O que aprendi na DevLeaders Conference 2022

James G Silva
Serasa
Published in
4 min readOct 18, 2022

Liderança técnica e gestão de pessoas são caminhos separados? Essa e outras questões foram apresentadas no DevLeaders Conference evento organizado pela Alura que reuniu líderes de tecnologia de todo Brasil.

Nesse texto compartilho o aprendizado das trilhas de gestão e tecnologia que participei.

Slide abertura com Paulo e Guilherme Silveira

De desenvolvedora a diretora, lições na trajetória da liderança técnica à gestão

Roberta Arcoverde compartilhou lições aprendidas na trajetória da liderança técnica á diretora de tecnologia nos últimos 9 meses na StackOverflow.

Além da aptidão técnica, gestores de tecnologia devem focar seu tempo para aprender sobre habilidades de gestão.

  1. Aprenda a fazer boas perguntas: ajude o liderado a desenvolver o pensamento critico.
  2. Aprenda a negociar: faça pontes, alinhe o escopo, risco; mantenha uma boa relação (ganha-ganha).
  3. Encontre seu estilo de gestão: democrática, servidora, etc.
  4. Tomada de decisão: Uma decisão tomada com celeridade é melhor que uma indecisão que se prolonga.
  5. 1:1: escute ativamente, mas não esqueça de separar um momento para resumir o que foi discutido.
  6. Feedback: entenda como as pessoas preferem ser reconhecidas antes elogiar em público. Dê feedback construtivo privado e imediato. Cuidado com o feedback sanduíche. Seja específico!
  7. Como estruturar um time: pessoas trabalhando no mesmo projeto devem ficar juntas (team topologies).

Precisamos dar visibilidade para toda organização sobre o que faz um gerente (decisões estratégias, 1:1, feedbacks, métricas do time).

O Sistema Operacional da Engenharia

🛠 Phil Calçado apresentou técnicas e ferramentas para facilitar a implementação da estratégia diante do desafio do crescimento acelerado de pessoas/times no picpay.

Gerenciar N times NÃO é exatamente como gerenciar 1 time, é preciso alinhar objetivos entre eles e o OKR é uma ferramenta fantástica para isso.

  1. Deixe que as pessoas proponham iniciativas que elas acreditam que vão impactar os resultados.
  2. Tenha uma lista com todos os seus projetos em ordem de prioridade, tanto em andamentos quanto planejados.
  3. Exija que cada projeto tenha um responsável único e um charter descrevendo o propósito e o impacto.

Reúna a liderança de tempos em tempos e revise a lista de projetos por prioridade, avalie o progresso de cada compromisso e decida se mantêm, muda ou mata o projeto.

Incentive as pessoas a escreverem RFCs e faça com que contribuições tenha peso importante na avaliação de desempenho.

Conectando Negócio e Tecnologia na construção de produtos digitais com agilidade e excelência técnica

Cristiano Gomes apresentou o Agile Architecture Risk Management (AARM), uma metodologia que nasceu de aprendizados em salas de guerras com objetivo de conectar decisões de tecnologia e objetivos estratégicos do negócio.

  1. Defina a estratégia do produto: Confirme os principais objetivos.
  2. Priorize características de arquitetura: Defina as características (Disponibilidade, Performance, Resiliência, Escalabilidade, Segurança) que irão viabilizar o produto.
  3. Risk Storming: Identifique os riscos através de diagramas de arquitetura da aplicação.
  4. Crie historias técnicas de arquitetura: Dê visibilidade, comunique e execute as oportunidades identificadas no risk storming.

Na prática, se aumentar a base de clientes é importante para o produto, escalabilidade deve ser prioridade técnica para habilitar o objetivo de negócio.

“Por muito tempo nós, arquitetos, pensamos estar no ramo de construir software. Mas estamos no ramo de construir um negócio.” — Eben Hewitt

“Lições do Asfalto” em liderança de time multidisciplinar

Talita Borges Paschoini compartilhou um pouco sobre a cultura do time de engenharia do Luizalabs.

Criar times por missão pode ajudar a disseminar o conhecimento em todos os departamentos, deve-se considerar a constante dificuldade em formar e engajar novas equipes.

Analise a saúde das métricas das missões (Four Key Metrics) e flexibilize a gestão de mudanças segundo a maturidade dos times.

Toda missão deve seguir alguns princípios:

  • Faça coisas para escalar: poupa tempo e dinheiro em retrabalhos.
  • Quem faz mantêm: faça direito para não ser chamado para operar no fim de semana.
  • Escreva design docs: estimula a troca de experiências para contribuir com uma solução melhor, além de servir como documentação das decisões.

Criando processos de onboarding e aprendizado contínuo

Maurício Aniche compartilhou lições aprendidas no onboarding de novas pessoas no time de desenvolvimento da Adyen.

Onboarding deve ser um processo leve, que entrega a informação certa na hora certa e com muito suporte do buddy, time, líder, RH, etc.

Como líder, esteja disponível, explique como funciona o processo/agendas, deixe claro que a responsabilidade pelo onboarding é da pessoa.

Defina níveis de conhecimento:

  • Gerais: conhecer sobre a engenharia na Adyen (apresentações).
  • Tecnologia: conhecer o que será usado no dia-a-dia (workshops, documentação, etc).
  • Negócio: conhecimento específico sobre o seu time (buddy, programação pareada, etc).

Delegue tarefas com nível de dificuldade que o novo membro esteja pronto para atacar.

Promova o aprendizado continuo, invista em clubes de leitura, workshops, palestras com especialistas de dentro e fora de casa.

Ofereça estágio para pessoas promissoras que não passaram no desafio técnico, treine-as em projetos reais e dê uma nova oportunidade.

Ao final colha feedbacks sobre como foi a experiência do onboarding, melhore o processo e capacite seus buddys com os pontos levantados.

Conclusão

E você o que aprendeu na DevLeaders Conference? Compartilha aí nos comentários.

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James G Silva
Serasa
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Especialista em desenvolvimento de software na Serasa