Como as coisas são feitas em outras organizações?

Benchmarks de processos e formatos para a Nossa Cidade

Renato Orozco
Transição Nossa Cidade
8 min readDec 16, 2020

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O propósito dessa tarefa é nos inspirar em processos, formatos e resultados de outras organizações, tendo em mente que cada uma é única no que faz e que cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.

O que queremos descobrir

A intenção dessa tarefa é descobrir formas e modelos de:

  • Sustentabilidade financeira (via contribuição de associados, captação de recursos via edital e parcerias e venda de serviços)
  • Gestão de Fundos Comunitários
  • Patrocínio Fiscal / Incubação de projetos
  • Organização de Centro Vazio e Descentralização
  • Profissionalização da Equipe
  • Ludicidade e Gestão Humanizada

Para isso, definimos algumas perguntas e organizações a serem pesquisadas. Abaixo você encontro o fichamento e principais conclusões da pesquisa. Caso tenha uma organização inspiradora que pense ser interessante realizarmos a pesquisa, preencha aqui.

Sustentabilidade financeira

De acordo com o que já é praticado na Nossa Cidade, verificamos caminhos de sustentabilidade financeira baseados em:

  1. Contribuições de Associados
  2. Venda de serviços (implementação de tecnologia social)
  3. Gestão de Fundos Comunitários
  4. Guarda-chuva institucional para projetos
  5. Editais

Associação Alcoolicos Anônimos

Cultivamos um princípio de pobreza coletiva, angariando, entre nós mesmos,

“Tão apenas as despesas correntes mais uma reserva prudente”,

esta última equivalendo, geralmente, a três meses de despesas dos grupos — os quais são informais, não têm existência jurídica — e um ano de despesas nos escritórios locais, nacionais e mundial de A.A. Evitamos rigorosamente qualquer grande concentração financeira ou executiva, colocando nosso fundo de reserva a cargo de custódios não alcoólicos e dividindo nosso capital de giro entre as poucas operações existentes.

Base Colaborativa — www.basecolaborativa.org / https://www.basecolaborativa.org/transparencia

Despertar consciência coletiva, potencializando pessoas e idéias que querem mudar o mundo, através de cursos, grupos de estudo e bate papos

Grande parte das receitas vem de levar conteúdos para dentro das organizações a partir de facilitadores em Teoria U, CNV, Team Building e outras atividades de imersão. Contam hoje com 250 voluntários e estão em 10 cidades.

As principais despesas fixas são o aluguel R$ 6000 e salários R$ 22000 que são cobertas com o centro de custo da Base SP — institucional com média de *Receita mensal de R$ 39 mil (2020)* sendo que R$ 16 mil veio de *contribuição associados*, R$ 9 mil foi *repasse de prestação de serviço (via centro de custo da *Base2B* (similar ao Nossa Cidade Solutions) e R$ 8.5 mil foi repasse de outros projetos e programas (talvez similar aos projetos hóspedes e programas independentes da Nossa Cidade?)

Programas, projetos e venda de serviços somaram R$ 1.6 milhões nos 3 primeiros semestres de 2020

Gestão de Fundos Comunitários

Leia: https://www.fundacaoabh.org.br/desenvolvimento-comunitario-local/

Organizações como a Uk Community Foundations e Rede IberoAmericana de Fundações Comunitárias são organizações que dão suporte as fundações comunitárias.

Achei interessante esse papel de “incubadora” de novos fundos e gestão de uma rede. Dialoga bastante com a experiência que já temos na awesomefoundation e fundo regenerativo brumadinho e talvez seja um serviço a ser oferecido.

No Brasil são poucas as Fundações Comunitárias: Icom (Grande Florianópolis) (10 funcionários, R$ 1 milhão mobilizado em 2019, relatório anual) , Instituto Rio e Instituo Baixada (Maranhense), todos eles com tamanho e estrutura consideráveis.

No caso ibero-americano, a origem dos recursos dessas fundações são:

No caso do Icom, a maior parte dos recursos vem de empresas (40%), recursos públicos (25%)e indivíduos (18%), de forma bem equilibrada. . Note que aprox. 33% dos recursos captados vão para overhead (custos de mantenimento da instituição ao invés dos projetos)

Patrocínio Fiscal / Incubação de Projetos / Ancoragem de Projetos

Patrocínio Fiscal (Fiscal sponsorship) é quando uma ONG serve como a anfitriã administrativa de projetos de terceiros para que estes não precisem arcar com a complicação e custo de se estabelecerem-se como ONGs independentes. Veja essas Perguntas e Respostas (em ingles) para saber mais.

Existem parceiros/investidores (fixos) para esta ação (antes, durante e depois)? Como funciona a seleção dos projetos? Quais os pontos fundamentais para motivar/garantir o sucesso dos incubados? Como a instituição ganha com isso? Como acontece depois da incubação? Qual o valor médio apoiado por projeto?

ICOM

Ver página 21 do relatório, sobre ancoragem de projetos. Representa aproximadamente 22% da mobilização total de recursos do período.

Defendemos que nem todas as iniciativas sociais, grupos e movimentos precisam se formalizar. A formalização não é um estágio de desenvolvimento da organização, e, portanto, organizações que optarem por não seguir essa estrutura e lógica de funcionamento, podem contar conosco para apoiar sua atuação, preservando seus valores e características próprias.

O ICOM, por meio do CAIS, proporciona a ações coletivas de interesse público não formalizadas (grupos e movimentos sociais) diversos serviços para contribuir, facilitar e fortalecer sua atuação. Dentre eles:

  • conta corrente exclusiva para movimentações financeiras;
  • possibilidade de mobilizar recursos utilizando o ICOM como organização âncora;
  • emissão de recibos a doadores (com possibilidade de dedução fiscal para empresas de lucro real);
  • auditoria externa independente para garantir transparência e legitimidade dos recursos recebidos e investidos;
  • endereço fiscal;
  • horas ilimitadas e acesso livre ao uso do espaço físico para trabalho e eventos;
  • consultoria

Fundação das Entidades Assistenciais de Campinas (FEAC)

OSC fundada em 1964 que executa investimentos em projetos sociais, com orçamento de R$ 23 milhões em 2018 utilizados sobretudo em aportes a projetos da sociedade civil organizada em Campinas, bem como assessoramento técnico.

Atua na ponta de doador e não de “patrocinador fiscal” para recebimento de doações de iniciativas informais.

Utiliza recursos próprios geridos na forma de endowment, sobretudo receitas de aluguel de imóveis da entidade (como o Shopping Center Iguatemi Campinas).

Fonte: site, relatório 2018,

Earth Island (20 funcionários)

Provê patrocínio fiscal, recursos, treinamento, assistência técnica e relacionamento entre pares para ativistas ambientais buscando uma “casa” e apoio institucional para seu trabalho.

Leva 3 a 4 meses para acolhimento de um projeto, da inscrição até a orientaçao. O Earth Island não faz patrocínio fiscal de curto prazo (projetos hóspedes). O foco são em candidatos que queiram ser parte da rede e trabalhar com eles no longo prazo.

New Venture Fund

Modelo:

  1. Projeto é enviado para o NVF
  2. Projeto é aprovado de acordo com capacidade, alinhamento e estar dentro da lei
  3. Recrutamento de um Conselho Consultivo para o projeto
  4. Recrutamento de prestadores de serviços e equipe adicional de apoio ao projeto
  5. Aprovação do plano (inclui contratação da equipe do projeto)
  6. Implementação (direta ou indireta por cessão dos recursos para o projeto) sob supervisão do conselho consultivo.
  7. Captação contínua de recursos;
  8. Provisão de serviços e apoios adicionais ao projeto.

National Network of Fiscal Sponsors

Taxa: normalmente entre 9% e 15%

Definições úteis:

Programas Independentes (Comprehensive Fiscal Sponsorship)

Em uma relação abrangente de Patrocínio Fiscal, o projeto patrocinado fiscalmente se torna um programa do patrocinador fiscal, sendo uma parte totalmente integrada ao patrocinador fiscal, que mantém toda a responsabilidade legal e fiduciária pelo projeto patrocinado, incluindo seus colaboradores e atividades. Esse modelo de patrocínio fiscal é particularmente valioso quando um projeto tem funcionários.

Projetos Hóspedes (Pre-Approved Grant Relationship Fiscal Sponsorship)

Em um Patrocínio Fiscal de Subvenção Pré-Aprovada, o projeto patrocinado fiscalmente não se torna um programa pertencente ao patrocinador, mas é uma entidade separada responsável pela gestão de seus próprios relatórios fiscais e responsabilidade civil. O patrocinador não detém a propriedade de qualquer parte dos resultados do trabalho do projeto. O patrocinador simplesmente garante que o projeto utilizará os recursos de subvenção recebidos para realizar os objetivos descritos na proposta de subvenção.

Fonte: https://nonprofitquarterly.org/fiscal-sponsorship-a-balanced-overview/

Organização de Centro Vazio e Descentralização

Escrever aqui conclusões gerais e recomendações

Associação Alcóolicos Anônimos

Estrutura federada: distritos, área, Escritorio ESL, setor, grupos (informais)

Escritório principal conta com dez funcionários contratados em regime celetista e cerca de 70 AAs voluntários. Outros 80 escritórios locais funcionam em todo território nacional, suportados pelo nível de organização regional de A.A., estruturado em distritos (conjuntos de grupos locais) e áreas (conjuntos de distritos); alguns destes escritórios contam com um funcionário contratado, outros operam com 100% de serviço voluntário.

A enxuta estrutura existe unicamente para atender às demandas dos grupos (informais) de A.A. no país — atualmente, pouco mais de 5.000 — e às demandas oriundas da sociedade, sob a forma de pedidos de ajuda, solicitações de cooperação permanente e pedidos de aquisição de literatura e revistas.

Pulsar

Organização em rede que atua de forma descentralizada e não hierárquica, com formação de equipes e prestações de serviço.

Possui um fundo que é alimentado por colaborações voluntárias dos participantes, de acordo com resultados obtidos. Da mesma forma, esse fundo é acessado pelos participantes livremente para ações de desenvolvimento organizacional.

CollabDesign — https://collabdesign.org/

CollabDesign é uma rede de pessoas conectadas com o propósito de disseminar tecnologias sociais de forma lúdica e acessível para o desenvolvimento pessoal e organizacional, fortalecimento de comunidades e regeneração planetária.

1 — O processo de onboarding é interessante: https://collabdesign.org/como-fazer-parte/ , iniciando-se por meio de convite por parte de um parceiro(a) do CollabDesign com um período de avaliação de 3 meses (período no qual a pessoa é parceiro em transição). Cada parceiro deve contribuir com 5% da receita de trabalhos que nasçam via CollabDesign. Cursos pagos devem contribuir com 10% de cada transação para custos de impostos e para o fundo coletivo do Collab.
2 — O funcionamento da rede do Collab Design sem acumulação de recursos e onde os recursos ficam com seus próprios membros (pessoas físicas) que se comprometem a disponibilizar para a rede em caso de necessidade. https://collabdesign.org/sobre-a-comunidade/

Profissionalização de Equipe

Escrever aqui conclusões gerais e recomendações

Organização xxxx

Escrever aqui aprendizados obtidos bem como links relevantes (vídeo de entrevista, site, etc)

Ludicidade e Gestão Humanizada

Escrever aqui conclusões gerais e recomendações

Vanilla Way

No sistema de onbording (acolhimento) do Vanilla Way, os novos membros precisam conversar com 4 pessoas que assumem a identidade de um personagem (o hermitão, a mãe, o urso e o fazedor de vinho) e aferem/testam características do candidato.

Referência da história nesse vídeo.

Organização xxxx

Escrever aqui aprendizados obtidos bem como links relevantes (vídeo de entrevista, site, etc)

Essa pesquisa foi desenvolvida por: Guata, Poli, Renato, Maurício e Claudio

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