Como foi minha experiência na faculdade

Safire Lauene
Training Center
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5 min readJul 18, 2017

Me formei em Tecnologia de Banco de Dados pela Fatec SJC e queria contar um pouco sobre minha história de como entrei na faculdade.

Esse é meu primeiro texto, então peço desculpas se não ficar lá aquelas coisas — SIM! Primeiro texto na vida publicado sobre qualquer coisa. Salvo posts do Facebook e Tweets.

De onde tudo começou

Terminado o ensino fundamental, decidi que queria fazer algum ensino médio técnico. Fiz a prova de bolsa de estudos em várias escolas e acabei indo para uma onde tinham os cursos de:

  • Mecatrônica
  • Informática
  • Administração
  • Meio Ambiente

Eu sempre fui uma garota preocupada com o futuro do planeta e tudo mais, então por que não escolher Meio Ambiente não é mesmo? Não. Eu escolhi Informática.

Haviam outros amigos que também tinham escolhido esse curso e mesmo esse lance de tecnologia não me fascinando muito, foi o suficiente para que eu quisesse escolher essa área.

Entrei no curso sem saber nada! Nem uma noçãozinha, mas logo fui achando tudo muito mágico. Me lembro até hoje quando abri o bloco de notas do computador, digitei minhas primeiras tags HTML, abri no navegador e fiquei tipo: “Noooooossa !”

Haviam poucas garotas na sala. E muitos, muitos, muitos garotos. Isso fazia com que eu quisesse ser uma aluna exemplar pra poder provar que garotas podem sim programar!

E provei! Terminei o técnico de informática sem nenhuma pendência. Lógico que foi um baita de um desafio. Tinham momentos que eu achava que aquilo não era pra mim, mas eu persisti e não segui sozinha. Sempre procurei ajuda quando precisava. Eu não deixava passar nada com dúvida, sempre perguntava por mais besta que fosse minha dúvida.

Sem vergonha de ser n00b

Nesse meio tempo, eu comecei a ir em todos os eventos dev que aconteciam na minha cidade. Muitos deles eu ia e ficava lá viajando sem entender nada. Pensava: “Nossa, será que um dia eu serei tão fodona que nem essas pessoas que estão palestrando?”

Foi ótimo eu ter ido nesses eventos mesmo não entendendo muito do assunto pois foi lá onde eu conheci muitos amigos.

Depois dessa etapa concluída, decidi que queria seguir nessa área mesmo e prestei o vestibular pra uma faculdade da minha cidade para o curso de Tecnologia em Banco de Dados — eu não era muito fã de banco de dados, mas tinham me falado que esse curso era o que mais havia programação na grade.

Prestei o vestibular e ainda arrastei um amigo que havia estudado comigo no técnico pra fazer também. Um outro amigo também foi por esse caminho. Prestamos todos para o mesmo curso. Eu já tinha conhecidos que haviam feito esse curso e estavam bem profissionalmente e falavam muito bem da faculdade, então eu estava animadona (esses amigos foram os que eu conheci nos eventos que falei ali em cima).

Aquela entrada de fininho

Chegando o dia do resultado, fui ver a lista online dos selecionados (eram 40). Quando fui conferir veio a decepção. Eu não tinha passado. Fiquei em 43°. Pra mim foi tipo estar na fila do algodão doce e o açúcar acaba bem na minha vez. Fiquei ainda mais decepcionada comigo quando vi que meus dois amigos tinham conseguido entrar já na primeira chamada.

Mas ok, tinha a segunda chamada. Eu precisava que apenas 3 dos 40 desistissem para que eu conseguisse entrar no curso que eu queria.

Quando chegou o dia da segunda chamada, fui na faculdade para verificar se eu havia passado (sim, tinha que ir até lá). Eu estava confiante. Eram SÓ 3 que precisavam desistir da matrícula pra que eu conseguisse minha vaga. Bem, quando fui conferir, vi que apenas DOIS tinham desistido e que eu não tinha conseguido entrar.

Nesse momento minha garganta ficou seca e os olhos começaram a se encher de lágrimas e eu desabei por ali mesmo.

Meio abalada fui conversar sobre esse episódio com um amigo meu (que também conheci nos eventos), ex-aluno dessa faculdade e ele falou:

“ Não! Você vai conseguir entrar nas próximas chamadas, certeza. Manda uma mensagem pra esse e-mail aqui. É do coordenador do curso. Pede pra ele deixar você frequentar as aulas mesmo sem ter a matrícula ainda!”

Eu fiz o que ele falou. Mandei um e-mail pra um cara que eu nem conhecia e mal sabia pronunciar o nome (era algo japonês) pedindo pra poder assistir as aulas mesmo sem ter matrícula. E ele respondeu meu e-mail de forma muito simpática deixando eu frequentar as aulas.

Chegava a hora da chamada e eu era a única sem responder “presente”. Poucos perceberam.

Não foi fácil

Durante a faculdade aconteceram diversas coisas. Novamente, eu era uma das poucas garotas da sala. No último ano, eu me tornei a única garota da turma. No meio do caminho eu tinha sofrido pois nunca esperam o melhor vindo de uma menina. E também tem aquelas pessoas que te puxam pra baixo e aquelas que você vê e pensa: “Nunca serei tão foda quanto fulano”.

Mas eu persisti no meu objetivo. Quando consegui a matrícula eu falei pra mim : “Vou me formar sem nenhuma DP!”
E foi o que eu fiz. Fui um dos 4 alunos, de 40, que conseguiram terminar o curso sem nenhuma pendência.

Eu não teria conseguido sem a ajuda dos meus amigos e da minha família que nunca deixaram eu desistir e sempre me ajudaram quando podiam. Eu era uma das melhores alunas e por causa disso tinha a confiança de professores que me indicaram para vagas onde eu aprendi muito e evoluí muito! — inclusive uma que estou hoje.

Dicas valiosas:

Algumas dicas para quem quer entrar na faculdade ou já está e aproveitar ao máximo:

  • não deixe essa oportunidade passar em branco. Se você conseguiu uma vaga onde queria valorize ela, pois muitos outros gostariam de estar lá.
  • mantenha contato com os professores e coordenadores. Eles podem te indicar para vagas de emprego e muitas outras coisas.
  • participe dos eventos de tecnologia da sua cidade.
  • não esqueça de pedir ajuda dos amigos quando precisar. Eles podem ajudar muito.

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Safire Lauene
Training Center

Desenvolvedora Front End, viciada em açúcar e café, ama gatos e que considera escrever um dos seus maiores desafios.