Acessibilidade não tem ponto de vista, tem urgência
Olá, tudo bem, pessoal? Pedimos, por favor, para você fechar os olhos [ok, você pode continuar lendo]
Eu sou o Jeferson, estou usando a camisa azul marinho, com a calça tal, tenho um cabelo curto e barba e tenho 1,9m trabalho na TOTVS (uma empresa de software, sou UX DESIGNER e vivo quebrando problemas em pedaços para virar soluções e a meu lado está … Douglas, ele está usando a camiseta azul com a calça jeans, ele tem o cabelo bagunçado na altura do ombro e uso barba e só tenho 1,74m eu comecei minha carreira tendo ideias para vender produtos, mas descobri que o meu produto é vender ideias e nós vamos falar que a Acessibilidade não é questão de ponto de vista mas de urgência #pracegover
#PraCegover é um trocadilho. Como essa hashtag tem uma função educativa e inclusiva, ela se refere aos videntes que não enxergam o cego e nunca se dão conta de que pessoas com deficiência visual usam redes sociais.
É assim que a gente começou nossa apresentação no TDC de Porto Alegre.
O que vocês acabaram de passar é exatamente como uma pessoa que trabalha numa empresa que usa um software. Por exemplo, o Alberto (cego). Ele descreveu a gente baseado apenas na voz, ele conseguia falar da postura, altura e até a personalidade.
Mas, afinal das contas, porque precisamos tratar esse tema? Porque é lei federal e temos que possibilitar que novas pessoas [como o Alberto] possam usar nossos produtos e se tornar clientes. Enfim, precisamos pensar em todos! Ou seja, elas vão comprar, a gente precisa vender.
Mas, e se a gente não fizer isso? A gente vai levar multa! Além disso, se a gente não for acessível, o Alberto não vai usar, ou seja, não vai pagar.
Ah, certo! Mas já estamos fazendo produtos digitais novos e bonitos. Porém, mesmo assim, eles não são acessíveis.
Temos uma oportunidade, vamos estudar isso tudo! Estamos desenvolvendo um design system, porém, ele não poderá ser o primeiro e, dificilmente, o mais famoso, mas ele pode ser acessível para ser referência positiva em acessibilidade entre as maiores empresas de software do Brasil para o mundo. Esse é o desafio que nós aceitamos.
Como fizemos isso tudo? Juntamos um time no UXLAB (que é um laboratório que usa abordagem de design thinking para garantir a melhor experiência do usuário) com 1 psicóloga, 3 designers, 2 dev, 3 semanas de projeto. Então, falamos “vamos usar abordagem do design thinking, para desenhar o futuro desejável acessível da TOTVS, afinal o design resolve tudo!”
Mas não foi bem assim, entenda:
Fomos, então, conversar com as pessoas de diferentes deficiências;
E, então, erramos bem feio na abordagem. Por isso, aprendemos que não podemos fazer perguntas abstratas a eles, porém são bem práticos e reais;
Enquanto os protótipos estavam no tradicional (e usamos um provótipo), eles traziam mais informação do que a entrevista;
Assim, apresentamos para os possíveis padrinhos do projeto (engenheiro, dev, o cara da bandeira da inclusão) numa linguagem única. Virou uma meta de sustentabilidade para 2020;
Concluindo, hoje temos um framework open source (Portinari) que sustenta novos produtos ou revitalização deles. E agora faz parte a acessibilidade durante os estudos de novos componentes.
Então, acessibilidade não tem ponto de vista tem urgência?
A gente esteve em um evento grande (TDC em Porto Alegre) com diversos pontos de vistas, eles estão acessíveis?
Ok, a gente pode continuar falando, mas precisamos ter consciência para fazer mais. Por exemplo: seria muito bonito dizer que a gente quer incluir todas as pessoas, mas será que só isso move uma empresa? Afinal, as empresas querem lucro e maior atuação no mercado. Não é errado dizer que a gente precisa de acessibilidade, simplesmente porque essas pessoas também consomem. A gente não pode olhar apenas para a lei, ou mesmo para ficar no top da moda, precisamos ter urgência para movimentar o mundo dos negócios.
Um agradecimento especial ao time do TOTVS Developers e ao nosso time do UXLAB da TOTVS.
