Gênero e desigualdade salarial: o que sua empresa tem feito para promover a equidade?

TODXS
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4 min readMay 15, 2018

Imagine que, ao pagar uma conta em determinado restaurante, uma mesa apenas de homens pague 30% a mais do que uma apenas de mulheres, pedindo as mesmas coisas. Um restaurante em São Paulo em 2015 fez isso e gravou a ação e o sentimento de revolta dos clientes. Quando reclamaram, os homens foram confrontados com o fato de que as mulheres ganham em média 30% a menos que os homens nos mesmos cargos e funções, podendo aumentar essa diferença quando comparamos em cargos executivos. Por alguns minutos, eles sentiram o peso monetário da desigualdade entre gêneros. O vídeo da ação, chamada “Unfair Menu” (Menu Desigual), viralizou na época:

Ação feita em 2015 para retratar uma realidade que ainda perdura nos dias atuais, os últimos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados em abril deste ano mostram que as mulheres receberam apenas 77,5% dos rendimentos pagos aos homens — eles receberam R$ 2.410 e elas R$ 1.868. Talvez o mais alarmante seja que, entre 2016 e 2017, essa diferença aumentou, ao invés de diminuir. Também vale lembrar que elas ainda são minorias em cargos de gerência (37%) e nos comitês executivos de grandes empresas (10%). Quando pensamos nas mulheres negras, a diferença é ainda maior: uma negra graduada recebe 43% do salário de um homem branco.

A desigualdade entre gêneros, inclusive, aumentou no país no último ano. Dentro do Índice Global de Desigualdade de Gênero, levantamento realizado pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa a 90ª posição entre 144 países. Em 2016, estava na 79ª colocação. Esse relatório é preparado com base em quatro categorias: participação econômica e oportunidade; realização educacional; saúde e sobrevivência; e empoderamento político.

A ONU reuniu alguns dados sobre desigualdade entre homens e mulheres. A maioria é bem alarmante e traz a necessidade do debate internacional ao redor do tema:

  1. Em todo o mundo, quase 1/3 de todas as mulheres que já sofreram algum tipo de violência por parceiro íntimo.
  2. Em países de baixa e média renda, complicações decorrentes da gravidez e do parto são a principal causa de morte entre meninas com idades entre 15 e 19 anos.
  3. Mulheres e meninas representam 2/3 da população analfabeta do mundo.
  4. Globalmente, as mulheres dedicam 1 a 3 horas por dia a mais de trabalho doméstico do que os homens
  5. Em média, as mulheres empregadas ganham 10 a 30% a menos do que os homens para desempenhar as mesmas tarefas.
  6. As mulheres representam apenas 21,8% dos parlamentares nacionais em todo o mundo, apesar de não haver praticamente nenhuma restrição legal para que mulheres exerçam um cargo público.

A reivindicação por salários mais justos para mulheres não é uma exclusividade brasileira.

É só lembrarmos do discurso de Patricia Arquette. Em seu discurso durante a premiação do Oscar em 2015, quando venceu como melhor atriz coadjuvante, Arquette relembrou a necessidade da luta por igualdade salarial:

No final do ano passado, a revista Fortune 500 contabilizou 26 mulheres que ocupam os cargos de CEOs das empresas listadas no índice S&P500 da Bolsa de Nova York, o que dá um total de 5%. Na faixa de diretoria, elas são apenas 21%.

A desigualdade salarial, além de inconstitucional e injusta, prejudica a economia. Um estudo da McKinsey de 2016 reportou que, caso as condições de trabalho entre homens e mulheres fossem iguais, o PIB da América Latina cresceria em 2,6 trilhões de dólares até 2025 — um aumento de 34% do índice latino. Um aumento no poder de compra das mulheres, que geralmente chefiam as finanças das famílias, pode significar mais consumo e, portanto, mais crescimento de empresas e indústrias.

Visando a igualdade, em março deste ano, a Islândia aprovou uma lei considerada como exemplo no combate a desigualdade salarial entre gêneros. Agora, toda empresa que tenha mais de 25 funcionários deve provar que paga salários iguais a homens e mulheres. Caso não haja essa comprovação, a organização pode ser multada. O país aparece no ranking do Fórum Econômico Mundial como referência em igualdade de gênero. As mulheres compõem quase 50% do Parlamento e pretendem acabar com a desigualdade salarial em até dois anos.

Por fim, aderir a esse “movimento” ainda contribui para a lucratividade na sua empresa. Quando falamos em uma organização mais diversa e inclusiva, principalmente, nos cargos de lideranças, falamos de uma empresa com maiores chances de ter um desempenho financeiro acima da média, confirmam estudos.

E o que sua empresa pode fazer em relação a isso?

Qualquer empresa que tenha real interesse em atrair e reter os melhores talentos precisa refletir sobre a situação da mulher no mercado e evitar a repetição desses padrões. A TODXS ajuda a sua empresa a construir políticas internas que ajudam a transformar a organização, como:

  1. Realização de um processo seletivo sem o viés de gênero, selecionando a mesma quantidade de candidates;
  2. Dentro dos processo de promoção, incluir mulheres nas seleções para aumentar o pipeline da liderança feminina;
  3. Estabelecer políticas que punem a micro agressão, como assédio moral e sexual;
  4. Realizar censos e estudos para entender se há desigualdade de salário;
  5. Consultoria em campanhas de marketing e comunicação que sejam inclusivas.

Para mais informações, entre em contato com a TODXS Consultoria e entenda como sua organização pode a alcançar equidade.

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