A Nova Cara do Brasil é Não Binária

Peter Mattos
Trend-In
Published in
4 min readNov 11, 2019

Marilton Conceição Jr.(Salvador, 1996)
mais conhecida pelo seu nome artístico Majur,
é uma cantora, compositora, modelo brasileiro, não-binário.

Não-binariedade, gênero-queer, generidade ou identidade não binária é um “termo guarda-chuva” para identidades de gênero que não sejam integral e exclusivamente homem ou mulher, estando portanto fora do binário de gênero e da cisnormatividade.

Suas músicas, do gênero R&B e MPB, abordam temas
como relações afetivas e empoderamento.
Em 2018, lançou seu primeiro extended play,
intitulado Colorir.

Clipe da musica “AmarElo” ( Emicida feat Majur e Pabblo Vittar)

Majur começou a cantar aos 5 anos
no coral da Orquestra Sinfônica da Juventude de Salvador.
Das apresentações natalinas com o grupo no Pelourinho.
segundo ele, em 2008, chegou à final do
Festival Anual de Canção Estudantil, promovido pelo MEC.
Em 2016, Majur montou uma banda com outros 5 músicos
para cantar nas noites de sua cidade natal.
Ele chegou a cantar em todos os bares da Barra,
bairro gastronômico e boêmio de Salvador.
Em 2018, lançou seu primeiro EP, Colorir, que contém 3 faixas,
intituladas Africaniei, Detalhe e Náufrago,
com participação do rapper Hiran.

Até 2016, Marilton Conceição Jr. precisava reprimir-se em calças
e camisas sociais, figurinos de atendente de telemarketing. À noite,
assumia sua verdadeira identidade, Majur, uma cantora não binária
(sem gênero definido), ao soltar a voz em bares de sua cidade natal,
Salvador. Em fevereiro, ao fazer um show em uma festa de Caetano Veloso,
viu a carreira deslanchar. Ela se apresentou em São Paulo, ao lado de seu “padrinho”,
na Virada Cultural, em 18 de maio. Antes, em 4 de maio, subiu ao palco do Casa de Francisca,
com ingressos quase esgotados. Aposta sempre em faixas de MPB que abordam temas como o racismo e
está gravando seu primeiro álbum. “A fama veio de repente, e até meu pai, que sumiu há anos,
reapareceu”, conta a artista, de 23 anos.

“Que livro está lendo?”
“Quem Tem Medo do Feminismo Negro?, de Djamila Ribeiro.”

“Qual causa abraça?”
“Ajudo abrigos LGBTQ+.”

Majur é contratada da gravadora Uns Produções, de Paula Lavigne

Majur: ‘Homem ou mulher, se houver uma atração, eu estou dentro’

“Homem ou mulher?”, costuma ouvir desde que se descobriu de gênero
não binário — nem inteiramente masculino nem totalmente feminino.
Com elegância e uma voz rouca que soa quase cantada,
responde: “Sou Majur apenas”.
Majur fala com tranquilidade sobre a questão da sexualidade,
que a acompanha onde quer que vá. Criada numa igreja evangélica,
conta que lhe ensinaram que a relação homem e mulher era a única
correta
“Quando fui crescendo percebi que não me encaixava nesse padrão.
Aos 17 anos conheci o termo não binário, que começou a me dar uma
clareza. Tem dias em que eu acordo mais feminina; em outros acordo mais
masculina. Sou o único não binário na cena atual de artistas. Ainda
precisamos falar muito sobre isso.”

A moda, por sua vez, veio para reforçar sua ancestralidade. “Quando fazia faculdade de design, tinha uma matéria focada em moda. Foi aí que isso começou. Passei a estudar as minhas características ancestrais para trazer até mim referências de como eu poderia me comportar esteticamente. Então, depois de muito estudo, adotei o visual que você vê hoje: uma mistura entre o afro e o indígena, que recupera um pouco das minhas raízes.”

“Sempre fui apaixonada por moda. Há sete ou oito anos, venho pesquisando e assistindo desfiles. Aliás, quem me acompanha nessas aventuras é minha mãe, que também gosta do assunto”

Clipe “20ver” — Majur

CANTORA TRANS MAJUR VAI ABRIR DESFILE NA VOLTA DA ELLUS NA SÃO PAULO FASHION WEEK

Majur vai abrir o desfile da Ellus na São Paulo Fashion Week. É a volta da marca após dois anos sem desfilar na passarela da semana de moda. Majur vai pisar na passarela cantando.

“Ainda não sei qual roupa vou usar, essa semana vamos viajar para ver tudo e me preparar. É um sonho realizado”, diz ela.

Na sua primeira passarela. Majur fez sua estreia em Salvador, sua terra.Ela foi convidada para desfilar no Afro Fashion Day, evento anual na capital baiana, que dá visibilidade para modelos negros e marcas locais. “Fui a primeira pessoa na história do Afro Fashion Day a desfilar com roupa feminina sendo geneticamente masculino”, orgulha-se.

Fontes:
extra.globo.com
gauchazh.clicrbs.com.br
ffw.uol.com.br/lifestyle/cultura
portalpopline.com.br

Aluno: Peter Gava Gênova de Mattos

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