O que aprendi na DevLeaders Conference 2022
Liderança técnica e gestão de pessoas são caminhos separados? Essa e outras questões foram apresentadas no DevLeaders Conference evento organizado pela Alura que reuniu líderes de tecnologia de todo Brasil.
Nesse texto compartilho o aprendizado das trilhas de gestão e tecnologia que participei.
De desenvolvedora a diretora, lições na trajetória da liderança técnica à gestão
Roberta Arcoverde compartilhou lições aprendidas na trajetória da liderança técnica á diretora de tecnologia nos últimos 9 meses na StackOverflow.
Além da aptidão técnica, gestores de tecnologia devem focar seu tempo para aprender sobre habilidades de gestão.
- Aprenda a fazer boas perguntas: ajude o liderado a desenvolver o pensamento critico.
- Aprenda a negociar: faça pontes, alinhe o escopo, risco; mantenha uma boa relação (ganha-ganha).
- Encontre seu estilo de gestão: democrática, servidora, etc.
- Tomada de decisão: Uma decisão tomada com celeridade é melhor que uma indecisão que se prolonga.
- 1:1: escute ativamente, mas não esqueça de separar um momento para resumir o que foi discutido.
- Feedback: entenda como as pessoas preferem ser reconhecidas antes elogiar em público. Dê feedback construtivo privado e imediato. Cuidado com o feedback sanduíche. Seja específico!
- Como estruturar um time: pessoas trabalhando no mesmo projeto devem ficar juntas (team topologies).
Precisamos dar visibilidade para toda organização sobre o que faz um gerente (decisões estratégias, 1:1, feedbacks, métricas do time).
O Sistema Operacional da Engenharia
🛠 Phil Calçado apresentou técnicas e ferramentas para facilitar a implementação da estratégia diante do desafio do crescimento acelerado de pessoas/times no picpay.
Gerenciar N times NÃO é exatamente como gerenciar 1 time, é preciso alinhar objetivos entre eles e o OKR é uma ferramenta fantástica para isso.
- Deixe que as pessoas proponham iniciativas que elas acreditam que vão impactar os resultados.
- Tenha uma lista com todos os seus projetos em ordem de prioridade, tanto em andamentos quanto planejados.
- Exija que cada projeto tenha um responsável único e um charter descrevendo o propósito e o impacto.
Reúna a liderança de tempos em tempos e revise a lista de projetos por prioridade, avalie o progresso de cada compromisso e decida se mantêm, muda ou mata o projeto.
Incentive as pessoas a escreverem RFCs e faça com que contribuições tenha peso importante na avaliação de desempenho.
Conectando Negócio e Tecnologia na construção de produtos digitais com agilidade e excelência técnica
Cristiano Gomes apresentou o Agile Architecture Risk Management (AARM), uma metodologia que nasceu de aprendizados em salas de guerras com objetivo de conectar decisões de tecnologia e objetivos estratégicos do negócio.
- Defina a estratégia do produto: Confirme os principais objetivos.
- Priorize características de arquitetura: Defina as características (Disponibilidade, Performance, Resiliência, Escalabilidade, Segurança) que irão viabilizar o produto.
- Risk Storming: Identifique os riscos através de diagramas de arquitetura da aplicação.
- Crie historias técnicas de arquitetura: Dê visibilidade, comunique e execute as oportunidades identificadas no risk storming.
Na prática, se aumentar a base de clientes é importante para o produto, escalabilidade deve ser prioridade técnica para habilitar o objetivo de negócio.
“Por muito tempo nós, arquitetos, pensamos estar no ramo de construir software. Mas estamos no ramo de construir um negócio.” — Eben Hewitt
“Lições do Asfalto” em liderança de time multidisciplinar
Talita Borges Paschoini compartilhou um pouco sobre a cultura do time de engenharia do Luizalabs.
Criar times por missão pode ajudar a disseminar o conhecimento em todos os departamentos, deve-se considerar a constante dificuldade em formar e engajar novas equipes.
Analise a saúde das métricas das missões (Four Key Metrics) e flexibilize a gestão de mudanças segundo a maturidade dos times.
Toda missão deve seguir alguns princípios:
- Faça coisas para escalar: poupa tempo e dinheiro em retrabalhos.
- Quem faz mantêm: faça direito para não ser chamado para operar no fim de semana.
- Escreva design docs: estimula a troca de experiências para contribuir com uma solução melhor, além de servir como documentação das decisões.
Criando processos de onboarding e aprendizado contínuo
Maurício Aniche compartilhou lições aprendidas no onboarding de novas pessoas no time de desenvolvimento da Adyen.
Onboarding deve ser um processo leve, que entrega a informação certa na hora certa e com muito suporte do buddy, time, líder, RH, etc.
Como líder, esteja disponível, explique como funciona o processo/agendas, deixe claro que a responsabilidade pelo onboarding é da pessoa.
Defina níveis de conhecimento:
- Gerais: conhecer sobre a engenharia na Adyen (apresentações).
- Tecnologia: conhecer o que será usado no dia-a-dia (workshops, documentação, etc).
- Negócio: conhecimento específico sobre o seu time (buddy, programação pareada, etc).
Delegue tarefas com nível de dificuldade que o novo membro esteja pronto para atacar.
Promova o aprendizado continuo, invista em clubes de leitura, workshops, palestras com especialistas de dentro e fora de casa.
Ofereça estágio para pessoas promissoras que não passaram no desafio técnico, treine-as em projetos reais e dê uma nova oportunidade.
Ao final colha feedbacks sobre como foi a experiência do onboarding, melhore o processo e capacite seus buddys com os pontos levantados.
Conclusão
E você o que aprendeu na DevLeaders Conference? Compartilha aí nos comentários.