As novas influenciadoras digitais … Não existem?!
Influenciadores gerados por computador estão modelando roupas de grife, gerando discussões políticas e participando de estreias nos tapetes vermelhos.
Os influenciadores em CGI (imagem gerada por computação) surgiram em 2016, normalmente começando como projetos de arte antes de aumentarem sua popularidade em 2018. A startup de Brud baseada em Los Angeles, é responsável por três influenciadores virtuais (Lil Miquela, Blawko e Bermuda), em Tóquio e Londres essa tendência também está sendo trazida à vida por criadores 3D na indústria da moda.
Os CGI influencers são quase exclusivamente modelos, com suas presenças online semelhantes ao que você espera dos influenciadores de moda. Eles geralmente têm origens ficcionais complexas e até têm “brigas” entre si, despertando o interesse do público em geral e da mídia convencional, que são mais do que felizes em mergulhar no drama que são criados entre eles.
Como as pessoas se sentem sobre os CGI influencers?
O mais interessante de tudo é a reação da indústria a eles. Longe de se sentirem receosos com a novidade, algumas marcas estão aproveitando a oportunidade de trabalhar com esses tipos de influenciadores. Lil Miquela, por exemplo, já promoveu diversas roupas de grife, e desde a sua criação até hoje, Brud já faturou US $ 6 milhões.
Já entre os usuários das redes sociais, as reações foram bem misturadas. Basta percorrer os comentários das postagens do Instagram dos influenciadores virtuais para testemunhar um frenesi. Alguns parecem tratar os influenciadores virtuais como qualquer outro usuário ou influenciador de mídia social humana, enquanto outros usam os comentários para trollar. Ainda assim, outros ficam perplexos ao saber se são reais ou falsos.
A combinação de evasão e franqueza é uma receita para confusão e entretenimento sem fim, mas também nos deixa questionando que tipo de influência essas personalidades virtuais têm sobre nós. Para determinar isso, apresento duas das mais relevantes influenciadoras CGI que você pode começar a seguir hoje:
Conhecendo as maiores CGI influencers
Lil Miquela é de longe a mais influente das criações, com impressionantes 1,6 milhão de seguidores no Instagram, ela é a filha de ouro da tecnologia de Brud. Criada em 2016, a popularidade de Miquela é incomparável e causou um terremoto virtual, sendo nomeada na lista das “Pessoas Mais Influentes da Internet” pela Time em 2018 e adquirindo patrocínios de marcas como Barneys, Outdoor Voices e Ugg.
Apesar das preocupações com o engano em massa, Miquela encantou muitos corações através de postagens no Instagram aparentemente reais que capturam seus “sentimentos” em questões políticas, sociais, vida profissional e relacionamentos com pessoas reais e colegas Influenciadores CGI. Ela documenta sua vida de uma maneira que a torna indiscernível da de um humano real — além dos comentários frequentes sobre ser um robô.
À medida que os seguidores acompanham seus acontecimentos diários, é fácil esquecer o mundo virtual intrincado de Miquela, que não é real. No entanto, ela ascendeu como defensora da IA, movimentos culturais, direitos civis, música e moda.
Shudu foi criada pelo fotógrafo londrino Cameron-James Wilson, que viu o número de seguidores de sua criação no Instagram disparar para 190.000 seguidores em menos de dois anos. Anunciada como a “Primeira Supermodelo digital do mundo”, ela atraiu parcerias com a marca de luxo Balmain e a Fenty Beauty de Rihanna.
Embora Shudu não pareça se envolver no mesmo mundo virtual dos influenciadores CGI de Brud, ela incentivou a criação de vários outros modelos CGI no Instagram, incluindo Perl, Brenn, Imma e Galaxia. Como personagem 3D, Shudu colocou em destaque os projetos de arte 3D e colaborou com supermodelos reais para completar sua carreira de modelo.
Os CGI influencers estão aqui para ficar?
Os CGI influencers são manipulados por seus criadores e daqui em diante a consciência deles será crucial para seu uso futuro. As intenções iniciais de Brud provavelmente era uma mistura de experimento social — não muito diferente do experimento de Mediakix como um falso influenciador do Instagram — e divertido, que é o que eles claramente têm como projeto.
As três criações de Brud frequentemente expressam fortes pontos de vista políticos e mantêm posições sobre questões sociais, enquanto o criador de Shudu entrou em contato com o princípio de sua criação — a arte e a sua expressão — vale a pena notar que essa crítica geralmente aparece na imprensa, enquanto os fãs geralmente parecem despreocupados.
Da mesma forma, os seguidores parecem desinteressados no debate mais amplo da existência de influenciadores da CGI e apoiam eles e suas causas, personalidades e histórias. Seja para realizar projetos artísticos inovadores ou realizar experimentos sociais, os criadores parecem não hesitar em sustentar seus influenciadores CGI.
Ficam agora as dúvidas sobre esses novos influenciadores: até onde podem chegar e por quanto tempo o poder de influência dessas criações irá durar? Ou será que, definitivamente, eles vieram para ficar?
