Imagem de uma mesa de escritório com notebook, tablet, smartphone e café

Freelancer: o que saber para começar?

Leonardo Vilarinho
Training Center
Published in
6 min readMay 13, 2018

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Provavelmente você que abriu essa página, e é dev(a), já se perguntou e/ou teve curiosidade sobre o trabalho freelancer. Muitos procuram saber sobre o assunto, seja para entrar na área, tirar uma graninha para ajudar na faculdade ou na renda mensal, ou até mesmo para ser a sua própria renda mensal.

Pois bem, recebemos algumas dúvidas sobre essa carreira e elas foram bem válidas a ponto de sustentar a criação desse rápido e curto artigo. Nele estarei primeiramente mostrando minha ligação com o assunto e no final respondendo uma lista das dúvidas mais comuns que eu tive antes de ser freela, que vejo que as pessoas mais têm e que recebemos.

Comecei a atuar como freelancer em 2016, um ano após aprender minhas primeiras linguagens de programação, além do dinheiro, minha motivação sempre foi conhecer o meu nível profissional, para que quando eu sinta a necessidade de trabalhar em uma empresa saber exatamente qual o meu valor.

Para ingressar na área, cobrei bem baratinho nos dois primeiros projetos (falarei mais sobre isso), após isso, nunca mais tive dificuldade em encontrar clientes, isso com o preço agregado ao real valor do projeto.

Após muitos projetos, vi a necessidade de entender um pouco do mercado em empresas, e hoje atuo como PJ em uma empresa e freelancer em outra.

Agora vamos a parte das dúvidas que recebemos…

Como começar?

Essa é a grande dificuldade que encontrei e vejo que a maioria das pessoas têm, já mencionei minha estratégia anteriormente. Como você ainda não tem um histórico na área para mostrar e ganhar a confiança dos seus clientes, ganhe no preço! Faça um ou dois projetos que sejam SIMPLES por um preço mais barato, sempre sendo leal com a comunicação e recebendo bons reviews você verá que seu caminho estará trilhado.

PS: a questão do preço é sempre elevada quando falamos sobre freelancer, pois, incorretamente, alguns profissionais continuam cobrando cada vez mais barato, desagregando o mercado e gerando clientes infelizes.

Mas não confunda isso com o que eu falei nessa resposta, a diferença é que cobrando menos em seus primeiros projetos você estará agregando experiência para nos próximos agregar experiência + dinheiro.

Quanto cobrar e calcular o valor do projeto?

Dar uma resposta concreta para essa pergunta seria errado, pois cada projeto terá seu devido valor e seu contexto.

Mas a dica de ouro é a HONESTIDADE, se sinta bem cobrando aquele valor, caso perceba que tem coisa demais para pouco preço não tenha medo de ultrapassar o valor definido pelo cliente, caso não dê certo, não se sinta mal por valorizar o seu trabalho!

Imagem do Ned Flanders na janela dos Simpsons dizendo “Deus ta vendo”

Porém fazendo pelo mesmo caminho, sendo honesto quando o cliente supõe um valor muito alto para um projeto simples, ou seja, cobrando o valor real/ideal, não tente aproveitar da situação (isso é mais comum do que parece).

Onde divulgar meu trabalho?

A estratégia mais segura e/ou correta sempre será usar as plataformas apropriadas para esse tipo de trabalho, como o Workana (onde comecei), UpWork (inglês), GetNinjas, 99frelas e outros. Pois normalmente em mídias sociais você só encontrará pessoas que falam falam falam, mas nunca colocam em prática.

Além disso, essas plataformas normalmente montam um histórico dos seus projetos, assim quando você contata um cliente ou vice-versa teremos um portfólio bem detalhado, com feedbacks e tudo mais para mostrar.

Falando em portfólio, uma boa opção para montar o seu online é usar a plataforma Behance da Adobe, além de ser simples de usar, é usada na maioria das plataformas de freela para montagem do perfil.

É preciso ser PJ para atuar como freela?

Depende! Em algumas plataformas são elaboradas espécies de contratos onde você deve ser pessoa jurídica para prestar serviços. Em outras plataformas a burocracia é bem menor, porém ser pessoa jurídica te dá a vantagem da profissionalização, pois emitir nota fiscais dos seus serviços pode ser um atrativo para o cliente, como um ‘negócio confiável’.

É preciso fazer contratos? Como faze-los?

Essa pergunta é como a anterior, a maioria das plataformas não exigem nada disso. Porém quando comecei a atuar logo vi a necessidade de um tipo de documento para firmar uma espécie de compromisso com o cliente, então quando não existe contratos feitos pela plataforma, faço um documento bem simples, contendo:

  • Apresentação: um parágrafo descrevendo o sistema que será desenvolvido.
  • Sobre o desenvolvimento: um ou dois parágrafos explicando como será o processo de desenvolvimento do sistema, linguagens, tecnologias e metodologias que serão usadas.
  • Estórias: tudo, exatamente TUDO que o sistema deve fazer, normalmente uma lista separada por usuários do sistema. Por exemplo, a lista do administrado, com as ações que ele fará no sistema, para cadastros, liste também os campos daquele objeto.
  • Sobre o projeto: um parágrafo com termos que o cliente deve estar ciente, normalmente informando que o orçamento cobre apenas aquilo proposto nas estórias e que qualquer mudança pode acarretar na alteração do preço ou negação da nova implementação.

Ao montar um simples documento desse e enviar ao cliente garantimos também uma confiança no serviço, além de deixar claro para o cliente o que entendemos do projeto. E em caso de problemas, teremos essa prova para que o suporte da plataforma examine e veja que fizemos apenas o nosso trabalho.

Como perceber se estou entrando em uma furada?

Em todo esse tempo atuando na área, apenas uma vez cai em uma cilada, onde mesmo com o projeto concluído o cliente pedia mais e se negava sinalizar o pagamento, dizendo que o projeto estava incompleto.

A solução foi solicitar o suporte da plataforma (por isso não faça freela por mídia social) e mostrar o documento que o cliente aprovou e o sistema de acordo com o documento. Essa experiência na época me deixou bem chateado e me afastei um pouco dos serviços, pois sabia que era uma furada, mas entrei nela por necessidade.

Uma furada é bem fácil de ser detectada, na maioria das vezes o cliente nem tem a intenção de prejudicar, mas apenas não sabe se comunicar. Então ter atenção e fugir de clientes que não se comunicam de forma aberta é essencial para evitar essas situações.

Além dessa falta de comunicação aberta, a educação do cliente e descrição do projeto são fundamentais para distinguir. Se um cliente não lhe trata bem provavelmente estará sempre estressado, e sempre achará que está certo, mesmo sem razão. E um cliente que não descreve o que quer, na realidade vai apenas atrasar seu progresso como freelancer.

Para finalizar, um aglomerado de dicas para você…

  • Seja cordial, trate todas as pessoas de maneira igualitária.
  • Mantenha uma linguagem formal com qualquer cliente, isso passará uma imagem profissional.
  • Leia e entenda a descrição do projeto antes de entrar em contato.
  • Ao entrar em contato seja ligeiro, não fique falando sobre você e sua experiência, foque no problema do cliente, aponte alguma experiência parecida e se possível dê ideias a mais, em resumo, mostre-se interessado.
  • Não fale logo sobre dinheiro, entenda o problema, tire suas dúvidas, monte o documento e apresente para o cliente. Apenas depois que o cliente aprovar tudo que está no documento, envie-o novamente com o preço do projeto.
  • Respeite as regras das plataformas, algumas não permitem contato externo com o cliente, então quando um cliente solicitar contato externo recuse e explique o motivo.
  • Corra de pessoas que se mostram desinteressadas nos próprios projetos.
  • Mantenha um ritmo, sempre esteja ativo na plataforma, pois algumas colocam freelances ativos em destaque. Entre em contato com uns 5 clientes diariamente para se manter ativo (lógico, se você não estiver ocupado com outro projeto).

Enfim, essas são as dicas que pude levantar de acordo com o que já me deparei e lembrei agora, caso tenham dúvidas ou relatos distintos deixem aí nos comentários. Deixe também algumas palmadas se gostou, e dúvidas/dicas para novos artigos.

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Leonardo Vilarinho
Training Center

Analista de Sistemas pelo Instituto Federal do Triângulo Mineiro