O conflito de Maya

Adelson Junior
ToTao
Published in
2 min readFeb 5, 2019

Pai, por que se esconde deles?

Eu os amo Maya.

Como os ama Pai, se cegos pelo brilho do meu véu e surdos pela canção de minhas mentiras são deixados a dominar por seus próprios egos e desejos.

E sozinhos, mergulhados nessa grande ilusão, tudo o que lhes resta é o vazio em seus corações.

Eu te amo Maya.

Como me amas Pai, se me criastes para os enganar e mantê-los afastado de Ti?

Me responda Pai, por que simplesmente não os revela toda tua glória?

Maya, me digas o que seria do doce, sem o conhecimento do amargo?

O que seria do bom, sem o mau?

O que seria do calor, sem o frio?

O que seria do alívio, sem a dor?

O que seria da paz, sem a inquietação?

Maya, minha querida, o teu véu os mantém afastados de mim, mas é justamente esta distância, que os fará querer estar cada vez mais perto.

Pois, sem o conhecimento do mau, como podem escolher ter boas atitudes?

Sem o conhecimento do frio do mundo, como podem escolher o calor em meu refúgio?

Sem o conhecimento da dor em suas almas, como iriam em busca do alívio em mim?

Sem a inquietação em suas mentes, como iriam buscar a paz em seus corações?

Percebes Maya? Sua ilusão é justamente o que os faz querer conhecer minha Glória.

E quando realmente eles me compreenderem, vão perceber que o doce e o amargo não existe …

Também não existe o bom e o mau …

Nem o calor e o frio, tampouco o alívio e a dor …

Nem mesmo a inquietação e a paz.

Se nada disso existe Pai, em verdade, em sua grande sabedoria, o que existe então?

Apenas Eu existo, Maya.

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