A Buser e o contexto do transporte rodoviário no Brasil

Buser Brasil
Transporte Colaborativo
5 min readDec 18, 2020

Operando desde 2018, a Buser traz tecnologia e economia à vida das pessoas, e movimenta o setor do transporte rodoviário

Sobre a Buser

A Buser é uma empresa brasileira criadora e operadora de uma plataforma tecnológica para intermediação de viagens rodoviárias. Atualmente a plataforma opera rotas interestaduais e intermunicipais em diversos estados do Brasil. A Buser conecta pessoas previamente cadastradas em sua plataforma, reunidas em grupos pelo propósito comum de viajar, a empresas de transporte coletivo, também cadastradas, autorizadas e credenciadas junto às autoridades federais e estaduais competentes, disponíveis para oferecer o transporte.

Além da praticidade na compra através do uso do aplicativo, a Buser se propõe a reduzir os custos aos usuários e dar apoio à atividade econômica das empresas de transporte. Estes ganhos estão relacionados aos benefícios trazidos pela solução tecnológica e digital que reduz a ociosidade da frota e melhora a logística do transporte rodoviário, e também consegue trazer mais usuários às pequenas e médias empresas de transporte, incapazes de atingir tal público sem a plataforma. Em razão disso, as viagens da Buser chegam a ser até 60% mais baratas se comparadas com as das empresas tradicionais do setor rodoviário.

Até o fim de 2020, a Buser já contava com mais de 3 milhões de usuários cadastrados, tendo realizado aproximadamente 50 mil viagens. A figura a seguir apresenta as proporções mensais de passageiros em relação a novembro de 2020, mês em que a empresa havia obtido o maior número de passageiros transportados até então.

Proporção do volume mensal de passageiros da Buser em relação a novembro de 2020

Apesar do grande impacto sentido pelo setor de turismo e transporte durante a quarentena de isolamento ao COVID-19, nota-se que a operação da Buser segue em crescimento com recuperação forte a partir do mês de outubro. O mês de novembro apresentou um crescimento de 27% em relação a outubro e 35% em relação ao melhor mês pré-quarentena, fevereiro de 2020.

O gráfico apresenta também as variações para os estados de São Paulo e Minas Gerais no mesmo período. As viagens originadas nos municípios paulistas representam 47% do total, enquanto aos municípios mineiros essa parcela é de 24%. A relevância destes dois estados é justificada tanto pela alta demanda por transporte rodoviário quanto por se tratar dos estados onde encontram-se, atualmente, as principais rotas da empresa.

Mais de 170 empresas de fretamento operaram através da plataforma Buser até novembro de 2020, operando cerca de 750 ônibus distintos. Dessas empresas, 80 vêm se dedicando exclusivamente ao modelo do fretamento colaborativo, intermediado pela referida plataforma, onde 61% são de pequeno porte com até 10 veículos, 31% são de médio porte com frota variando entre 11 e 50 ônibus, e 8% empresas de grande porte com mais de 50 veículos.

O contexto do transporte rodoviário de passageiros no Brasil

Observando os dados do setor rodoviário interestadual no Brasil entre 2013 e 2019, é possível notar uma redução no total anual de passageiros transportados. Nesse período os serviços regulares observaram redução de aproximadamente 30% enquanto o fretamento variou positivamente em 4%. Comparativamente, no mesmo período o setor aéreo observou um aumento de cerca de 6%.

Segundo dados da ANTT, cerca de 6 mil empresas foram responsáveis pelos serviços de fretamento interestadual em 2019, operando ao todo 25 mil ônibus. Destas, 88% são empresas de pequeno porte, 11% são de médio porte e 1% são empresas de grande porte.

Um estudo da ANTP calcula que para cada 15 mil veículos por fretamento operando, cerca de 30 mil empregos diretos e 60 mil empregos indiretos são gerados. Logo, estima-se que o apenas fretamento interestadual tenha gerado em 2018 mais de 50 mil empregos diretos e 100 mil empregos indiretos no Brasil.

Vale lembrar que o fretamento intermunicipal, interno a cada unidade da federação, tem potencial ainda maior de movimentação de passageiros e, consequentemente, geração de empregos. Não há, porém, dados disponíveis para todos os estados brasileiros.

Analisando o exemplo de São Paulo, cujos dados foram obtidos por Lei de Acesso à Informação, o volume de passageiros transportados dentro do estado pelo fretamento intermunicipal é maior do que o volume de passageiros por fretamento interestadual apresentado pela ANTT.

Por outro lado, os serviços regulares têm apresentado deficiência em cumprir seu papel de atendimento. Segundo dados da ANTT, nos últimos anos somente 4% dos processos para autorização de operação de linhas regulares foram deferidos, demonstrando certa inércia do órgão regulador. Os deferimentos dizem respeito a trinta empresas distintas e apenas 33% delas são novas entrantes.

Aproximadamente 66% dos pares de origem e destino interestaduais do transporte rodoviário regular são operados por apenas uma empresa. Outros 26% são operados por duas empresas e apenas 8% são operados por mais de duas empresas. E mesmo em casos de rotas com mais de duas empresas autorizadas, frequentemente elas fazem parte de um mesmo grupo econômico.

Nota-se, portanto, que o setor de transporte rodoviário é altamente concentrado. A entrada do fretamento colaborativo, sendo a Buser o principal ator, está dando condições de trabalho às pequenas e médias empresas de transporte.

A figura a seguir apresenta uma análise feita com os dados de passageiros por município destino do serviço regular interestadual e intermunicipal em 2018. Os dados foram obtidos pela ANTT e através da Lei de Acesso à Informação pela ARTESP e pelo SEINFRA-MG.

Atendimento diário médio do transporte rodoviário regular

Existe uma parcela relevante de municípios em São Paulo e Minas Gerais que não contam com atendimento regular. Além destes, mais de 100 municípios paulistas e 250 mineiros contam com uma demanda de até 46 pessoas por dia em média, quantidade equivalente a um ônibus executivo totalmente ocupado.

Os serviços de fretamento — aliados à tecnologia para identificar as necessidades específicas dos usuários e a demanda reprimida pela falta de atendimento dos serviços regulares — poderiam melhorar o atendimento em todos os municípios, estimular a atração de novos usuários e otimizar a logística de transporte de passageiros como um todo.

Um exemplo do que pode ocorrer no Brasil com a popularização de aplicativos e tecnologia no setor de fretamento ocorreu nos Estados Unidos. O setor registrava quedas frequentes no número de passageiros por décadas até que, com a introdução de tecnologia na venda de passagem e melhorias na logística da operação, houve uma inversão nessa tendência. Segundo estimativa da DePaul University, houve um crescimento de 35% no número de passageiros do setor de fretamento em dez anos.

Trata-se, portanto, de uma mudança positiva para todo o setor rodoviário. A queda na utilização de ônibus para viagens intermunicipais e interestaduais observada nos últimos anos pode ser revertida com auxílio da tecnologia, reconquistando antigos usuários através dos preços mais baixos e da praticidade, e atraindo novos passageiros para o setor.

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A Buser é uma plataforma que faz intermediação de viagens de ônibus, conectando pessoas interessadas em viajar e empresas de fretamento.