O conflito de Maya
Pai, por que se esconde deles?
Eu os amo Maya.
Como os ama Pai, se cegos pelo brilho do meu véu e surdos pela canção de minhas mentiras são deixados a dominar por seus próprios egos e desejos.
E sozinhos, mergulhados nessa grande ilusão, tudo o que lhes resta é o vazio em seus corações.
Eu te amo Maya.
Como me amas Pai, se me criastes para os enganar e mantê-los afastado de Ti?
Me responda Pai, por que simplesmente não os revela toda tua glória?
Maya, me digas o que seria do doce, sem o conhecimento do amargo?
O que seria do bom, sem o mau?
O que seria do calor, sem o frio?
O que seria do alívio, sem a dor?
O que seria da paz, sem a inquietação?
Maya, minha querida, o teu véu os mantém afastados de mim, mas é justamente esta distância, que os fará querer estar cada vez mais perto.
Pois, sem o conhecimento do mau, como podem escolher ter boas atitudes?
Sem o conhecimento do frio do mundo, como podem escolher o calor em meu refúgio?
Sem o conhecimento da dor em suas almas, como iriam em busca do alívio em mim?
Sem a inquietação em suas mentes, como iriam buscar a paz em seus corações?
Percebes Maya? Sua ilusão é justamente o que os faz querer conhecer minha Glória.
E quando realmente eles me compreenderem, vão perceber que o doce e o amargo não existe …
Também não existe o bom e o mau …
Nem o calor e o frio, tampouco o alívio e a dor …
Nem mesmo a inquietação e a paz.
Se nada disso existe Pai, em verdade, em sua grande sabedoria, o que existe então?
Apenas Eu existo, Maya.