OKR: De onde vem? Do que se alimenta?

Ana Carolina Ribeiro da Silva
Serasa
Published in
4 min readJul 23, 2022

Historicamente, o ser humano já passou — e ainda passa — por fases de motivação para o seu dia a dia. Seja esse dia a dia no trabalho, com a família ou amigos, nós precisamos que algo nos motive para que esses momentos façam sentido. De acordo com Daniel Pink, passamos por três diferentes fases da motivação: a motivação 1.0, pautada pela sobrevivência, motivação 2.0, pela punição e recompensa financeira e, por fim, a motivação 3.0, que envolve, principalmente, o propósito.

Autonomia, relevância e propósito, hoje, talvez sejam um dos maiores desafios das empresas. Como fazer com que o seu colaborador enxergue esses três pilares no seu dia a dia? Como garantir que esses três pilares para ele estejam conectados com os objetivos macro da empresa?

Talvez OKR possa ajudar com isso. Objectives and Key Results (OKR) é um framework de acompanhamento e gerenciamento de resultados. Com sua origem com Andy Grove, ainda na Intel dos anos 70, o framework foi disseminado por John Doerr em diversas empresas de tecnologia, dentre elas o próprio Google, e futuramente para o mundo através do seu livro “Avalie O Que Importa”.

Buscando garantir um alinhamento, compartilhamento e transparência constante em todos os níveis de uma empresa, OKR veio para reduzir as disfunções conhecidas das metas tradicionais individuais que por muitas vezes eram inflexíveis, não estavam totalmente alinhadas com os objetivos do business e não entregavam a conexão que os colaboradores precisam ver entre seus entregáveis e a estratégia da empresa. Um grupo, ao definir suas iniciativas a partir de um objetivo qualitativo e aspiracional que estivesse 100% alinhado com a estratégia da empresa e um conjunto de 2 a 5 resultados-chave que irão dizer se estamos mais próximos desse objetivo, poderia muito mais rapidamente entender a conexão entre seus projetos e a estratégia e resultados macro da empresa, trazendo propósito, relevância e autonomia para aquele grupo.

Aqui na Serasa nós temos o grande propósito de ajudar as nossas Donas Marias a limparem seus nomes, conseguirem crédito no mercado, monitorarem seus CPFs ou CNPJs e a terem acesso ao seu score e uma gama de conteúdo sobre educação financeira. Isso é o que nos motiva: entregar tudo para o brasileiro ter crédito. Mas como conseguimos que todos, desde o VP até um desenvolvedor júnior, tenham o mesmo entendimento sobre o que é “tudo para o brasileiro conseguir crédito” e, esse desenvolvedor, tenha claro que aquela feature que ele esta trabalhando tem tudo a ver com isso?

Há quase 2 anos, aqui na Serasa, todos os times olham para um OKR. Muitas vezes, eles são compartilhados entre dois ou mais times a fim de garantirmos que todos estão realmente focando no que importa, criando alinhamento e engajamento entre os times que, por muitas vezes, não conseguiriam fazer suas entregas sem essa conexão. Nossos OKRs ficam em uma ferramenta onde conseguimos dar transparência para todos dos resultados da empresa naquele momento, ao mesmo tempo que funciona como a “vitrine” daquela equipe, deixando claro para onde aquele grupo está mirando naquele momento e quais são as suas prioridades.

“We must realize — and act on the realization — that if we try to focus on everything, we focus on nothing.” — John Doerr

Ao priorizar, nós também conseguimos inovar cada vez mais e transformar o nosso negócio para melhor. À medida que diminuímos o número de distrações e realmente entendemos nosso foco para aquele trimestre fica mais fácil entender qual a primeira coisa que iremos fazer ao acordarmos. Ainda, por estarmos focando no que realmente faz sentido para o negócio, conseguimos tangibilizar o resultado do nosso esforço. Cada projeto, iniciativa, tarefa, rotina, pode ser mensurável e, assim, entendemos realmente o quanto que aquela entrega mexeu o ponteiro. E, claro, se ela não mexeu nenhum é o momento de voltarmos para os check ins OKR, que aqui acontecem semanal ou quinzenalmente em todos os times, e repensarmos se realmente a rota que estamos traçando é a que faz mais sentido. Se não for, sem compromisso com erro, trocamos para o que realmente nos faz estar mais próximos dos nossos objetivos.

Por fim, não poderia deixar de repetir nesse artigo a palavra “aspiracional” ou “moonshot”, tiro na lua. OKR nos fez entender que podemos sim, sempre mirar na lua e assim conseguimos dar aquele passo além que, se estivéssemos mirando no teto “roofshot”, não conseguiríamos. Nos surpreendemos cada vez mais com a nossa capacidade de chegar a resultados nunca antes vistos e, se não conseguimos chegar até la mas ficamos próximos, já é um grande motivo para comemoração, quer dizer que definimos nossa meta mirando na lua e acertamos as estrelas. Já é muito mais que o teto, não é mesmo?

“Then come the four OKR “superpowers”: focus, align, track, and stretch.” — John Doerr

OKR é um framework que pode ser adaptado para a realidade de qualquer empresa. Na Serasa, nós enxergamos o valor que esse frame agrega ao nosso dia a dia e os resultados que tivemos desde que começamos a usar.

Quer conhecer mais sobre OKRs e a Serasa? Segue nossas redes! Também fico super à disposição para um bate papo 😊

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Ana Carolina Ribeiro da Silva
Serasa
Writer for

Project & Change Management | M&A | HR | OKR Champion @ Serasa