Pesquisa Quæst sobre transporte rodoviário de passageiros

Buser Brasil
Transporte Colaborativo
16 min readJul 14, 2022

Levantamento com mais de 2 mil pessoas aponta que para 89% dos brasileiros as leis deveriam incentivar a concorrência e para 82%, novas empresas ajudam a baixar os preços.

Entre 26 de abril e 5 de maio de 2022, foi realizada pela consultoria Quæst uma pesquisa face a face com público-alvo de todos os segmentos sociodemográficos e com faixa de idade entre 18 e 75 anos. O levantamento entrevistou 2.060 pessoas, com intervalo de confiança de 95% e margem de erro de ±2,2%.

Transporte rodoviário de passageiros | Fonte: Buser

FREQUÊNCIA DE VIAGENS

A pesquisa buscou identificar os hábitos de viagem dos brasileiros, questionando se as pessoas viajaram ao menos uma vez para outra cidade nos últimos seis meses. Ao todo, 49% dos brasileiros viajou no último semestre e desses, 42% viajou apenas uma vez, 22% viajou duas vezes e 36% viajou três ou mais vezes nos últimos seis meses.

As regiões Sul e Centro-Oeste são as que têm maior proporção de pessoas que viajaram nos últimos seis meses, 58% e 57%, respectivamente. Metade dos moradores do Sudeste viajaram no último semestre. Nas regiões Norte e Nordeste apenas 45% e 43% das pessoas viajaram no último semestre.

Ao se analisar a mesma questão pela cor da pele, entre os brancos, 56% viajaram ao menos uma vez no último semestre, enquanto entre pretos e pardos essa porcentagem é de apenas 46%. Não há variação significativa na análise por gênero pois a diferença é de 2% a mais para o gênero masculino, dentro da margem de erro.

Ainda, como apresentado na CNN, a renda é o principal fator para a frequência com que os brasileiros viajaram nos últimos 6 meses: quanto maior a renda, maior o volume de viagens. Enquanto 17% dos viajantes com renda até dois salários mínimos fizeram ao menos 6 viagens no último semestre, esse número sobe para 32% entre aqueles com renda de mais de cinco salários mínimos.

MOTIVO DAS VIAGENS

O principal motivo destas viagens foi turismo (passeio) com cerca de 38% das viagens, seguido por visita a familiares com cerca de 32%, e por motivo de trabalho representando 22% das viagens.

Na região Sudeste os motivos têm proporção parecida com a média nacional, com 41% de viagens a passeio, 33% família e 23% motivo de trabalho. As regiões Sul e Centro-Oeste têm visita à família como principal motivo, com 40% e 43%, respectivamente. Turismo é o segundo motivo, com 35% e 40%, seguido pelo motivo trabalho com 18% e 14%, respectivamente. No Norte e Nordeste o turismo representa 43% e 37% dos motivos, o motivo família representa 38% e 35% das viagens, e trabalho com 17% e 19%, respectivamente. A figura a seguir apresenta esses resultados.

Motivos das viagens por região do país | Fonte: Quæst

Analisando os motivos pela cor da pele, entre os brancos 39%, 37% e 20% das viagens foram por motivo turismo, família e trabalho, respectivamente. Entre os pardos essa proporção é a mesma dentro da margem de erro, de 38%, 37% e 18%, respectivamente. A principal mudança ocorre entre as pessoas de cor preta, onde 43% viajam por motivo de turismo, 33% pelo motivo família e 19% pelo motivo trabalho.

Entre os viajantes do gênero feminino, 45% viajaram por motivo família, 39% por motivo de turismo e apenas 10% a trabalho. Para o gênero masculino essas proporções são de 29%, 39% e 27%, respectivamente. O gráfico a seguir apresenta essas informações.

Motivos das viagens por gênero | Fonte: Quæst

Entre as pessoas com faixa de renda acima de cinco salários mínimos a proporção de viagens de turismo é de 42%, a de visita à família é 28% e trabalho 27%. É a faixa de renda onde o trabalho tem maior proporção. As pessoas com renda de até dois salários mínimos viajam basicamente pelos motivos turismo e família, com 40% cada. Trabalho representa apenas 12% dos motivos.

MODO DE TRANSPORTE DAS VIAGENS

A pesquisa aponta, conforme publicado na UOL, que 61% de quem viajou fez ao menos um dos deslocamentos utilizando o ônibus rodoviário como meio de transporte, seguido pelo carro de passeio que foi utilizado por 41% dos viajantes, o modo avião foi utilizado por 10% e o fretamento colaborativo por pouco mais de 5% dos viajantes.

As regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste se destacam com 70%, 67% e 70% das pessoas, respectivamente, viajando de ônibus regular no último semestre. O Sudeste conta com 58% e o Sul 52%. O fretamento colaborativo é mais lembrado no Sudeste, com 7% das pessoas, enquanto as demais regiões têm menos de 5%. Entre as pessoas que viajaram de automóvel nos últimos seis meses, o Sul tem o maior índice (58%), seguido pelo Centro-Oeste e pelo Sudeste, com 43% e 42%, respectivamente. Os estados do Norte e Nordeste contam com 25% e 31% das pessoas viajando de automóvel nos últimos seis meses.

Entre as pessoas da cor branca, 55% viajou ao menos uma vez de ônibus regular, 50% de automóvel, 13% de avião e 5% de fretamento colaborativo. Entre os pretos e pardos, 65% viajaram de ônibus regular em seus deslocamentos recentes, 36% de automóvel, 8% de avião e 6% de fretamento colaborativo. Nota-se que para pretos e pardos o ônibus, seja regular ou por fretamento, tem maior representatividade, enquanto para as viagens de automóvel e avião a maior proporção acontece entre as pessoas brancas. A figura a seguir apresenta as diferenças na proporção das viagens por modo de transporte por cor da pele.

Modos de transporte mais usados nas viagens recentes por cor da pele | Fonte: Quæst

Entre o gênero feminino, 64% viajaram ao menos uma vez de ônibus regular, 38% de automóvel, 9% de avião e 6% de fretamento colaborativo. Entre o gênero masculino, por sua vez, 58% viajaram de ônibus regular, 45% de carro de passeio, 10% de avião e 5% de fretamento colaborativo.

Entre as pessoas com renda acima de cinco salários mínimos, 56% viajaram ao menos uma vez de automóvel, 48% de ônibus regular, 21% de avião e 4% de fretamento colaborativo. Entre as pessoas com renda de até dois salários mínimos, 72% viajaram de ônibus regular em seus deslocamentos recentes, 29% de automóvel, 6% de avião e 4% de fretamento colaborativo. Os valores para renda de dois a cinco salários mínimos são intermediários nos modos ônibus regular (58%), automóvel (46%) e avião (8%), porém se destacam em relação às outras faixas no fretamento colaborativo, com pouco mais de 7%. A figura a seguir apresenta as diferenças na proporção das viagens por modo de transporte por faixa de renda.

Modos de transporte mais usados nas viagens recentes por faixa de renda | Fonte: Quæst

FATORES PARA ESCOLHA DO ÔNIBUS

Ao serem questionados sobre qual fator mais importante na escolha de uma empresa de ônibus, 31% das pessoas disseram ser a segurança, 22% o preço e 17% entendem que é o conforto. Os 30% restantes se dividem em nome da empresa, horários da viagem, praticidade para reservar online, local de embarque, trajetos e paradas.

A segurança só não é o fator mais importante no Sul, onde o preço foi lembrado por 25% das pessoas, a segurança por 23% e o conforto por 11%. No Sudeste, 31% das pessoas consideram a segurança como mais importante, seguido de 24% o preço e 17% o conforto, seguindo um pouco os padrões nacionais. Nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte a segurança é o fator mais importante para 37%, 36% e 29%, respectivamente. O preço vem em seguida lembrado por 22% no Nordeste, 14% no Centro-Oeste e 19% no Norte, enquanto conforto tem 19%, 19% e 20%, respectivamente.

Entre os brancos, 27% disseram ser a segurança o fator mais importante, 25% o preço e 17% entendem que é o conforto. Entre os pardos, 36% disseram ser a segurança, 16% disseram ser o preço e 18% o conforto. Entre os autodeclarados da cor preta, segurança e preço são os fatores mais importantes com 30% cada, e conforto vem na sequência com 14%.

Para as mulheres, a segurança é o fator mais importante em 34% dos casos, o preço em 22% e o conforto em 16%. Já entre os homens, 29% disseram ser a segurança o item mais importante, seguido de preço com 23% e de conforto com 18%. Nota-se que entre as mulheres a segurança é mais valorizada como um item de escolha.

Entre as pessoas que recebem até dois salários mínimos, os principais fatores são segurança (31%), preço (22%), conforto (17%) e o nome da empresa (10%). Na faixa de dois a cinco salários mínimos as características são muito parecidas, com os fatores segurança, preço, conforto e nome da empresa representando 32%, 21%, 17% e 10%, respectivamente. Os quatro principais fatores de escolha de pessoas com renda de mais de cinco salários mínimos são: segurança (31%), preço (26%), conforto (17%) e, diferente das demais faixas de renda, a possibilidade de reservar online vem em quarto, com 10%.

AVALIAÇÃO DAS RODOVIÁRIAS

A pesquisa também quis saber sobre a avaliação do brasileiro em relação às rodoviárias. Ao todo 46% das pessoas avaliam positivamente as rodoviárias do Brasil, 35% avaliam como regular e 19% avaliam negativamente.

As regiões Sul e Sudeste são as que têm melhores avaliações das rodoviárias, com 57% e 54% de positivo, e 35% e 31% de avaliação regular, respectivamente. As rodoviárias das regiões Nordeste e Centro-Oeste têm 38% e 35% de avaliação positiva, respectivamente, e 39% de avaliação regular para ambas regiões. Por fim, a região Norte tem apenas 28% de avaliação positiva de suas rodoviárias e 41% de avaliação regular.

As pessoas de cor branca avaliam as rodoviárias mais positivamente, com 52% ante 42% das pessoas pardas e 45% das pessoas pretas. A avaliação regular é de 38% entre os que se declaram pretos, 37% entre os pardos e 32% entre os brancos.

Não há diferenças significativas de avaliação das rodoviárias por gênero.

As pessoas com renda de até dois salários mínimos são as que melhor avaliam as rodoviárias municipais. Enquanto 47% avaliam positivamente, 36% avaliam de forma regular e apenas 17% avaliam negativamente. De dois a cinco salários mínimos as avaliações positivas, regulares e negativas foram de 44%, 37% e 19%, respectivamente. As pessoas com mais de cinco salários mínimos são as que mais avaliam negativamente, com 22% dos casos. Além disso, 48% avaliam as rodoviárias positivamente e 30% avaliam regular.

AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ÔNIBUS

Cerca de 67% dos brasileiros avaliam os ônibus tradicionais positivamente, 26% avaliam regularmente e 7% negativamente. O fretamento colaborativo tem avaliação positiva de 84%, regular de 14% e 2% de negativa.

As regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste têm as menores avaliações positivas dos ônibus tradicionais, com 62%, 62% e 64%, respectivamente. A região Sul é a com maior avaliação positiva dos ônibus regulares, com 80%. O Sudeste, região onde se concentra a maior parte da operação da Buser, tem avaliação positiva dos ônibus tradicionais de 71%, enquanto a avaliação do fretamento colaborativo teve 83% de avaliação positiva. Nota-se que, apesar da avaliação positiva do serviço regular, o fretamento colaborativo tem avaliação positiva 17% maior.

Na avaliação positiva dos ônibus regulares e do fretamento colaborativo por raça ocorre um fenômeno interessante. Apesar da avaliação do fretamento colaborativo ser melhor em todos os casos, a melhor avaliação positiva dos regulares é feita pelas pessoas brancas (69%) assim como a pior avaliação positiva do fretamento colaborativo (82%), com uma diferença de 13%. Para as pessoas pardas e pretas, a avaliação positiva dos ônibus tradicionais é de 70% e 62%, respectivamente, enquanto a avaliação positiva do fretamento colaborativo aumenta para 87% entre os pardos e 92% entre os pretos, com diferenças de 17% e 30%, respectivamente. A figura a seguir apresenta a avaliação dos serviços em relação à cor da pele.

Avaliação dos serviços por cor da pele | Fonte: Quæst

As mulheres avaliam mais positivamente os serviços de transporte coletivo de passageiros do que os homens. Enquanto para o gênero feminino 70% avaliam os ônibus regulares e 89% avaliam o fretamento colaborativo positivamente, para o gênero masculino estas avaliações positivas são para 65% e 83%, respectivamente.

Por fim, entre as faixas de renda, a avaliação positiva de serviços como a Buser é consideravelmente maior para a faixa de até dois salários mínimos, com 64% para os regulares e 88% para o fretamento colaborativo, e para a faixa de dois a cinco salários mínimos, com 69% para os ônibus tradicionais e 90% para o serviço como o da Buser. A faixa de mais de cinco salários mínimos tem avaliação positiva igual, dentro da margem de erro, de 73%. A figura a seguir apresenta os resultados.

Avaliação dos serviços por faixa de renda | Fonte: Quæst

CONFIANÇA NOS SERVIÇOS DE ÔNIBUS

Cerca de 60% das pessoas confiam muito no transporte por ônibus no Brasil e 26% confiam mais ou menos. Apenas 10% não confiam e 4% não responderam. Além da pergunta qualitativa, também foi pedido uma nota de 0 a 10 para o transporte por ônibus. A média nacional das notas de confiança no transporte por ônibus foi 6,7.

Por região, o sul se destaca pela avaliação positiva, onde 73% confiam muito e 20% confiam mais ou menos. A nota média dos sulistas foi 7,6. Para as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte, 61%, 63% e 59% confiam muito no transporte por ônibus, respectivamente, e 25%, 27% e 28% confiam mais ou menos. As notas médias dessas regiões foram 6,8, 6,8 e 6,5, respectivamente. Por fim, a região Nordeste tem a pior avaliação, com 52% das pessoas confiando muito e 30% confiando mais ou menos. A avaliação média foi 6,3.

Cerca de 64% das pessoas brancas confiam muito no transporte por ônibus e 24% confiam razoavelmente. A nota média das pessoas autodeclaradas brancas é 7,0. Entre pretos e pardos, a avaliação piora um pouco. Cerca de 60% e 55% dos pardos e pretos, respectivamente, confiam muito nos ônibus, enquanto 26% e 29% confiam mais ou menos. As notas médias são 6,7 para os pardos e 6,3 para as pessoas autodeclaradas pretas.

Não há diferença de gênero nas avaliações. Pequenas diferenças percentuais estão dentro da margem de erro.

Entre as diferentes faixas de renda também há pequenas variações pouco representativas. As notas médias são 6,6 para faixa de até dois salários mínimos, 6,8 para faixa de dois a cinco salários mínimos e 6,9 para faixa de mais de cinco salários mínimos. A diferença ocorre entre os que confiam muito, 58% para faixa de até dois salários, 61% para faixa de dois a cinco salários e 65% para faixa de mais de cinco salários. Entre os que confiam mais ou menos as porcentagens são 26%, 28% e 23%, respectivamente.

AVALIAÇÃO DE IMPORTÂNCIA DOS PRINCIPAIS ITENS DISPONÍVEIS

Os itens manutenção de banheiro, pontualidade e itens de segurança — como as câmeras de fadiga presentes nos parceiros Buser — são considerados muito importantes para 96%, 93% e 91%, respectivamente. Rodoviária estruturada, preço da passagem e ar-condicionado são itens muito importantes para 87%, 85% e 85% das pessoas, enquanto motorista uniformizado, parada para lanche, água potável no ônibus e USB para recarga de celular são itens muito importantes para 84%, 81%, 80% e 74% das pessoas. Os itens menos importantes na avaliação geral são wi-fi, assentos que reclinam totalmente — cama — e cortina entre passageiros, considerados muito importantes para 72%, 70% e 58%, respectivamente.

A região Centro-Oeste é a que mais considera muito importante o preço (90%), seguida por Nordeste, Sudeste, Norte e Sul, quando 86%, 85%, 85% e 82%, respectivamente, avaliaram muito importante. Não há diferenças significativas relativas à cor da pele e ao gênero. Entre as faixas de renda há um resultado pouco esperado. Entre as pessoas com até dois salários mínimos, 83% consideram o preço muito importante, enquanto 86% das pessoas com renda de dois a cinco e 89% das com renda de cinco salários mínimos.

A região Nordeste é a que mais considera muito importante a disponibilidade de wi-fi (76%), seguida por Centro-Oeste, Sudeste, Norte e Sul, quando 74%, 71%, 68% e 68%, respectivamente, avaliaram muito importante. Entre as pessoas pretas, 76% consideram muito importante o wi-fi, entre as pardas essa proporção é 72% e entre as brancas é 69%. Não há diferenças de gênero e faixas de renda.

A cortina entre os assentos é um item presente em muitos veículos dos parceiros da Buser. A região Centro-Oeste é a que mais considera muito importante a cortina entre os passageiros (65%), seguida por Nordeste, Sudeste e Norte, todas com 59% e pelo Sul, com 48% das pessoas. Cerca de 64% das pessoas pretas consideram a cortina como muito importante. Essa proporção cai para 60% entre os pardos e 53% entre os brancos. As mulheres consideram a cortina entre assentos mais importante do que os homens, com as proporções de 60% e 56%, respectivamente. As pessoas de menor renda — até dois salários mínimos — são as que mais avaliam positivamente a cortina (61%), seguidas por pessoas de faixa de renda de dois a cinco salários (57%) e mais de cinco (52%).

A Buser, junto com as empresas parceiras, têm avançado na instalação de itens de segurança como câmera de fadiga e telemetria para garantir maior segurança aos usuários da plataforma. Ao se perguntar sobre a importância desses itens de segurança, 97% das pessoas do Centro-Oeste, 92% do Nordeste, 91% do Norte e 90% do Sudeste e Sul consideram muito importante. As diferenças são menores entre as diferentes cores de pele. Enquanto 92% dos brancos consideram os itens de segurança muito importantes, 91% das pessoas pardas e 88% das pessoas pretas consideram muito importante. Não há diferença significativa de gênero e faixas de renda.

Os assentos cama são itens importantes para viagens de longa distância, e um diferencial da Buser em relação ao transporte tradicional. A região Centro-Oeste é a que mais considera muito importante este item (79%), seguida por Norte, Nordeste, Sudeste e Sul, com 76%, 71%, 68% e 66%, respectivamente. Não há diferenças significativas em relação à cor da pele. As mulheres consideram os assentos cama mais importantes do que os homens, com as proporções de 72% e 67%, respectivamente. Não há diferenças significativas entre as faixas de renda.

CONCORRÊNCIA E CIRCUITO FECHADO

Cerca de 89% da população entende que as leis deveriam promover maior inovação e concorrência no transporte rodoviário de passageiros. Ainda sobre o tema, 59% da população é contra o circuito fechado, regra que engessa o fretamento proibindo que as viagens de ida e volta sejam feitas com passageiros distintos.

Há pouca diferença entre as regiões do país. As regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste têm maior porcentagem da população à favor das leis que promovem concorrência e inovação, com 90%, 90% e 88%, respectivamente, enquanto para nortistas e sulistas a proporção é de 84%. Sobre circuito fechado, apenas a região Norte quer a revisão da lei em proporção abaixo da média (56%). Nas demais regiões, aproximadamente 59% da população é a favor de rever a norma do circuito fechado. A diferença, porém, está dentro da margem de erro.

Entre os pardos e pretos, 90% e 87% entendem que as leis deveriam promover maior inovação e concorrência, enquanto entre os brancos essa porcentagem é de 85%. O circuito fechado deveria ser aberto para 61% dos pretos, 59% dos brancos e 58% dos partos, o que significa que a proporção é igual dentro da margem de erro.

Não há diferença de gênero para estas questões.

Entre as faixas de renda, não há variação quanto às leis promovendo inovação e concorrência. Quanto ao circuito fechado, 67% das pessoas com renda acima de cinco salários mínimos afirmam que deveria ser aberto. Entre as pessoas com renda de dois a cinco salários mínimos, essa proporção é de 59% e entre as pessoas com renda até dois salários mínimos, 54%.

CONCORRÊNCIA E PREÇO AO CONSUMIDOR

Cerca de 55% das pessoas acreditam que se houvesse mais empresas de ônibus competindo os preços baixariam, 35% acreditam que os preços iriam se manter e 10% que os preços aumentariam. Ainda, 82% acham muito importante e 11% mais ou menos importante o aparecimento de novas empresas para diminuir o preço. Os outros 5% acham pouco ou nada importante, e 2% não sabem ou não responderam.

As pessoas do Centro-Oeste, Sul e Sudeste são as que mais acreditam que com mais empresas competindo os preços baixam, com proporções de 64%, 58% e 55%, respectivamente. Norte e Nordeste são as regiões que menos acreditam nessa relação entre competitividade e preço, por 48% e 53% da população, respectivamente. Há pouca variação regional entre os que acham muito importante o aparecimento de novas empresas para redução de preço, onde apenas 78% dos moradores da região Norte concordam com essa afirmação, enquanto 86% concordam no Centro-Oeste e Nordeste, e 82% no Sudeste e Sul.

As pessoas pretas são as que menos acreditam que mais empresas ajudariam a baixar o preço (50%), enquanto para pardos essa proporção é de 56% e para os brancos é de 57%. A avaliação da importância do surgimento de novas empresas pode ser considerada igual para todos dentro da margem de erro.

Os homens tendem a acreditar mais na redução do preço com a entrada de novas empresas (57%), enquanto 53% das mulheres concordam com essa afirmação. A avaliação da importância do surgimento de novas empresas pode ser considerada igual para homens e mulheres, dentro da margem de erro.

Quanto maior a renda, mais acredita-se que o aumento da quantidade de empresas competindo baixam os preços. Entre os que ganham até dois salários mínimos, apenas 52%, de dois a cinco salários 56% e acima de cinco, 62%. A variação no critério de importância é menor, e se somarmos os que consideram muito importante com os que consideram mais ou menos importante, todas as faixas de renda têm a mesma proporção, de aproximadamente 95%.

CONCLUSÕES

Essa pesquisa, realizada pela Quæst, é de extrema importância para entender melhor o perfil dos viajantes do Brasil, e suas preferências. Trata-se da pesquisa mais recente realizada face a face por uma instituto confiável no país, e retrata bem o panorama do setor após dois anos de pandemia com redução de exposição e deslocamentos.

É importante notar a importância que o transporte coletivo de passageiros tem no país, dando possibilidade de deslocamento para milhares de pessoas. O fretamento colaborativo, ainda conhecido por apenas uma pequena parcela da população, já vem caindo no gosto de quem o experimenta, com uma avaliação positiva 17% maior do que o transporte tradicional por ônibus.

Fica claro que o brasileiro quer ter mais opções de transporte e sabe que isso o ajuda na diminuição do preço das passagens num momento tão duro de aumentos sucessivos no preço dos combustíveis. A maioria entende que é necessária a abertura do circuito, liberando completamente a operação do fretamento colaborativo, aumentando as opções de transporte e a competitividade e, consequentemente, reduzindo o preço para viajar pelo país.

Mais pesquisas como essa devem ser feitas periodicamente. Dessa maneira será possível acompanhar a evolução do uso e da avaliação do transporte rodoviário de passageiros no país.

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Buser Brasil
Transporte Colaborativo

A Buser é uma plataforma que faz intermediação de viagens de ônibus, conectando pessoas interessadas em viajar e empresas de fretamento.