“Minha vida nos teus dentes”, a poesia de Gustavo Faquineti Paz
Movimento 1, Portishead
Eu sorvo seu suco;
Borbulha a mandíbula
Roçando ao fundo
As sobras na úvula.
Movimento 2, Slowdive
Rasga a esquina do olhar-
Garras escorregadiças
Sobre escama ensopada:
Minha vida nos teus dentes.
Movimento 3, Tricky
Estratagema do destino:
Meu coração-candelabro
Posicionado no teu teto
Pendurados sob a lâmina
Estão flutuando
Sol e Lua reluzentes
Duas cabeças
Um só agora:
Boquilíngua.
Movimento 4, La Petite Mort
Se fácil me rendo
Assim aos seus pelos
É que neles apenas
Te encho de apelos
(nu em seus nós)
Sob descargas elétricas
Arroxo meus olhos
Defloro minhas petéquias
E
Enforco
Meu ego.
Gustavo Faquineti Paz (1998) é natural de Lobato, mas atualmente reside em Maringá (PR). Lá, se formou em Letras Português-Inglês pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Vive de freela, traduções e da escrita constante de poesia. Publicou as plaquetes ‘’Lobato, a hate to love letter’’ e ‘’Apreciação de Jarman ou Fuck Me Blind’’ de forma online e independente. Teve textos críticos e poemas publicados em outras revistas literárias. Irá se casar em breve.
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