ensaios: Racismo Estrutural no Mercado de Trabalho
Hoje venho com a intenção de abrir as portas para discussões consideradas “tabus”, mas que merecem atenção: abordarei o Racismo Estrutural relacionado à raça negra.
Muitas vezes, a falta de inclusão dos negros no mercado de trabalho é justificada pelo motivo da inferioridade de renda e escolaridade, desconsiderando o Racismo Estrutural. Mas afinal, o que é o racismo?
O Racismo é uma forma de discriminação que tem a raça como alvo, manifestando-se por meio de práticas conscientes e inconscientes. Promove de forma direta e indireta o preconceito e/ou a segregação racial, impedindo direitos com base na origem étnica.
A discriminação indireta é feita por meio de piadas, apelidos ou atitudes inconscientes por conta do racismo já enraizado. As pessoas podem não perceber o preconceito implícito. Um exemplo são falas como: “A coisa tá preta”; “Denegrir”; “Mercado Negro”; “Cabelo ruim”; “Meia Tigela”.
Já a discriminação direta acontece quando as pessoas agem de forma consciente, por exemplo: não contratar uma pessoa por ela ser negra. Absurdo? Sim! Mas isso ainda existe. Em casos mais extremos, pessoas negras são contratadas somente para cumprir a porcentagem de cotas das ações afirmativas.
Outra manifestação do racismo é a dificuldade de ascensão profissional para pessoas negras. Segundo a pesquisa “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas”, em cargos de gestão, os negros não passam de 5%. É muito pouco!!! Quanto maior o cargo, menor é a presença de pessoas negras.
Vale lembrar que cerca de 55% da nossa população é preta, então não é estranho tratarmos desse assunto utilizando o termo “minoria”? Afinal, estamos falando de uma MAIORIA. O racismo, ainda é muito presente em nosso país. Não dá para fazermos vista grossa para isso.
Hoje, sugerimos que revisitemos nossos privilégios ou olhemos com mais atenção a esse tema tão velado em nossa sociedade. Quando será que de fato teremos equidade racial nas empresas? Vale a reflexão!
Texto construído junto com Gabi Botura