TODXS e Facebook lançam guia para combater bullying online

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4 min readAug 24, 2018
Reprodução: Facebook

Todo mundo que usa qualquer tipo de rede social já viu — ou pior, recebeu — algum tipo de comentário de ódio. Para quem é parte da comunidade LGBTI+, o bullying online vem na forma de ofensas, intimidações, ameaças relacionadas a identidade de gênero e/ou orientação sexual.

Em 2016, o blog Comunica que Muda fez um estudo sobre comentários intolerantes nas redes sociais. No caso de temas relacionados ao mundo LGBTI+ em abril, maio e junho daquele ano, contabilizaram 93,9% de menções negativas relacionadas ao tema — comentários ou posts que expõe intolerância, preconceito ou discriminação.

Agressões online devem ser denunciadas e são sim punidas. Para ajudar as pessoas a combaterem o bullying online contra pessoas LGBTI+, a TODXS e o Facebook lançaram o guia Ponha Fim ao Bullying LGBTI+ para ajudar nesse processo. O material é gratuito e está disponível para download na Central de Segurança do Facebook e também na página da TODXS.

Nele, você pode encontrar informações sobre o que é o bullying online, dicas sobre o que fazer em casos de LGBTIfobia e conhecer quais são as ferramentas do Facebook que podem ser usadas para denunciar, filtrar comentários e bloquear agressores.

“Encontre ferramentas para bloquear comentários de ódio. Se a página é sua, você pode. Quando tiver comentários assim, denuncie: vai ser tirado do ar caso seja considerado ofensivo. Precisamos parar de ser permissivos com o preconceito. Uma sociedade mais justa passa por isso também, por denunciar atitudes preconceituosas”, explicou Fernanda Castilhos, gerente de Desenvolvimento da TODXS durante a live de lançamento do projeto, no dia 15/08. Lorelay Fox, drag queen e youtuber (canal Para Tudo), e Amara Moira, travesti e autora do livro E Se Eu Fosse Puta, também participaram da transmissão para falar sobre preconceito, redes sociais e discriminação.

Confira alguns destaques da live:

Lorelay Fox. Reprodução: Facebook

Enfrentando o ódio nas redes

“Às vezes, concentramos nossa energia vendo coisas ruins. Existem 30 comentários bons, um ruim, e você fica mal com aquele. Busque conteúdos positivos, criadores que não façam você se sentir mal. Cada vez temos mais voz nas redes sociais:. busque novas referências, contatos e amigos. Às vezes a gente se sente muito sozinho e a internet ainda deve ser um bom refúgio para encontrar pessoas para serem aliados e darem apoio” — Lorelay Fox

“Acho que primeira coisa que recomendo: bloqueie os grupos de ódio e que reproduzem discurso de ódio que vão te machucar. Isso afeta. Não existe separação entre vida off e online. O que acontece online afeta a sua vida, seu sono, seu dia a dia e tarefas. Deixa para quem tem paciência, para quem tem menos alvos na cara, que estão menos em perigo — deixa essas pessoas serem pontes entre grupos que não respeitam” — Amara Moira

Usar sua rede para criar impacto positivo

“Precisamos saber o que fazer com o privilégio. E tem muitas pessoas privilegiadas que ficam caladas frente a essas coisas: podem ver um amigo que sofrendo bullying, mas preferem não meter a colher. Somos criados para sermos omissos e não podemos mais ser assim. Temos que lutar por aqueles que não são ouvidos. Todo mundo é um influenciador, não importa se é famoso ou não. Se tem 15 pessoas da sua família na sua rede, você já é um influenciador — pode influenciar eles a terem uma atitude mais positiva” — Lorelay Fox

Nome social nas redes

Amara Moira. Reprodução: Facebook

“Perdi meu perfil porque foi denunciado como falso. O Facebook solicitou para que eu mandasse meus próprios documentos, mas eu tava com medo, fiquei protelando. Mas queriam entender de quem era aquele perfil, não era para pegar o nome que estava no meu RG e colocar no Facebook. Desde então, falo para todas as pessoas trans que perdem perfil que não é assim que funciona: pode mandar o documento, deixando claro que você é trans e que não é aquele o nome que você reconhece. Até uns anos atrás, as redes sociais cobravam que a gente se identificasse com o nome do documento, isso causava muito constrangimento, é muito violento” — Amara Moira

Fernanda Castilhos. Reprodução: Facebook

“Façam o download do guia, leiam, pesquisem no Facebook as ferramentas, o que funciona, procedimento de denúncia, como o time analisa isso. O Facebook tem cuidado de verificar a identidade, tem outros documentos que você pode anexar, com seu nome social e colocar ali. Não se preocupe em perder tua página por isso” — Fernanda Castilhos

“A luta LGBTI é uma luta de libertação da sociedade, de viver com o diferente, vivenciar nossas identidades; Podemos criar nossas próximas gerações para que elas vivam seus afetos sem maneira pré determinada, sem danos psicológicos, sem obrigar alguém a ser atriz ou ator. Quando essa luta se consolida, criamos um futuro para ser mais livre, não é apenas para nós” — Amara Moira

Se você curtiu a ideia, ajude a divulgar o guia! Baixe, leia e se informe.

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