DC’s Legends of Tomorrow- 5° temporada (2020)| Crítica
A melhor temporada da melhor série do Arrowverse
Legends of Tomorrow é um exemplo de recuperação de série. Em 2016, na 1° temporada, o seriado era um horror, quase tudo tinha dado errado. Porém, no segundo ano do show, os produtores perceberam que eles tinham que mudar. Caso contrário, iriam perder muita audiência. Foi aí que Legends se encontrou, com um clima leve, sem se levar muito a sério. Desde que estabeleceram esse tom para a série, só tivemos excelentes temporadas. Inclusive, tendo uma trinca: 3°, 4° e 5°, com uma das maiores consistências de qualidade em seriado, principalmente falando de CW.
Aspectos Positivos:
O primeiro ponto que eu vou ressaltar é a quantidade de episódios. Legends sempre teve pouco capítulos, se comparado com outras séries da CW. Nessa temporada em questão, isso foi positivo, pois conseguiram gravar todos os 15 episódios (vou parecer contraditório, mas acho que podia ter mais 1, explicarei melhor nos aspectos negativos). Isso é um aspecto menor, mas é bom ver que temos pelo menos um seriado do Arrowverse com toda a temporada gravada. Além de que, a menor quantidade de capítulos ajuda a manter uma trama mais coesa e menos arrastada.
O elenco é outro destaque, pois se não fosse pelos atores essa temporada não seria tão divertida. Os maiores destaques foram Tala Ashe (não posso falar muito sobre a Zari, pois seria um grande spoiler), Maisie Richardson-Sellers (a melhor personagem da temporada e que tem forte ligação com as vilãs. Inclusive, há um plot twist sobre a origem dela que ressignifica tudo que pensávamos sobre ela), Matt Ryan (ele é perfeito como Constantine)e Olivia Swann (você irá se surpreender com a personagem e a atriz). Todos eles estão tinindo, convencendo com seus personagens e são super carismáticos.No resto do elenco, Shayan Sobhian como a nova personagem, Behrad, está muito muito bem, entregando um misto de fofura e burrice, que nos conecta a ele. Caity Lotz, a nossa grande Sara, a líder da equipe, continua perfeita. Como sempre carismática e seu romance com a Jes Macallan (também ótima) funciona cada vez melhor. E por último, Brandon Routh. Desde o início da temporada, sabíamos que (infelizmente) ele iria sair da série. Isso foi muito triste, já que o Ray sempre foi uma das personagens mais queridas pelos fãs. Contudo, enquanto ele aparece é incrível e Romeo v Juliet Dawn of Justines, o último capítulo da personagem, é extremamente emocionante. Já o resto do elenco está bem, mas não vou falar muito.
A trama da temporada parecia que seria uma repetição do quarto ano, apenas mudando de criaturas do inferno, para figuras históricas malignas. E inicialmente foi, porém na metade para o final da temporada, temos uma mudança da trama, revelando as reais vilãs, as Moiras, da mitologia grega (eram Deusas que teciam o destino das pessoas). Por mais que não tenha gostado muito do desenvolvimento das vilãs. Essa trama trouxe episódios incríveis e deu ao ano um enredo diferente, não sendo apenas a 4° temporada 2.0.
O roteiro conseguiu ser muito consistente, todos os capítulos são de ótimos a excelentes (mesmo com umas falhas no último episódio) e todas as personagens (com exceção das vilãs) foram muito bem desenvolvidas. Vale citar uma versatilidade dos roteiristas, que conseguiram ir da atmosfera desesperançosa de I Am Legends, para uma comédia incrível em The One Where We’re Trapped On TV ( o melhor da temporada e um dos melhores da série) de maneira natural. E isso não ocorre só com esses dois, já que cada capítulo trata de um gênero cinematográfico diferente, o que mostra toda a versatilidade e criatividade dos escritores.
Os aspectos técnicos da série sempre foram ótimos. A fotografia está muito boa. Nunca falhando e sempre sendo consistente e nada simplória como no resto do Arrowverse. Os figurinos e o design de produção são perfeitos. Por ser uma série de viagem no tempo, esses aspectos precisavam serem bons e nem quando o seriado era ruim (na primeira temporada) eles falhavam nisso. A direção dos capítulos, no geral, está consistente, sempre tendo boas cenas de ação e um ritmo bem conduzido. Infelizmente, a montagem é falha às vezes, principalmente quando tem muitos núcleos de personagens, em que a transição entre eles nem sempre é muito natural, mas são raros os momentos em que isso acontece.
Aspectos Negativos:
Houveram três pontos que me incomodaram um pouco. O finale não foi ruim, ele é bem divertido, porém é muito apressado. Isso poderia ser resolvido se ele fosse dividido em 2 capítulos, para, assim, trabalhar melhor o final, sem tanta afobação narrativa. As vilãs, por mais que sejam ameaçadoras e interessantes, não foram muito bem desenvolvidas. Isso acabou prejudicando a minha conexão com elas. E por último, o Mick. Eu amo a personagem, mas há tempos ele vem ficando muito deslocado do resto da equipe. E aqui, por mais que a trama dele com a filha dele não seja ruim, ela demorou pra ficar interessante e serviu um pouco para afastar cada vez mais o núcleo dele do resto da equipe.
Resumo da Ópera:
Legends of Tomorrow apresenta sua melhor temporada, com um roteiro excelente, personagens incríveis, um elenco perfeito e aspectos técnicos ótimos. Mesmo com alguns problemas, eles não afetam a qualidade geral da temporada que foi QUASE perfeita.