Pesquisa de caracterização dos motoristas de fretamento colaborativo rodoviário

Buser Brasil
Transporte Colaborativo
4 min readJan 24, 2021

Predominantemente com renda familiar de até três salários mínimos, motoristas melhoraram suas condições após a chegada da Buser e se declaram satisfeitos em operar viagens pela plataforma.

O fretamento rodoviário movimenta a economia brasileira e cria muitos postos de trabalho em todo o país. Conforme apresentado pelo Fretamento Colaborativo com os dados da ANTT, cerca de 6 mil empresas de fretamento foram responsáveis por cerca de 150 mil empregos diretos e indiretos em 2018, e isso contando apenas com as operações de viagens interestaduais. Se considerarmos as operações intermunicipais de cada unidade da federação - onde muita informação sequer está disponível - o impacto no emprego é provavelmente muito maior.

A Buser, por sua vez, intermediou viagens com mais de 750 ônibus distintos de cerca de 170 empresas de fretamento até o final de 2020. Isso está relacionado à criação de aproximadamente 5 mil empregos em diversas unidades da federação.

Mas quem são os motoristas impactados pela operação da Buser?
Como a plataforma impacta na vida dessas pessoas?

Para responder a estas perguntas a Buser realizou uma pesquisa - entre 9 a 19 de novembro de 2020 - com os motoristas das empresas que operam viagens pela plataforma. Ao todo foram 393 respostas registradas. A amostra é relevante se levarmos em consideração que até aquele período havia cerca de 400 motoristas operando exclusivamente viagens da Buser e 1400 motoristas cadastrados. A realização da pesquisa ocorreu por envios de mensagens diretas aos motoristas, que receberam um link de acesso à pesquisa feita pela plataforma google forms.

Ônibus de empresa parceira operando viagem da plataforma Buser

Características socioeconômicas

Ao acessar o questionário, a primeira pergunta aos motoristas das empresas de fretamento operadoras da plataforma Buser foi “qual a renda mensal da sua família?”. A imensa maioria - 85% dos motoristas - têm renda familiar de até 3 salários mínimos. Destes, mais da metade compõem a faixa de 1 a 2 salários mínimos.

Proporções de renda média familiar

Outras duas perguntas complementares foram feitas a fim de entender melhor o perfil socioeconômico dos motoristas. A primeira foi “Quantas pessoas fazem parte da sua família?”. Em 77% dos casos, a família dos motoristas é composta por três a cinco pessoas e, destes, mais da metade têm quatro ou cinco membros na família.

A segunda pergunta foi “Quantas pessoas são a fonte de renda da família?”. Para 43% dos casos, o motorista é a única fonte de renda da família. A figura a seguir apresenta a proporção de faixas de renda familiar nos casos em que o motorista é a única fonte de renda da família. Em 93% dos casos, a única renda da família é a do motorista entrevistado com valor mensal de até três salários mínimos.

Proporções de renda média familiar — motorista como única fonte de renda

Estas informações indicam que os empregos gerados pelo fretamento colaborativo através da plataforma Buser impactam positivamente muitas famílias de baixa renda.

Aumento de renda

Foram feitas perguntas a respeito do emprego antes do início das operações da Buser e como a plataforma impactou a vida dos motoristas. Cerca de 37% das pessoas já trabalhavam como motoristas antes da chegada da Buser, porém não estavam formalmente empregados, e apenas 1% não trabalhavam como motoristas. A Buser, neste caso, trouxe a formalização do trabalho para uma parcela importante dos motoristas.

Outra informação relevante é sobre a variação de renda com o início das operações da Buser. Em 87% dos casos, com a chegada da Buser a renda se manteve ou aumentou e, destes, mais da metade dos motoristas - 52% - observaram aumento de renda.

Satisfação

A pesquisa também perguntou aos motoristas “você está satisfeito em trabalhar com a Buser?”. A pergunta não era obrigatória. Ao todo, 86% disseram estar satisfeitos com a Buser e 11% não responderam. Entre os motoristas que responderam, o índice de satisfação é de 97%.

Fiscalização agressiva

Recentemente, notou-se uma excessiva quantidade de apreensões de ônibus operando pela plataforma, tanto em autarquias estaduais quanto federal. Fundamentadas em supostas irregularidades nas viagens multitrecho, as apreensões ilegais motivaram a última pergunta, sobre a abordagem da fiscalização durante as viagens. Pouco menos da metade dos motoristas já foram abordados durante as viagens e destes, 37% sofreram abordagens agressivas, desrespeitosas ou com ameaças. A figura a seguir apresenta os resultados.

Abordagens dos fiscais aos motoristas

Esta pesquisa nos ajuda a entender melhor o impacto dos empregos gerados pelo fretamento colaborativo rodoviário na vida das pessoas. Dos milhares de empregos, grande parte são pessoas responsáveis pelo sustento de famílias com três ou mais integrantes e com renda familiar de até três salários mínimos. Trata-se de um impacto social ainda mais relevante se comparado apenas com o número bruto de empregos gerados.

Estas pessoas estão satisfeitas em trabalhar operando viagens da plataforma e, grande parte, viram sua renda aumentar após a chegada da Buser. A aparente “perseguição” dos fiscais às viagens operadas pela Buser não se justifica e - diante dos impactos positivos apresentados pela pesquisa - mudanças regulatórias tornam-se necessárias para acomodar essa nova demanda de viagens por transporte colaborativo que vem surgindo com muita força no país.

Download: banco de dados

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A Buser é uma plataforma que faz intermediação de viagens de ônibus, conectando pessoas interessadas em viajar e empresas de fretamento.