Às vezes, a verdadeira inovação reside nas pequenas ações. Não é necessário criar algo grandioso para ser considerado inovador

Ultimamente, tenho dedicado bastante tempo à reflexão sobre inovação. É curioso como essa palavra carrega um peso significativo. Muitas vezes, acreditamos que para inovar, precisamos reinventar completamente a roda, criar um novo sistema operacional ou desenvolver um produto totalmente revolucionário. No entanto, talvez o segredo esteja na autenticidade.

Com autenticidade, podemos transformar até os processos e produtos mais simples em projetos verdadeiramente inovadores. Não se trata apenas de criar algo novo, mas sim de abordar as demandas com uma perspectiva única e genuína. Quando entregamos algo, devemos fazê-lo considerando como gostaríamos de usá-lo. Essa abordagem pessoal pode gerar resultados surpreendentes.

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Analisando meu próprio fluxo de trabalho, percebo que muitas pessoas têm receio de propor soluções ou de modificar as propostas existentes. Às vezes, isso acontece porque aceitamos o escopo inicial sem questionar, evitando o esforço adicional necessário para entregar algo que realmente gostaríamos de usar. Como compositor, costumava aplicar essa mesma analogia: escrevia músicas que eu mesmo adoraria ouvir em um loop infinito.

O fluxo de trabalho padrão nas empresas geralmente segue um roteiro preestabelecido: as demandas são solicitadas, e nós nos esforçamos para entregar com qualidade e dentro do prazo. No entanto, por que não começar a pensar em como melhorar esses processos? Além de automatizar etapas e torná-las menos maçantes, deveríamos considerar como o cliente reagirá à nossa entrega e como ela será incorporada ao seu dia a dia. Essa mentalidade pode ser o verdadeiro motor da inovação.

O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará novamente; não há nada novo debaixo do sol. — Eclesiastes 1:9

É comum pensarmos que a inovação exige grandes projetos ou a revolução completa de processos. No entanto, esquecemos que muitas das maiores inovações não surgiram de repaginações, mas sim de acréscimos. Pense em telas sensíveis ao toque, veículos elétricos, smartphones e outros avanços tecnológicos. Se olharmos para a história, veremos que muitas dessas implementações já haviam sido tentadas antes. Então, o que mudou?

A resposta está no olhar crítico e no alcance. Às vezes, precisamos repetir, reinventar e aplicar a semiótica para entender por que as tentativas anteriores não tiveram sucesso. A verdadeira inovação não está apenas em criar algo completamente novo, mas também em aprimorar o que já existe. E como fazemos isso? Com empatia.

Colocar-se no lugar de quem usará o produto ou processo faz toda a diferença. Entender suas necessidades, desafios e expectativas nos permite trazer soluções que realmente transformam o dia a dia das pessoas. Portanto, o olhar crítico e a empatia são ferramentas poderosas na busca por algo inovador.

Tudo que precisa ser dito já foi dito. Mas, já que ninguém estava ouvindo, é preciso dizer outra vez — André Gide.

As rampas de acesso nas calçadas são um excelente exemplo de inovação centrada no usuário. Originalmente projetadas para melhorar a acessibilidade, essas rampas acabaram proporcionando benefícios muito além do esperado. Elas não apenas atenderam ao objetivo principal, mas também se tornaram úteis para outros meios de transporte, como carrinhos de transporte, bicicletas e skates. Essa é uma lição valiosa: a inovação muitas vezes se desdobra em direções inesperadas.

Ao considerarmos a inovação, podemos aplicar a técnica do “duplo diamante”. Primeiro, divergimos para explorar todas as possibilidades e ideias. Depois, convergimos para selecionar as melhores soluções. Pergunte a si: “Quais impactos causarei em um grupo amplo ao atender às necessidades de um grupo específico?” Essa perspectiva ampla nos ajuda a criar soluções mais abrangentes e impactantes.

E tratando de benefícios indiretos, compartilho a experiência com legendas em vídeos. Às vezes, não posso ativar o som do meu dispositivo porque meus filhos estão dormindo. As legendas permitem acompanhar o conteúdo sem os acordar. É interessante analisar como uma funcionalidade inicialmente pensada para um grupo específico acaba beneficiando muitos outros, incluindo nós mesmos.

Portanto, ao projetar soluções, lembremos de pensar na globalidade. Nem tudo se restringe ao nicho inicial; nossas inovações podem tocar vidas de maneiras inesperadas e positivas.

É mais fácil pedir perdão do que permissão — Grace Hopper

Em nossa busca por inovação, muitas vezes nos concentramos em grandes projetos e soluções grandiosas. No entanto, é essencial lembrar que a inovação também pode surgir de pequenas melhorias e ajustes. Aqui estão algumas reflexões:

Empatia com o Usuário:

• Coloque-se na pele do usuário. Pergunte-se: “O que eu gostaria de receber como solução?” Essa perspectiva pessoal pode nos guiar na criação de algo verdadeiramente útil.
• Sinta-se na pele do seu time. Compreenda as necessidades e desafios deles. Afinal, a inovação não ocorre isoladamente; é um esforço coletivo.

Pequenas Mudanças, Grandes Impactos:

• Nem toda inovação precisa ser monumental. Às vezes, uma automação simples, um teste focado em uma área sensível do sistema ou uma refatoração podem gerar resultados significativos.
• Cada melhoria é um pedaço do todo. Imagine que cada pequena mudança contribui para algo gigantesco. Assim, aos poucos, construímos um ambiente mais inovador.

Seja a Mudança:

• Lembra da famosa frase “Seja a mudança que você quer ver no mundo”? Ela se aplica aqui também. Se você deseja um ambiente de trabalho inovador, comece agindo de acordo.
• Trabalhe com uma equipe que compartilha desse foco. Juntos, vocês podem criar uma cultura de inovação, transformando o espírito da equipe em uma verdadeira incubadora de ideias.

Portanto, não subestime o poder das pequenas melhorias. Elas podem ser o ponto de partida para algo extraordinário. E lembre-se: a inovação não é apenas tecnológica; também envolve qualidade e usabilidade.