno para ver o que cada grupo havia realizado e discussões sobre a etapa.

Essa fórmula é um dos pontos mais forte do curso pois promove a segurança no conteúdo absorvido.

Quantas vezes dizemos que estamos aprendendo alguma coisa, mas não estamos de fato colocando as atividades em prática? O medo de fazer pode ser paralisador e fatal. Mas o Design é prático e, portanto, só se consolida na prática.

Ter a sua prática incentivada e supervisionada por uma figura tão competente, te deixa pronto pra sair do curso e botar a mão na massa.

Esse sistema de apresentação, realização e feedback foi realizado por todas as etapas do projeto até a conclusão. Ao longo do curso realizamos diferentes entregáveis:

  • Proto-persona
  • Briefing de plano de ação
  • Task flow
  • Protótipo de baixa fidelidade

Colhendo os frutos dessa experiência

Um mês após o UX Weekend, além do sentimento de felicidade com a experiência, carrego comigo os impactos desse curso na minha relação profissional com o design.

Após meses flertando com a experiência do usuário, finalmente saí do campo de estudo passivo e entrei no campo prático. Cruzei a linha do medo de fazer (errado) para finalmente poder aprender.

O ritmo contínuo de dar informações e incentivar a prática logo em seguida, faz com o que o medo de fazer não tenha nem tempo de aparecer. Isso constrói a segurança de executar e experimentar com o processo apresentado.

Por isso, um mês após a conclusão do curso, pude pesquisar bastante, me aprofundar no workflow abordado pela Bianca e colocar a mão na massa desenvolvendo meu primeiro projeto de UX/UI.

Você pode visitá-lo no Behance clicando aqui e navegar por ele clicando aqui.

Por último, mas não menos importante, parabéns a Mergo e Bianca Brancaleone pelo excelente curso (excelente em conteúdo, organização e suporte). Agradecimentos às minhas colegas de grupo: Fernanda Attianezi, Vanessa Monteiro e Cléo Castro. Agradecimentos e parabéns à ONG Todas as Letras pelo trabalho primordial para o mundo da tecnologia.

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