Quem são os motoristas de fretamento colaborativo rodoviário?

Buser Brasil
Transporte Colaborativo
5 min readMar 22, 2022

Em pesquisa realizada com 1.154 motoristas das empresas parceiras da Buser, nota-se que há satisfação e segurança em operar pela plataforma.

O fretamento rodoviário movimenta a economia brasileira e cria muitos postos de trabalho em todo o país. Conforme dados da ANTT, cerca de 6 mil empresas de fretamento através de aproximadamente 25 mil ônibus são responsáveis por 150 mil empregos diretos e indiretos somente no âmbito interestadual. Se considerarmos as operações intermunicipais de cada unidade da federação — onde muita informação sequer está disponível — o impacto no emprego é provavelmente muito maior.

A Buser, por sua vez, já intermediou aproximadamente 300 mil viagens operadas por cerca de 740 empresas de fretamento até março de 2022. Mas quem são os motoristas impactados pela operação da plataforma? Como a Buser impacta na vida dessas pessoas após 4 anos de existência?

Para responder a estas perguntas, entre 9 a 17 de março de 2022 a Buser realizou uma pesquisa com os motoristas das empresas que operam viagens pela plataforma. Ao todo foram 1.154 respostas. A amostra é relevante se levarmos em consideração que a base de motoristas das empresas parceiras que já realizaram viagens intermediadas pela plataforma é de aproximadamente 3.700 pessoas.

Com nível de confiança adotado na pesquisa de 95% (zc = 1,96) foi calculado o erro amostral. Considerando uma população finita de motoristas parceiros cadastrados (NPtotal = 7.300), a amostra da pesquisa (Ntotal = 1.154), e adotando valores de p e q relacionados a questionários de pesquisa mais complexos, com diversas perguntas distintas entre si, o erro amostral calculado foi de ± 2,7%.

Figura 1 — Motorista de empresa parceira da Buser | Fonte: Estadão

Características socioeconômicas

Devido às características da operação da Buser, 84% dos motoristas residem na região sudeste, sendo 35% em São Paulo, 30% em Minas Gerais e 15% no Rio de Janeiro. Os dados têm forte relação com as porcentagens das sedes das empresas parceiras da Buser por unidade da federação.

Ao analisar a escolaridade dos motoristas, nota-se que a maioria — cerca de 61% — completou o ensino médio, 31% tem o ensino fundamental e 8% o curso superior completo.

Cerca de 68% dos motoristas são casados, 15% divorciados ou viúvos, os 17% restantes são solteiros. Metade dos motoristas compõem famílias de 4 ou mais pessoas, 40% são famílias menores de 2 ou 3 pessoas, e apenas 10% vivem sozinhos. Cerca de 55% possuem 1 ou 2 filhos, 37% têm 3 ou mais filhos e apenas 8% não têm filhos. Em resumo, o perfil mais comum entre os motoristas é uma pessoa casada, com filhos cuja família é composta por quatro ou mais pessoas.

Ao todo, 36% dos motoristas são a única fonte de renda das suas famílias, 46% são fonte de renda com mais um membro familiar, e os demais — 18% — com dois ou mais membros da família. Cerca de 65% dos motoristas têm renda familiar maior ou igual a dois salários mínimos. O gráfico a seguir apresenta os grupos de rendas familiares dos motoristas das empresas parceiras da Buser.

Figura 2 — Renda familiar dos motorista | Fonte: Buser

Emprego

Mesmo com a grande expansão operacional da Buser nos últimos tempos, os motoristas em geral têm muita experiência na função. Cerca de 38% trabalham com transporte rodoviário de passageiros a mais de 20 anos, 29% de onze a vinte anos e 23% têm experiência de até 10 anos.

A maioria dos motoristas — cerca de 72% — trabalham nas empresas parceiras intermediando viagens Buser nos últimos 12 meses, 16% entre um e dois anos e 12% a mais de três anos.

Ao serem questionados sobre a mudança que as viagens organizadas pela plataforma trouxeram para eles, 19% responderam que estavam desempregados e passaram a trabalhar com as novas demandas de viagens geradas.

Por fim, perguntamos se os motoristas sentiram alguma variação na renda após iniciarem a operar viagens intermediadas pela Buser. Para a maioria das pessoas — 54% — não houve variação da renda, porém não é desprezível o fato de que para 37% dos motoristas o início da operação de viagens pela Buser trouxe um aumento de renda.

Segurança

No quesito segurança a Buser se destaca por estar implementando nos veículos das empresas parceiras itens de segurança que vão além do que a lei obriga. O quadro a seguir detalha estes itens de segurança adicionais. Não é à toa que dados da própria ANTT indicam que veículos fretados sofreram menos incidentes do que ônibus regulares.

Quadro 1 — Quadro comparativo dos quesitos de segurança obrigatórios e opcionais

As perguntas de segurança foram focadas no sensor de fadiga, o item de maior resultado na segurança das viagens. Aproximadamente 60% dos motoristas dirigem veículos com sensores de fadiga instalados. Para 33% destes, o sensor já ajudou a evitar distrações durante a viagem. Por fim, 83% dos motoristas disseram se sentir seguros trabalhando nas empresas parceiras realizando viagens intermediadas pela Buser.

Fiscalização

A fiscalização arbitrária tem sido um problema em algumas esferas da operação das viagens Buser. No estado de São Paulo por exemplo, onde a priori a lei permite o circuito aberto no fretamento, constatou-se, em alguns meses, certa perseguição do órgão regulador.

Ao serem questionados sobre a abordagem de fiscalização, 44% disseram nunca ter sido abordados por fiscais. Entre os que já foram abordados, 23% relataram ter sofrido ameaças e desrespeito por parte dos fiscais.

Pesquisas como essa são de extrema importância, principalmente quando se envolve tecnologia e novos modelos de negócio. Nota-se que o fretamento colaborativo estimula o emprego e o aumento da renda.
O uso da tecnologia para reduzir o tempo ocioso e os desperdícios de assentos no transporte rodoviário de passageiros tem trazido, conforme apresentam os dados da pesquisa, uma melhoria das condições de trabalho dos motoristas das empresas parceiras.

Download: banco de dados

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A Buser é uma plataforma que faz intermediação de viagens de ônibus, conectando pessoas interessadas em viajar e empresas de fretamento.