Tour cultural: Stand up “Eu comigo, mesmo” do Rafa portugal:
Recentemente os estabelecimentos culturais abriram, se adequando a novas exigências sanitárias estão se organizando como dá.
No último sábado assisti a apresentação de Rafael Portugal no teatro Gazeta. A primeira vez que vi um stand up foi porque minha irmã já iria, só aproveitei o trem saindo. Eu vinha alimentando um interesse pelo gênero por causa do Murilo Gun. Tenho acompanhado seus conteúdos e fazendo alguns de seus cursos. A linha criativa dele é absurda, feita de um costurado de recortes improváveis de diferentes áreas que é impressionante. Entre as experiências que o influenciam está o stand up. Em um dos vídeos do seu curso ele explica como funciona a elaboração de seus roteiros, saído de um mapa mental de fluxo narrativo muito interessante.
Vou ver a apresentação, curiosa pela contação de histórias sob a perspectiva do humor. Quando o intérprete está sozinho no palco, sem recursos que incrementem a trama de alguma forma, a história é tudo. A minha irmã, influencia para eu ter ido assistir ao show, contou que um dos comediantes, testava as piadas em bares de forma aleatória e ficavam triste de ver de tão pouco que as pessoas acabavam rindo. Mesmo assim precisavam testar a risibilidade das produções e vão à campo para fazer isso. Imagino o olhar de um comediante para o cotidiano, e acho graça da postura de cassar o riso nas intempéries da vida.
“Ah, o que eu achei do show?” Rafa portugal conta suas histórias como se fosse um amigo — dos engraçados para valer, é claro — em um bar, destaca a comicidade do dia-a-dia presente em elementos extremamente simples. Fala sobre um garoto do Rio de Janeiro, sem muito sucesso com as mulheres ou dinheiro no bolso, com uma família que parece só se unir para mostrar o quão desagradáveis eventos familiares podem ser. Causos regionais, causos particulares que mostraram o espaço para riso que existe na constante quebra de expectativa que é viver.
