Marielle, presente. Marielle, semente

Bia Avila
TODXS
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2 min readMar 14, 2019
Assassinato de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, completa um ano. Foto: Facebook

Marielle Franco era vereadora do Rio de Janeiro quando foi brutalmente executada em uma emboscada há exatamente um ano, no dia 14 de março de 2018, junto com seu motorista, Anderson. Depois de quase 365 dias de investigações, os primeiros suspeitos foram presos na terça-feira, dia 12. Ainda faltam muitas respostas sobre o crime. A morte de Marielle deixou marcas profundas não apenas na história da política no Brasil, mas também na memória de pessoas que, de alguma forma, se identificavam com ela: uma mulher negra, bissexual, da favela da Maré. Um dia antes de morrer, ela chamou a atenção para o genocídio negro nas favelas:

Tentaram calar a voz de Marielle — uma voz questionadora, forte, que pautava gênero, sexualidade e negritude. Depois da sua morte, tentaram difamar Marielle a todo o custo, com notícias falsas que a ligavam ao crime organizado. Um ano depois da sua morte, no entanto, vemos que não conseguiram apagar a importância da vereadora.

Muitos dizem que Marielle virou semente. Pela força de sua família, de Mônica Benício, sua viúva, de movimentos sociais e de militantes, ela não foi esquecida. Sua voz, suas ideias, seus sonhos continuaram a ecoar durante todo esse tempo.

Marielle teve seis projetos de lei aprovados depois da sua morte, graças ao trabalho de sua equipe. A maioria pautava questões de gênero e raça:

Marielle virou uma bolsa de estudos para mestrado no Programa de Estudos Latino-Americanos da Johns Hopkins, uma universidade de prestígio dos Estados Unidos.

Três ex-assessoras de Marielle foram eleitas para a Assembleia do Rio de Janeiro em outubro de 2018: Renata Souza, Dani Monteiro e Mônica Francisco. As três continuarão a pautar a agenda de Direitos Humanos dentro da Alerj, assim como Marielle o fazia na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Marielle virou o samba de resistência da Mangueira, campeã dos desfiles do Rio de Janeiro neste ano. A escola homenageou os grandes heróis da história brasileira e que geralmente são ignorados nos livros: pessoas negras e indígenas.

No último dia Internacional da Mulher, 8 de março, seu rosto estampou cartazes, faixas e camisetas. Seu nome também era evocado nas falas das mulheres, com a multidão sempre respondendo: MARIELLE, PRESENTE!

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