Artista da Vez #35 — Vitor Costa

Lucas Bittencourt
Touts
Published in
6 min readDec 3, 2019

Para fechar 2019 em grande estilo, trazemos como último Artista da Vez uma revelação de nossa comunidade. Diretamente do antigo continente para as telas da Touts, uma de nossas maiores referências quando o assunto são produtos para decorar algum lugar especial. Nosso querido artista português reside em Guimarães e veio contar um pouco pra gente sobre sua trajetória e inspirações nesta entrevista exclusiva.

Senhoras e senhores, com vocês: Vitor Costa

Vitor Costa em seu habitat natural

Como você se apresentaria no primeiro dia de aula?

Sou Vitor Costa, alguém muito curioso, e procura de algo que me motive e que me encha a mente com ideias novas.

E como você se apresentaria pro restante da comunidade da Touts?

Sou Vitor Costa. Uma pessoa ambiciosa, trabalhadora e metódica. Faço muitas coisas, e trabalho com muitas áreas, pois sou alguém que não pára; mas sou essencialmente um artista, mais do que qualquer outra coisa.

Mesa de trabalho normal do Vitor

Como surgiu sua relação com a arte e o design? Foi por vocação ou teve algum momento específico anterior?

Sou arquiteto de formação, que é também uma forma de expressão artística, mas desenvolvo há muito tempo as minhas artes gráficas, totalmente por vocação, praticamente desde o início da minha formação, com particular preferência pela pintura e desenho.

Grande parte de suas obras são abstratas e possuem cores e formas quase que intencionais para se criar composições ou estilos decorativos. Você acha que isso é reflexo da sua profissão?

Surge de uma forma natural e espontânea, desprendida da decoração. Sou particularmente motivado pelos estilos abstrato e minimalista, em parte por preferência intuitiva e em parte derivado da minha formação. A minha formação académica permitiu-me estudar a história da arte e perceber como a arte tem evoluído. E neste ponto, conhecer e estudar o estilo abstrato foi realmente surpreendente e inspirador para mim, pois entendo que a criação do abstracionismo protagonizado por “Wassily Kandinsky” foi algo de verdadeiramente revolucionário, um conceito novo que abriu novos horizontes e paradigmas para o mundo das artes. A par disto, o estilo minimalista cativa-me bastante pela simplicidade e pelo enfoque constante em chegar a uma síntese formal e a essência das ideias.

Para Vitor, seu lado arquiteto também faz arte.

Conta pra gente um pouco do seu processo criativo no seu dia a dia? Onde você busca suas principais influências e referências?

A arte para mim é sobretudo uma realização pessoal. Sou um espírito criativo e irrequieto, e estou constantemente motivado para criar algo de novo e surpreendente. Inspiro-me muitas vezes pela natureza, pelo contraste, pela harmonia, e pelas composições que despertam alguma surpresa e inquietude. Mas gosto de trabalhar com estilos e temáticas diversas, porque entendo que o belo e a criatividade pode estar em qualquer parte.

O que você mais gosta de fazer no seu tempo livre?

Gosto de passear a pé pela cidade, de ambular pelas ruas, descobrindo e redescobrindo lugares novos, tirando uma foto aqui, fazendo um desenho ali. Vivo numa cidade que me encanta e que mais parece um museu ao ar livre. Guimarães é conhecida como o berço de Portugal, pois foi aqui que nasceu Dom Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, em 1109, que daqui partiu de batalha em batalha conquistando quase a totalidade do território que é hoje Portugal. Tudo isto é fascinante e inspirador para mim.

Making of de um de seus trabalhos

Como você acha que morar em Guimarães influência em suas criações hoje?

O lugar tem sempre alguma influência, a meu ver. As minhas primeiras criações foram desenhos de minha cidade ao ar livre, na altura em que ainda era estudante. E atualmente Guimarães tem uma plataforma artística e cultural muito relevante, fruto de boas iniciativas administrativas e eventos culturais importantes aqui realizados como o de 2012 no qual Guimarães foi a “capital Europeia da Cultura”, um evento cultural riquíssimo que teve a duração de um ano, e que deixou sementes importantes para o futuro.

Quais você acredita serem as maiores diferenças entre artistas Portugueses e Brasileiros?

Creio que a influência cultural é determinante neste ponto. Noto um maior desprendimento formal e fluidez nos artistas brasileiros, com uso mais intenso de cores, e maior expressividade formal. Já nos artistas portugueses noto uma abordagem mais racional e abstracta, que resulta numa maior síntese formal e simplicidade. Acho essas diferenças interessantes e muito importantes, vivemos em continentes diferentes, com culturas e hábitos diferentes, e isso reflecte-se nos artistas, no processo criativo e temáticas abordadas.

Que papel plataformas como a Touts tiveram na sua carreira como artista?

Sem dúvida tem um papel importante. É uma forma de dar a conhecer a nossa arte a mais gente e de a pôr à prova perante o mundo. Plataformas como a TOUTS levam a arte às pessoas, e isso deixa toda a gente mais rica: pessoas, plataformas e artistas.

Quais as principais vantagens que você enxerga em disponibilizar sua arte em sites como o nosso?

Há sem dúvida a vantagem financeira, pois o mercado online alcançou um patamar relevante nas economias, e explorar esse mercado através da nossa arte é empolgante e recompensador. E há também uma sensação de realização a acontecer, ao perceber que a nossa arte, que é sempre tão íntima e visceral para o artista, se difunde pelo mundo, e leva aos outros um pouco da felicidade que deixou em nós.

Quais dicas você daria pra si mesmo no passado, quando estava apenas começando?

Eu diria para não perder tempo com supérfluos. Apostar naquilo em que acredito e arriscar se for necessário. Porque o futuro traz-nos algumas incertezas, mas também muitas recompensas.

Quais são os próximos passos e o que vem pela frente?

Pretendo seguir em frente sempre com espírito de artista, crescendo e criando o mais possível, e vivendo com aquela sensação de que se está a aproveitar ao máximo tudo que a vida nos dá. Os artistas vivem numa procura constante, seguem por um caminho que muitas vezes não tem um fim à vista.

Pra fechar, um bate-bola jogo rápido:

Uma pessoa incrível — Wassily Kandinsky

Um sonho — Criar uma obra prima

Uma cor — Laranja

Um filme — Vertigo (Alfred Hitchcock, 1959)

Uma cidade — Guimarães

Uma vitória — Expor minha arte em grandes galerias

Vitor por Vitor em uma frase — A obra nasce construindo-se

Esse foi nosso papo com o incrível Vitor Costa, um dos mais de 5.000 criadores da comunidade da Touts. Para conhecer mais sobre suas artes e produtos, não deixe de visitar a página do Vitor na Touts.

Para ler entrevistas com outros artistas de nossa comunidade, dá uma conferida no nosso blog que tá recheado de histórias incríveis.

Abraço de urso,

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Lucas Bittencourt
Touts
Editor for

Co-fundador e atual responsável pelas áreas de Comunicação, Criatividade e Comunidade na Touts e, antes de tudo isso, orgulhosamente movido a pessoas incríveis.