Sobre identidade de gênero

Liu Gerbasi
Nboy
Published in
2 min readJun 18, 2021

O que determina o gênero? A cultura social. A pressão social é como um fechar de quatro paredes em volta de ti. Dá angústia, né? É, dá. Ansiedade, angústia, tristeza, raiva, transtornos vários. A pressão social dá em muita coisa grave.

Ser trans (binário ou não-binário) é uma luta diária, é matar um leão por dia sim. E a todo tempo existem expectativas, de todos os lados. Além da expectativa inicial de performar o gênero correspondente à genital, logo após esperam que a pessoa trans MOSTRE ser trans, seja visualmente trans. Mostrar ser trans? Mas já nos foi cobrado que performássemos um gênero que não correspondia à nossa identidade, agora que saímos disso, nos é cobrado que performemos o gênero com o qual nos identificamos de forma padrão? Afinal, o que é performar feminilidade ou masculinidade de forma padrão se não uma construção social? E toda construção social é opressora de certa forma.

Ou seja: saímos do padrão cisgênero para ir parar no padrão transgênero e a sociedade acaba que só valida a transgeneridade quando pode também ser estereotipada, reconhecida de longe.

Homens trans não precisam performar masculinidade para provar que são homens, bem como homens cis não precisam performar a masculinidade padrão para comprovar que são homens. Afinal, o que é ser homem, o que é ser mulher? Uma roupa? Um jeito de falar? Uma posição social? Fica aí o questionamento.

Isso sem falar de trans não-binárie que é cobrade de performar a androgenia. Em resumo: nossos corpos não devem nada à sociedade e seus padrões cisheteronormativos.

Acho que é sobre ser quem é, baseando-se nos parâmetros sociais ás vezes sim, que, por mais tóxicos que sejam, existem e compõe nossa identidade de certa forma. Quando me chamam por “ela” no mercado, é o padrão social não validando minha identidade de gênero, seguindo uma corrente “invisível” que leva em consideração a aparência para definir o gênero. E sim, isso mata aos poucos.

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