ensaios: Experimentações Ágeis

Antonio Conserva Jr
Tree Hub
Published in
3 min readAug 21, 2018

Autonomia para experimentar e aprender, por que não?

In this world, the new best practices are to move fast, adopt early, and experiment widely. (MIT Sloan Management Review)

Ao ler a afirmação acima me fez refletir sobre como novas formas de assumir riscos, pensar, experimentar e inovar, ou minimamente, estar atualizado deve fazer parte do modo como lideramos, desenvolvemos pessoas, as organizações das quais fazemos parte e nossas carreiras.

Experimentar ou colocar em prática hipóteses, por a pele em jogo, são atitudes que fazem com que superemos nossos limites, aprendamos e elevemos o nível da colaboração propiciando a inovação, permitindo que a experimentação se torne uma cultura ou hábito, se atentando aos erros ou aos resultados dos experimentos como insumos para novos aprendizados e o valor nesse processo deve estar nos benefícios que essa jornada traz para a organização.

Fonte: Marina Bianco e Luis Cabral

Sendo assim temos que promover esse ambiente pautado em confiança, onde todos se sintam encorajados a experimentar aceitando erros e incertezas como aspectos inevitáveis do nosso dia-a-dia.

Acostumado a utilizar um Canvas para rodadas de feedback, decidi facilitar uma nova dinâmica (nova para nosso time) que fez muito sentindo para aquele contexto e momento da squad. Havia alguns temas que precisávamos colocar em pauta e as dinâmicas que estávamos acostumados a utilizar não nos ajudavam a resolver ou ter transparência necessária. Optamos então por explicitar alguns assuntos (em colunas) que queríamos discutir e abrimos para que cada um colocasse sua visão sobre o tema. Ao final chegamos a pontos bastante específicos que nos permitiu elaborar um backlog de ações bem claro que seguimos tratando durante os próximos cilos de feedback.

Não utilizamos sempre essa dinâmica mas o time agora tem mais uma opção na sua caixa de ferramentas para quando julgarem necessário utilizarem ou ainda adaptarem para novas necessidades gerando novos aprendizados em um clico virtuoso.

Essa cultura de valorização da experimentação, inovação, aprendizado (e não o erro) depende muito dos lideres, Gareth Morgan nos ajuda a entender que a criação dessa realidade percebida é feita nos detalhes das nossas relações e por isso temos que destinar cada vez mais o foco do líder na manutenção da cultura, fortalecendo comportamentos que queremos promover e não no controle do time.

a leader’s most important job is “to connect the people to their purpose.”… The company’s leaders dedicated themselves to supporting that purpose and wove it into onboarding and training programs, corporate meetings, and culture-building activities. ( Harvard Business Review)

Mas por que experimentar pode trazer resultado e aprendizado para o time e as organizações? Experimentar implica em um ambiente seguro para contribuir, promovendo autonomia para colocar em prática conhecimentos, ideias e energia, colaborando para o envolvimento de todos na resolução de problemas complexos. Esse é um processo construtivo, orgânico, onde cada ciclo de experimentação, feedback e aprendizado contribui para que todos avancem para o próximo nível.

… o processo todo de aprender a aprender é contingente à habilidade de permanecer aberto às mudanças que estão ocorrendo no ambiente e à habilidade de desafiar hipóteses operacionais de maneira mais fundamental. (Gareth Morgan, Imagem da organização)

Para sermos ágeis, a prática de experimentar novas ferramentas, métodos, formas de comunicação e processos que estimulem a cultura do “Aprender”, devem ser direcionadores das nossas ações. O desafio aqui é saber utilizar os resultados dessa jornada, dar valor à habilidades antes não valorizadas (Soft Skills), fomentar comportamentos desejados e reconhecer os benefícios.

Ideal seria nos acostumarmos a extrapolar nossa zona de conforto, assumindo que as formas de trabalho do conhecimento são complexas e necessitam de aprendizado continuo e rápido. Inevitavelmente uma nova filosofia de gestão é o caminho para que raízes de uma cultura de experimentação cresçam e deem frutos inovadores.

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